• Capítulo 22 •

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Hugo Chávez

Tomei mais um gole do meu café e voltei meus olhos para a vista da cidade, pela minha janela.

Ainda são quarto e trinta e sete da madrugada. Perdi o sono então aproveitei e tomei um banho para relaxar, e também passei um café. Muitos não sabe mais cozinho muito bem, fiz até um curso de culinária também mas acabei parando.

Ainda está tudo em silêncio, só se ouvia o barulho do vento e algumas gotas de chuva que começaram a cair, dando a entender que logo iria começar a chover.

🎶 Quanto tempo eu não te sinto, quanto tempo eu não te escuto. Vivo os meus dias sem tua companhia Deus, eu sinto a tua falta..🎤

Não sei a onde e nem como mas começou a tocar essa música, apenas prestei atenção na letra enquanto tomava meu café. A música não estava muito alta, estava como uma música de fundo, num tom agradável para se ouvir.

🎶Eu vou me lançar, como na primeira vez e me entregar, como na primeira vez. E me sentir seguro, ao som da tua voz..🎤

Não sei como e nem porque mas algo naquela música me tocou.
Me incomodando e me fazendo refletir na minha vida.

Sempre trabalhei, pra ter o meu dinheiro e sustentar minha filha. Queria ser rico e ter bastante dinheiro, hoje em dia consegui tudo o que eu quero. Sinto que ainda falta algo mas não sei o que, como se só faltasse isso para eu "encontrar a verdadeira felicidade".

Peguei meu celular e liguei para Diana por impulso, depois do quarto toque, a mesma atendeu com uma voz sonolenta.

- Pode me escutar ??

- Aconteceu algo Hugo ??

- Sim, pode me contar sobr.ee, sobre esse tal de Deus ??

A chamada ficou alguns minutos em silêncio, ouvias suas respirações, indicando que a mesma ainda está ali do outro lado da linha.

- Diana ??

- Estou indo ai, pode esperar ??

- Eu te busco, estou a caminho..

- Tudo bem, até logo Hugo.

- Até Diana !!

Larguei a xícara vazia em cima do criado mudo, caminhei até o meu closet, coloquei uma calça de moletom cinza, uma blusa qualquer e meu casaco.
Calcei minhas havaianas mesmo, peguei meu celular, a chave do carro, pus um pouco do meu perfume e sai dali.

O tempo estava frio, por causa da ventania e a chuva estava começando a engrossar.

Não me pergunte o que estou fazendo, só sinto que preciso fazer isso. Como se isso fosse preencher esse vazio que tenho no peito, que sempre me incomoda.

Entrei no meu carro, liguei o mesmo e sai da garagem onde o automóvel estava estacionado á alguns minutos atrás. Acelerei, fazendo o mesmo se mover, dirigi até a casa da Diana, o que demorou um pouco por causa da chuva, a mesma aumentou bastante dificultando o tráfego de veículos.

Estacionei o carro na frente da casa, sai do mesmo e toquei a campainha, enquanto estava encolido tentando me proteger do frio e da chuva.

- Entre Hugo - A mesma abriu o portão.

Entrei e caminhamos até a sala.

Passei um olho pela casa e a mesma é bem pequena, creio que o máximo de pessoas que pode morar aqui são quatro e ainda acho que vai ficar apertado.

- Vou buscar uma toalha - trancou a porta e caminhou até um corredor.

Esse pouco tempo que esperei, foi o suficiente para me encharcar.

Não demorou muito e a Diana apareceu com duas toalhas em suas mãos. Me entregou uma e se sentou no sofá.

- Não vai dar para irmos na sua casa com essa chuva - disse com os olhos fixos na janela.

- É..- murmurei - Posso ?? -  me referi a sentar ao seu lado.

- Claro, fica à vontade - colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

Me sentei ao seu lado e a encarei. Parecia que as palavras haviam sumido e o tempo congelado, não sabia o que falar, como se eu tivesse esquecido como se formula as palavras.


- Hugo, você está bem ?? Parece está nervoso..

- Estou, Diana.. - respirei fundo - Eu sinto um vazio enorme em mim e não sei como preenche-ló.. - disse.

Contei também sobre o que aconteceu quando estava em coma e a mesma ficou encantada, pelo fato de eu ter conhecido o tal Gabriel e ela não.
Não sabia que ele era famoso assim.

- Sabe, muitos dizem que tudo nessa vida é fácil, mas como se cura a ferida ??

- Não faço a mínima idéia - demos uma risada.

- Esse vazio não vai ser preenchido por drogas, bebidas, baladas, cigarros, mulheres ou qualquer outra coisa assim, essa vazio é para alguem especial. Deus está lhe incomodando, para que perceba enquanto há tempo, que ele quer habitar em ti, fazer morada no seu coração - disse convicta e com um sorriso no rosto.

- Mas como ?? Isso as vezes parece sem nexo, sem lógica.. - passei a mão entre meus cabelos, ainda um pouco umidos.

- Deus faz tudo que o ser humano acha impossível, para mostrar que ele é Deus - pegou minha mão - O que para nós é impossível, sem nexo, sem lógica, para ele é mais do que possível, é um plano perfeito - sorriu.

Ficamos ali conversando por horas, quando nos damos conta, já era sete e dezenove da manhã e a chuva já havia cessado.

Estamos tão próximos um do outro que consigo ouvir os barulhos dos seus batimentos.

Levei minha mão até seu rosto e acariciei o mesmo, prestando atenção em cada detalhe e a deixando ainda mais tímida.

" Tudo tem o seu tempo, assim como as flores tem o tempo de muchar e crescer, Deus nos deu um tempo para cada coisa."

- Aurora Chávez
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