Acordei com o sol em meu rosto e suspirei baixinho com a dor horrorosa que se apossou da minha cabeça. Merda. Eu odeio beber demais depois de uma festa.
Fechei meus olhos com força quando a minha cabeça latejou por causa dor, me fazendo apoiar as mãos na cama que teoricamente não era minha.
O que aconteceu ontem à noite mesmo?
-Mackie?
-Fala baixo. Porque você grita tanto?
-Mackie, uau. Você tá bem?
-Bem bêbada.
-Você tomou alguma coisa ontem?
-Acho que tinha bala na bebida que eu tomei. Certeza que tinha, Deus do céu cada palavra é uma dor aguda no meu cérebro.
-Acho que deveríamos ir pra casa.
-Eu nem sei onde a gente está, Daisy. Onde a gente tá?
-Estamos na festa do Carson.
-Quem e Carson? Eu não faço a menor ideia de quem seja essa pessoa. Que horas são?
-Quase três.
-QUE?Droga. Merda. Inferno.
Xinguei quando me levantei e a minha cabeça pareceu arder em uma dor profunda, eu nunca mais ia beber e usar aquele troço de novo na minha vida.
Peguei a sandália de salto e a bolsa que estavam jogadas naquele quarto que segundo a Daisy era do Carson.
-Mackie...
-Eu tenho compromisso as 15:30. E um compromisso muito importante que eu estou esperando a quase dois meses. Então para de perguntar e vamos embora. Agora Daisy.
Ignorei a pontada de dor que se fez na minha cabeça. Abri a porta saindo daquele lugar e desviei de todas as latinhas possíveis, algumas pessoas estavam jogadas nas escadas, e tinha gente dormindo na piscina. Jesus misericórdia.
-Isso aqui foi uma festa do Projeto X? O que eu fiz ontem à noite? Me lembra de tomar um pílula...
-Você bebeu e apagou. Aí eu tranquei a porta do quarto pra ninguém entrar, ninguém fez nada com você. Porque tá com tanta pressa?
-Ele chega hoje. E ele vem me ver antes de ir pra casa, e eu estou fedendo a festa e bebida. Aí que nojo.
Falei quando passei por um cara todo vomitado e ele dormia sobre o próprio vômito.
-Você vai mesmo fazer essa loucura, Mackie?
-Já fiz. Foi a minha despedida. Agora eu sou uma mocinha de família.
Eu tinha decidido que não iria mais fazer programas,nem presença só modelar quando desse. Eu tinha muito dinheiro e dava pra me manter por uns 2 ou 3 anos, segundo meu contador. Tudo isso porque eu tinha decidido ser "fiel" ao Noah, eu esperava mesmo que não fosse um erro.
Então aquela festa tinha sido a minha "despedida de solteira".
Entrei no carro junto com ela e mandei ele seguir pro prédio, enquanto eu pegar o celular da bolsa, arregalando os olhos quando vi que havia 13 ligações perdidas e umas 800 mensagens.
-Aquela festa foi demais.
-Demais vai ser a minha cabeça no espeto se eu não tiver em 10 minutos, cheirosa é muito bem receptiva.
{...}
-Mackenzie?
-Aí. Que coisa, quem colocou essa mesinha aqui?
-Acho que foi você não?
Ele disse sorrindo e eu finalmente pude ir até ele é pular em seu colo, enlaçando minhas pernas em sua cintura , dando bários beijos por todo seu rosto, enquanto ele me abraçava e eu ouvia suas risadinhas.
-Isso que é recepção em?
-Eu estava morta de saudades, dois meses Noah. Pareceu sei lá anos.
-Eu sei, também senti saudades.
Dei um selinho demorado em seus lábios que logo virou um beijo bem urgente que demonstrava muita saudade vinda de nós dois.
Senti meu corpo ser colocado sobre a mesa, e suas mãos puxarem meu vestido pra cima. Me afastei dele deixando que ele tirasse meu vestido, senti as mãos dele voltarem pro meu corpo enquanto sua boca decidia se me beijava na boca, se beijava meu pescoço , se mordia se apertava.
Uma vez alguém tinha me dito que sexo com saudade ou sexo de reconciliação eram com total certeza um dos melhores mas aquilo, Noah me tocava como se eu fosse a coisa que ele mais desejava na vida dele.
