One Batch, Two Batch, Peeny and Dime

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Chanyeol POV

Algumas horas antes da morte do terceiro rei

Havia uma teoria, que a tanto tempo quanto os humanos andavam por esse mundo, regia as coisas que aconteciam por aqui como se o cosmos não passasse de um palco para suas marionetes humanas. Ela dizia que até mesmo o menor dos fatos, poderia causar um efeito borboleta em todas as cenas e níveis subsequentes a aqueles, fazendo com que seus participantes pudessem ir da luz as trevas em questão de segundos.

A aquele fenômeno, que por anos eu apenas conheci como casualidades, deram o nome de Teoria do Caos, e por mais semanas do que minha mente pode se recordar, ela foi o fator fundamental entre a vida e a morte para mim, até aquele momento. Enquanto assistia o barman confessar que por alguns minutos, nós estivemos a centímetros de prender o terceiro rei da maior máfia do país e que perdemos isso por pura burrice, eu entendi o sentido da teoria.

Era como se a partir do momento que eu encontrara Baekhyun naquele porão, um estouro cósmico se desenrolasse em nossas histórias, e afetasse tudo e todos ao redor, trazendo a nós essa constatação de que talvez, o fim da máfia estivesse perto.

- Ah... – ele murmurou em um som tão pesaroso, que facilmente poderia ser associado a uma criança que não ganhara o brinquedo que a tanto tempo vinha pedindo aos pais - Você não percebeu. É claro, ninguém notaria, afinal monstros devem sempre ter caras de mau e andar no escuro – vi através do espelho seu riso atravessar as barreiras de Jongin enquanto ele tombava a cabeça para trás, deixando seu escárnio escapar em ondas longas e intensas pelo ambiente. Acudindo sua boca com uma mão depois de algum tempo a fim de diminuir sua risada que era quase incontrolável, ele voltou seus olhos desiguais a Jongin com um veneno sarcástico escapando por seus lábios – Querido Detetive, aquele homem que rebolou tão bem no palco e te seduziu, não é o tolo stripper que você imagina. Não... Isso é o que ele quer que você e todos aqueles velhos tarados pensem. Enquanto vocês batiam punhetas para sua dança e posteriormente para meu pequeno showzinho em seu corpo, o terceiro membro mais poderoso da máfia se apresentava a seus olhos. Palmas detetive, você conheceu o terceiro rei da máfia e está vivo para contar a história.

Uma vez, lera em um livro que a convicção é a inimiga mais poderosa da verdade do que a própria mentira, e por mais que na época eu acreditasse entender o significado daquelas palavras, foi somente no momento em que o olhar de Jongin se esfarelou a minha frente, que realmente compreendi o que tal autor quisera falar um dia.

Enquanto nos encontrávamos naquela noite, poucos momentos antes de todo o jogo tomar uma reviravolta inesperada, Kai estava em busca de uma verdade que todos nós queríamos de alguma forma e nível, e com essas certezas enfiadas no bolso, ele enfrentou a noite no clube e diferentemente do que esperava, descobriu que tudo que havíamos especulado e recebido de informantes não passavam de meias verdades perto do que realmente ocorria naquele lugar. Esse choque gerou convicções em sua mente, que necessitada a buscar pela verdade, se agarrou aos preceitos ensinados desde a academia para jovens policiais e com eles sobreviveu a aquilo, mesmo que como preço precisasse ter vivido ao lado de um demônio com olhos hipnotizantes por mais tempo do que gostaria.

E agora, enquanto ouvia junto a todos nós as palavras que saiam da boca daquele homem, entendia assim como eu, que convicções assim como preconceitos, são lentes que borram nossa noção da dolorosa verdade. Jongin havia conhecido um dos reis, e agora provavelmente se culpava por não ter notado nada.

- Por que você não me disse nada enquanto estávamos naquela sala? – Kai questionou após um pesado suspiro que se seguiu a um breve momento de choque, com sua voz tão fria quanto o iceberg que um dia afundou o Titanic, ele encarou os olhos do homem com a mesma seriedade de quem encara o aterrorizante abismo ao qual quer vencer.

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