Capítulo 6 - The Truth

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Chanyeol POV

Sempre acreditei que quando estivesse face a face com a morte, minha mente teria um vídeo perfeitamente montado, que alguma conclusão filosófica bateria em mim do nada e com isso eu imploraria a todos os deuses que me dessem mais uma chance para mudar as coisas ou qualquer bosta do tipo, contudo, enquanto observo a maçaneta girar e a porta se afastar do batente, a única coisa que penso é que o inferno terá alguns companheiros novos até o final do dia.

Por anos nunca tive nada desse mundo além de dor e sofrimento, por eras esperei que a morte me levasse sem dor em qualquer missão malsucedida, criei esperanças ao conhecer os amigos que hoje chamava de família e perdi parte delas ao perder o homem que mais amava, mas agora, esperando a morte lenta e dolorosa, eu só penso que se partir que seja para proteger alguém que assim como eu nunca teve a chance de ser protegido.

A porta continuou seu lento e regrado movimento, dando espaço para que duas sombras médias adentrassem o espaço e suas vozes animadas preenchessem tudo, para assassinos os homens falavam demais e com a adrenalina preenchendo cada centímetro do meu ser tudo que eu menos poderia fazer era ouvir o que diziam. Erguendo a arma próxima a linha de visão, pressionei lentamente o gatilho deixando que o mínimo movimento causasse o disparo e esperei.

Surgindo como dois demônios saídos das catacumbas os homens adentraram o ambiente despreocupadamente com seus equipamentos em mão, as faces divertidas com a cena caíram por terra quando se depararam comigo e meu brinquedo apontando para eles e levaram míseros milésimos de segundos para que eu não alvejasse ambos naquele mesmo segundo.

- Ai meu deus! – Chen gritou enquanto soltava os sacos que segurava e deixava as coisas caírem com um pesado som no chão enquanto erguia as mãos assustado, ele ainda usava as roupas de trabalho e estava com sua bolsa presa ao lado com o notebook dentro provavelmente.

- Mas que porra é essa? - Kai gritou enquanto vinha por trás tentando entender que diabos havia provocado a reação do mais novo, ao ver meu corpo travado com a arma ainda apontada e a respiração pesada deixando meu peito em arfadas duras ele murmurou o mais calmo que o momento permitia – Chanyeol, calma, sou eu! – Repetindo o gesto de Jongdae ele ergueu as mãos e tentou caminhar na minha direção a passos lentos – Channie sou eu, Kai, seu amigo okay? – Ele continuava murmurando, mas a adrenalina só me deixava ver os alvos aos quais devia abater, a ideia de proteção do garoto continuava martelando meu cérebro como um prego estragado e a realidade parecia se confundir em meus olhos duvidando se as palavras daquele que eu julgava ser meu amigo eram reais. Que merda estava rolando?

Adrenalina as vezes pode ser como uma faca de dois gumes para um policial, se por um lado ela aumenta seus sentidos e te deixa pronto para rebater o mínimo movimento, ela também destrói seu senso de certo e errado a pressão, ou seja, amigo ou inimigo se sua mente entorpecida acreditar que algo é uma ameaça você vai retaliar até o inferno. Isso podia ser útil na guerra, mas agora no meu apartamento apenas servia para que eu tivesse uma luta interna terrível entre meu corpo que queria explodir os miolos das “ameaças” e do resto da minha mente que sabia que aqueles eram minha família e eu não deveria.

- Kai.... – Murmurei enquanto lutava com a tensão em meus membros, eu fodidamente não queria matar eles, não queria atirar, mas enquanto a marcha nacional retumbava no meu coração tamanha a aceleração tida em meu peito, o certo e o errado pareciam a coisa mais difícil de se focar agora.

- Calma, eu estou aqui – ao sentir sua mão envolver minhas costas e se mover em um gesto reconfortante senti meus músculos relaxarem um pouco, apenas o suficiente para que ele conseguisse arrancar a escopeta das minhas mãos e travando-a com um gesto já praticado, colocou ela longe – Calma – ele murmurou novamente e abrindo espaço deixou que eu desabasse sobre seu peito, o abraçando com a prática de anos.

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