Cap 1

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            Luísa

Escuto minha mãe me chamando, me dizendo pra ir pro banho pois já são cinco da manhã e tenho que entregar currículos,sou uma mulher de 28 anos desempregada, já fiz um milhão de entrevistas mas sempre uma mulher magra ocupa a vaga disponivel não restando a menor chance para mim uma mulher fora dos padrões desejados, sou gordinha,baixinha e com peitos grandes não me acho feia mas também sei que não sou uma beldade,já tive dois namorados mas que não duraram muito,o primeiro foi com quem perdi minha virgindade e só de lembrar fico revoltada comigo mesma, se arrependimento matasse estaria morta e enterrada,a minha primeira vez foi horrível e o idiota ainda por cima espalhou pra todo mundo do bairro, foi humilhante...já o segundo me deixava nas nuvens eu era apaixonada por ele, mas o cafajeste me traiu com uma mulher que parecia modelo de capa de revista...

Balanço a cabeça tentando me livrar das lembranças ruins que invadem a minha mente,prendo o cabelo  em um coque e vou em direção ao banheiro,pego o meu celular e coloco uma música animada,tiro a roupa e entro em baixo do chuveiro que tira todos os  meus pensamentos ruins...

Quando já estou pronta pra sair vou em direção a cozinha me despedir da minha mãe que diz:

Lúcia_ Filha você esta linda! com fé em Deus você vai conseguir um emprego hoje!

Eu_ Deus te ouça, porque não aguento mais trabalhar sem carteira assinada...

Para não depender da minha mãe faço bicos de garçonete,faxineira o que aparecer eu topo.

Lucia_ Me desculpa minha filha por não poder pagar uma faculdade pra você e por faze-la trabalhar desde cedo.

Eu_ Para com isso mãe, a senhora não tem culpa de nada! 

Dou um beijo no rosto da minha mãe e peço pra ela me dar um sorriso,digo pra ela ficar tranquila que um dia tudo se acerta, me despeço e vou novamente pra batalha...
...A minha mãe sempre quis o melhor pra mim e o sonho dela era poder pagar minha faculdade mas infelizmente nossa vida  não é o conto de fadas que sonhamos e por isso trabalho desde cedo pra ajudar em casa, meu pai morreu quando eu tinha apenas doze anos e desde então minha mãe teve que me criar sozinha,mas assim que pude comecei a trabalhar pra ajudá-la...
Entro no ônibus lotado como sempre e fico de frente a cadeira preferencial o jovem que estava sentado  nela se levanta apressado me dando lugar,ele  olha pra minha barriga e diz que é perigoso no meu estado viajar em pé no ônibus,sinto o meu rosto queimar de vergonha e na mesma hora coloco a mão na barriga e digo que não estou grávida  dou  um sorriso sem graça e agradeço pela gentileza...

Ao ouvir os risos das pessoas dentro do ônibus,sinto vontade de chorar,mas não vou dar esse gostinho pra esse povo,engulo o choro e faço cara de paisagem.

...MEU DEUS QUE VERGONHA!  QUERIA UM BURACO PRA ENFIAR A MINHA CARA! Será que minha barriga tá tão grande ao ponto das pessoas acharem que estou grávida?

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