• Capítulo 09 •

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Hugo Chávez

- Merda!! - joguei tudo que estava na minha mesa no chão.

Só faltava essa pro meu dia piorar, só tá acontecendo merda na minha vida, tudo tava indo bom de mais pra ser verdade.

- Hugo, por favor me perd.. - interrompi ela.

- SAI DA MERDA DA MINHA EMPRESA AGORA !!

- VOCÊ PRECISA ME OUVIR - começou a chorar e dei uma risada.

Peguei no braço dela e a mesma começou a se debater, levei ela pra fora da minha sala e a joguei no chão. Entrei na minha sala e tranquei a porta, caminhei até minha mesa de bebida, enchi meu copo com um pouco de uísque, virei tudo de vez e fechei meus olhos com força.

Primeiro a Natalie, segundo o Víctor e agora a Fernanda, só falta mais um pra vim de vez do meu passado.

Porque logo agora eles vieram atormentar a minha vida ?!

Enchi meu copo outra de novo e virei com tudo outra vez, a única coisa me acalma, uma boa dose de uísque. Me sentei na minha cadeira e tentei voltar minha atenção para o notebook, onde tinha que resolver alguns problemas com os fornecedores mas minha mente parecia estar longe.

Peguei um cigarro, acendi o mesmo e levei até minha boca, evito de fumar em casa por causa da Helena. O cheiro da fumaça faz mal pra ela, sempre fumo do lado de fora ou na empresa. Tirei o cigarro da minha boca e soltei a fumaça. Muito fizem que estou me matando aos poucos por beber de mais e fumar de mais, não estou nem ai, até porque a merda da vida é minha e ninguém tem nada haver com isso. Odeio quando alguém que dar uma de sábio e vem encher meu saco, principalmente se for cristão, eles se acham os donos da verdade, como se os mesmos não pecassem, duvido que eles não pecam, até parece que são santos.

Traguei meu cigarro mais uma vez, puxando pra dentro do meu corpo aquela substância e logo soprei a fumaça.

Logo meu celular começou a tocar e atendi. A diretora me ligou avisando que a Diana acabou de dar entrada no hospital junto com a minha filha, desliguei a chamada, apaguei meu cigarro no cinzeiro e sai dali o mais rápido possível. A diretora não me informou o que aconteceu, apenas me deu a informação.

Arranquei com o meu carro e estava pouco me ligando para o sinal, o que importa é minha filha. Estacionei o carro na frente do mesmo, tirei meu paletó e entrei no hospital.

- Boa tarde, quero saber a Helena Chávez, minha filha - disse assim que cheguei no balcão.

- Boa tarde, preenche esses dados dela primeiro - me entregou uma ficha.

- Olha se você não disser onde minha filha se encontrar, você vai ver a onde essa ficha vai parar.

- Qu..quarto trinta e dois, no se..exto andar - gaguejou nerbosa.

Sai dali o mais rápido possível, entrei no elevador e apertei o sexto andar. Bati meu sapato contra o chão de metal impaciente, por quanta da demora. Depois de longos minutos, fez um barulho irritante e abriu as portas, sai dali e logo achei o quarto no final do corredor, entrei no mesmo e logo pude ver ela deitada sobre a cama.

Caminhei até ela e beijei sua testa.

- Ela está dormindo por conta do medicamento - Diana me avisou - Ela passou mal na escola, o médico disse que agora está tudo bem, ela só teve uma crise de ansiedade - abraçou seus braços.

- Não sei o que faria se acontecesse algo com ela, Helena é tudo pra mim - alisei seu rosto - Obrigado - levei meu olhar até a Diana.

- Eu vejo que ama muito ela, através do modo que fala, do jeito que a trata - sorriu.

Ela é quieta mas é observadora.

Não demorou muito e a Helena acordou, seus olhos estranharam o quarto branco mas logo olhou pra o lado e me viu, deu um sorriso e se acalmou por me ver aqui.

- Bom, acho que já vou indo - pegou sua bolsa em cima da cadeira.

- Não, fica tia Diana, por favorzinho - encarou ela com os olhos cheio de água e esticou os braços.

- Tudo bem - soltou o ar preso e pôs a bolsa onde estava a poucos minutos.

Ficamos ali conversando, a Diana é bem tímida e não fala qualquer coisa, ela também tem cuidado com as palavras que diz. Ela só vive com esse sorriso no rosto, como se tudo fosse flores e não houvesse tristeza, isso já está começando a me incomodar.

Logo o médico entrou na sala e levou Helena pra fazer um último exame, pra checar se tudo estava bem mesmo.

- Sério que você não tem problemas ?? - perguntei não aguentando mais.

- Do que está falando ?? - Perguntou confusa.

- Não se faça de desentendida, você sabe muito bem sobre o que falo, você vive sorrindo pros ventos, te conheço a pouco tempo mais pelo que vejo não parece que você tem problemas, parace que vive num mundo cor de rosas onde tudo é perfeito - disse - Não é atoa que a Helena te acha uma princesa, quando vai acordar pra realidade ?? Vai ver que o mundo mal, todos são mal, basta apenas você dar confiança - passei a mão no rosto.

- Eu não vivo em nenhum mundo rosa ou conto de fadas, tem minhas lutas, meus problemas mas diferente da maioria eu tenho um Deus, que cuida de mim, que me protege, que me guia, que me guarda e você também pode ter - disse calmamente e caminhou até mim em passos lentos - Basta você querer e se entregar - colocou a mão no meu coração.

" Deus está batendo na porta esperando você abrir para habitar no seu coração, a escolha é sua, abrir ou não.."

- Diana Pattinson

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