• Capítulo 17 •

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Diana Pattinson

Enfermeiros pra um lado e pro outro, médicos que passam, barulho de relógios,  pessoas que aguardam notícias impacientes, outros chorando.. essa é a situação aqui do hospital.

Já são quatro e quarenta e três da madrugada e ainda não temos nenhuma notícia sobre o estado do Hugo.

Fechei minha bíblia assim que terminei de orar e guardei a mesma dentro da minha bolsa. A Julieta foi tomar um café na cantina e o Víctor foi junto mas eles já devem estar voltando pelo tempo que saíram daqui.

Depois que li a palavra e falei com Deus através da oração, meu coração se aquietou um pouco. Enteguei tudo nas mãos dele e vou esperar e confiar, mesmo que sua vontade seja contrária da nossa.

O Víctor voltou junto com a esposa, ficamos conversando até o doutor entrar na sala.

- Parentes do paciente Hugo Chávez ?? - leu o nome na prancheta.

- Aqui - disse e nos levantamos.

O doutor caminhou até nos e sua expressão não era as das boas.

- Bom, não tenho notícias muito boas - Julieta abraçou o marido - Por conta da forte pancada que recebeu na cabeça, o paciente entrou em coma induzido, por pouco ele não sofreu um traumatismo craniano - explicou.

- C..coma ?? - gaguejei nervosa.

- Infelizmente, ele pode acordar a qualquer hora, dias, semanas, meses, anos.. enfim, só depende de como ele vai reagir aos procedimentos - ajeitou seu óculos no rosto - Alguém vai dormir com o paciente ?? - me encarou.

- Eu - Julieta disse.

O doutor anotou o seu nome na folha que estava presa na prancheta, também anotou o nome das pessoas que podem visitar ele. As visitas só iriam ser liberadas apartir de amanhã, na parte da tarde pois de manhã já vão começar os procedimentos para não perderem tempo.

Me despedi deles e sai dali, o Víctor insistiu em me dar una carona mas eu neguei. Eu sei que está tarde e os mesmo estavão preocupados.

Peguei um táxi ali na frente do hospital, me encostei na porta e fiquei olhando a paisagem enquanto minha mente não parava de raciocinar, as lágrimas começaram a rolar pelo o meu rosto.

- Tá tudo bem ?? - o taxista me olhou pelo retrovisor mas logo voltou sua atenção no caminho.

- Tá sim, apenas problemas - limpei meu rosto e respirei fundo.

Depois de alguns longos minutos ele estacionou o carro em frente a minha casa, paguei a corrida e ele me disse algo que ficou na minha mente, " é tudo um propósito, saiba esperar que tudo vai acontecer no seu tempo, se prepare para  amanhã". Quando ele me disse isso, me arrepiei por completa, nunca tinha visto esse homem na minha frente, pra você vê que quando Deus quer usar alguém, ele usa sem olhar a quem.

Entrei em casa, tomei um banho, comi algo e meu celular começou a tocar. Um número desconhecido, quando fui atender a ligação caiu. Não demorou muito e o mesmo número me mandou uma mensagem, abri a mesma..

"Vá para o terminal agora, se demorar mais alguns minutos irá perder para sempre.."

Peguei minha bolsa e sai de casa o mais rápido possível, ainda bem que terminal é aqui perto. Não sei o que deu em mim, apenas senti algo forte me dizendo para correr até lá, não dá tempo de esperar um táxi ou outra coisa.

Quando estava chegando perto do terminal, uma chuva muito forte começou a cair. Passei o olho pelo mesmo e meus ficaram fixos numa pessoa, o mesmo se encheu de água e corri em direção a ela.

- Helena ?? - gritei quando cheguei perto dela.

A mesma virou, ela estava com uma roupa suja, com alguns vermelhos pelo corpo, seus olhos perdidos enquanto chorava. Ela abriu um sorriso enorme e correu em minha direção, peguei ela no colo e abracei ela com toda a minha força.

- Não me deixa mamãe - sussurou enquanto chorava.

- Xiiu, calma meu amor - disse tentando acalma-lá.

- Vamo embola, ela tá atrás de mim - disse nervosa.

Coloquei minha blusa de frio por cima dela e sai dali o mais rápido possível, ainda não estava acreditando que finalmente achei a Helena. Andei com pressa, a chuva atrapalhava um pouco mas não podia desisitir.

Depois de alguns minutos, entramos na minha casa, dei um banho nela e coloquei uma roupa de criança que tem aqui em casa. Me certifiquei que ela estava bem quentinha e segura no meu quarto e fui tomar um banho. Não demorei muito porque a Helena estava com medo de ficar sozinha, coloquei meu pijama bem quentinho porque estava começando a esfriar.

Me deitei do lado da Helena e acabei dormindo.

[ . . . ]

- Ela me apetava, me batia, fazia dodói - chorou - Ela é monstoo, não é minha mamãe - me abraçou.

- Eu tô aqui meu amor - beijei sua testa.

- Não deixa ela machucar eu mamãe, não deixa - me apertou mais.

Quando ela me chamou de mãe, uma felicidade enorme explodiu dentro de mim mas sabia que não é o certo, ela já tem.

- Agora vamos ver seu papai, ele está muito doente - expliquei.

Já liguei pra Julieta e a mesma está explodindo de felicidade pela neta ter aparecido, o Víctor também pois estava pensando que a culpa foi sua mas mandei ele se acalmar que tudo está se resolvendo. A mesma vai ligar pra polícia pra cancelar as buscas pela Helena, quando saímos do hospital, vamos na delegacia. Vou denunciar a Natálie por maltratar a Helena, ela não tem diteitos de fazer isso com ninguém, nem mesmo com um animal.

" Espera ele vem, confia ele vem e faz um milagre.."

- Diana Pattinson
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