Segurei os fios de cabelo dele que já estava mais longos, puxando alguns fios quando suas mãos foram a minha calcinha puxando a mesma pros lados e rasgando ela. Me afastei dele de novo abrindo sua camisa preta de botões por um puxão apenas tirando ela do seu corpo e sorri pra ele quando ele sorriu pra mim.
Nossas bocas se encontraram mais uma vez, desci minhas mãos até a sua calça abrindo a mesma e deixando que ela escorresse por suas pernas, puxei sua cueca tirando a mesma e senti sua boca em meu pescoço me fazendo arrepiar de leve.
Suas mãos subiram até meus seios, apertando os mesmos que estavam livres do sutiã. Ele apertou, descendo as mãos até a minha cintura e me descendo da mesa. Suas mãos me viraram de Costa e eu pude sorrir quando ele deixou um tapa em minha bunda e em seguida apertou a mesma, deixei minha cabeça em seu ombro, sentindo os beijos dele, as mãos que deixavam meu corpo cada vez mais quente. Rebolei meu quadril e o ouvi suspirar baixinho.
-Eu senti uma falta da sua bunda, Mackie.
-Eu sei.
Falei convencida e pude ouvi seu sorriso, mas eu evidentemente não tive tempo de sorrir, porque em alguns segundos ele estava dentro de mim, me fazendo gemer e segurar a borda da mesa ao sentir meu corpo preenchido pelo dele. Noah segurou meu cabelo e o puxou, enquanto suas estocadas ficavam mais rápidas e profundas, fazendo meu corpo inteiro implorar por cada mais.
Como sempre, nada daquilo era silencioso e muito menos puro. Os gemidos que saiam de nossos lábios eram altos, os beijos dele eram precisos e molhados, suas mãos tocavam meu corpo com possessão e se eu já não tinha me certificado daquilo, eu estava me certificando agora. Eu estava simplesmente viciado naquela criatura.
Fechei meus olhos quando o orgasmo me atingiu com força, me fazendo gemer alto apertando mais a mesa Entre meus dedos. Noah também chegou logo, me abraçando e me apertando contra seu corpo.
-Você mudou o corte de cabelo.
-Você gostou?
-E tem alguma coisa que você faz que eu não goste, Noah?
{...}
"When the lights go out
She's all I ever think about"-É como foi?
Perguntei enquanto estávamos deitados sobre o sofá grande, comendo alguns morangos e ele parecia tão em casa que era até assustador.
Estávamos no terceiro mês quase chegando ao quarto, e toda aquela fase de negação que eu estava tinha acabado. Eu estava nem aí mais que ele era casado ou toda aquela coisa.
Eu só queria mesmo que cada segundo que ele estivesse comigo, fosse único, fosse apenas nosso.
-Foi legal. Alguns shows, algumas entrevistas que antecedem ao lançamento do álbum... e você?
Estávamos semi nus no sofá, conversando como se fossemos dois adolescentes sem mais nada pra fazer na vida.
-Cuidei da Kylie e trabalhei. Nada de novo.
-É sentiu saudades de mim?
-Você acha que não? Apesar que a gente conversou muito durante esses dias.
-Sim. Mas você sabe que nunca é de verdade se você na está lá não é?
Ele olhou pra mim e sorriu passando um braço atras da sua cabeça, e eu abri um sorriso idiota é apaixonado pra ele.
-Então, eu vou pra casa amanhã pela manhã. Essa noite eu sou todo seu.
-Você é mesmo. Porque o jantar hoje é pizza e você tem muito trabalho a fazer, Hemmings.
-Eu tenho é? Vai me dizer que comprou aquelas coisinhas bonitinhas que você usa?
-Aham. Comprei varias, mas não vou vestir hoje. Você já vai me deixar mais pelada mesmo.
-Eu adoro você sabia? Porque você é iguaizinha a mim. Uma safada
Ele deu um tapa na minha bunda e eu sorri me levantando e deixando a bacia de morangos sobra a mesa e me sentando em seu colo, começando a deixar beijos por sua barriga, pescoço até chegar a sua boca onde eu mordi seu lábio inferior devagar.
-Então eu ser safada e algo bom?
-É algo ótimo, meu amor.
