12. blonde hair and green eyes

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MELISSA

- As pessoas vão querer saber o que encontramos lá fora. - Jace dizia, ajudando Raphael a colocar Simon, o melhor amigo de Clary, em cima de algo que parecia uma cama de concentro para rituais. Eu nunca havia vindo nesse lugar do Instituto, mas acho que era aqui onde eles guardavam as coisas usadas de celebrações ou até mesmo verdadeiros rituais. 

- Eu cuido disso. - Alec falava parecendo querer ajudar. - Ninguém irá descer aqui. 

Ele passava por mim com passos fortes e subia uma escadinha que dava acesso aos fundos do Instituto. O mundano deitado no pedaço de concreto estava pálido e sem cor em seus lábios. Me encostei em algum dos móveis empoeirados daquele lugar, sabendo exatamente o que viria a seguir. 

- Posso até ser um vampiro, mas fui criado sendo um católico. - Raphael falava, fazendo uma cruz. Não pude deduzir se aquilo era sarcástico ou ele realmente estava falando a verdade. 

- Sem enrolação! - eu disse pela primeira vez depois que eu entrei naquele lugar. - Os vampiros mataram um mundano e, mais uma vez, romperam os Acordos. Matar Simon, é cravar uma guerra. 

- Os vampiros não, mas Camile sim. - ele disse e eu revirei os olhos. - Em nenhum momento alguém apoiou o que ela estava fazendo 

- E pelo visto também não a impediram de fazer. - eu rebatia. 

- Como podemos saber que você está falando a verdade? - Jace entrava no meio de nós dois. 

- Eu poderia ter me livrado do corpo. Porém, o trouxe aqui. Eu não quero problemas com nenhum Caçador de Sombras. - Raphael disse olhando para mim. Então, ele estava querendo levar a brincadeira mais a sério. Ótimo. 

- Boa escolha... - Izzy falava observando o corpo a sua frente. Ela parecia...  bem, pelo menos melhor do que a situação em que a deixei sozinha no quarto. 

- Eu avisei para Simon ficar longe. Mas Camile deu um prova de seu sangue e, como um belo viciado, ele voltou ao DuMort querendo mais. 

- A única razão pela qual Simon voltou para lá, foi por sua causa! - Clary aumentava o tom de voz. Ela já tinha os olhos marejando. - Você o sequestrou. Você o entregou para Camile! 

- Eu nunca quis que aquilo tivesse acontecido. - ele a interrompia. Ah não, Fray. Não caia nos encantos de um vampiro com um casaco de couro bonito. Clary já se encontrava em prantos chorando por cima do corpo do melhor amigo. 

Raphael sentou em um banco empoeirado no outro canto do  cômodo e me olhou. Ele sabia que eu sabia que tinha um jeito de contornar aquela situação. Um jeito em que Clary teria seu melhor amigo, literalmente, para sempre. Jace e Isabelle se entreolharam sem saber o que fazer e eu bufei. 

- Existe um jeito de trazer o Simon de volta. - eu falei. E os três caçadores me olharam. Jace, com certeza, se perguntava internamente como eu sabia daquilo. Tinha visto Raphael fazer aquilo inúmeras vezes com adolescentes desesperados por uma vida eterna. - Simon está numa transição de sangue, ele pode ser ressuscitado. Vocês deveriam ter prestado mais atenção nas aulas de Hodge! - eu contornava a situação. 

- Não.. - Jace e Isabelle negavam em união. 

- Então, eu posso trazer o Simon de volta? - Clary parecia considerar a ideia. Raphael concordou com a cabeça. - Vivo e respirando? 

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