Palavrinha que me deixou olhando pra ele por alguns segundo, enquanto ele me encarava como se não tivesse dito nada demais. Não era hora de fazer algo polêmico, mas aquela palavrinha tinha mexido comigo. Eu estava, encantada pelo Noah, isso era um fato. Um fato ótimo aliás, pra mim eu não sabia se era um fato bom pra ele.
-Noah, e se eu tiver sentindo...
-Não tem problema, Mackie. Pode ser que seja recíproco.
-Sério?
-Sério. Na viagem a única coisa que eu pensava era você, digo no sentindo amoroso sabe? Tipo, em algumas coisas eu imaginava você, e por isso que eu mandava tanta mensagem. O tempo foi pouco, Mackie. Mas eu não consigo explicar bem.
-Eu sei. Não precisa explicar.
Sussurrei de novo me inclinando e beijando a sua boca mais uma vez.
{...}
Depois que ele foi embora naquela manhã eu sentei no meu sofá, com a minha caneca deliciosa de chocolate quente já que chovia um pouco lá fora ,suspirei de leve me lembrando daquela noite e da saudade que eu senti do Noah enquanto ele esteve fora.
Alguns minutos se passaram e então eu ouvi a porta abrir e minha mãe entrar pela mesma. Ky veio na minha direção, me abraçando e me beijando contando como tinha sido legal na vovó. Minha mãe por outro lado me encarava seria, tão séria que eu me lembrei da minha adolescência.
-Ela deu muito trabalho?
-Sabe que a Ky não dá trabalho algum. Ela me contou sobre um...
-Sobre nada mãe. Já faz uma quantidade de tempo enorme que você não participa da minha vida, não vamos fingir que você se importa agora.
-Mackie...
-Eu estou cansada mãe. Esse dois últimos dias foram difíceis então...
-Tudo bem.
Ela assentiu e se despediu da neta, saindo pela porta sem se despedir de mim.
Minha mãe era um caso complicado, tão complicado que nem eu conseguia entender. Ela não me ajudou quando eu quis ser ajudada, não me socorreu quando eu precisei que ela fizesse, agora ela tenta compensar tudo ficando com a Kylie. Que não é mais que a obrigação Dela.
Peguei o elástico dentro da bolsa, segurando meu cabelo e amarrando ele em um rabo de cavalo alto, vendo que a Ky já estava sentada sobre o sofá com o meu celular na mão.
Enquanto ela se distraia com um desenho qualquer, eu fui começar a organizar as coisas pro nosso almoço. Já que como nos outros dias seriam apenas eu e ela.
{...}
-Oi.
-Oi.
Atendi meu telefone com um sorriso enquanto fechava a porta do quarto da Ky, depois de me certificar que ela estava de fato dormindo.
-Tudo bem por aí?
-Sim. Nenhuma novidade... quer dizer daqui um ou dois meses a meninas nascem. Mas, você não quer falar sobre isso.
-Não. Quando você me liga eu acho que prefiro guardar esse momento pra gente.
-Certo. O verão tá chegando.
-Sim. Eu acho que vou viajar com a Ky pra Praia. Eu convidaria você...
-Estarei trabalhando. Mas quero levar você a Praia, na verdade estava pensado em uma viagem, mas sabemos que precisaria de um quarto a prova de lentes.
-Estou bem assim, Noah. Quando isso melhorar a gente viaja.
Falei sorrindo enquanto permanecia escorada na porta do meu quarto, olhei as minhas unhas recém feitas e suspirei baixinho.
-Você acha mesmo que a gente pode se apaixonar?
-Você não?
-Eu não sei.
-Porque não?
-Porquê fico com medo, medo de você não sentir a...
-Não vamos começar com isso, Mackie. Vamos só deixar isso acontecer.
Ele tinha razão, muita razão naquele quesito.
Ficamos conversando por alguns minutos mas, logo eu desliguei o telefone e suspirei caminhando até a minha cama pra ter uma deliciosa noite de sono, porque convenhamos, eu estava precisando.
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If Walls Could Talk
RomanceUma história sobre um amor que nasceu do segredo, do proibido, do que ninguém mais esperava que aconteceria. Será que eles vão sobreviver a esse amor? Um amor que só pode, sobreviver por Entre as paredes?