8. the night is dark and full of terrors

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(escutem esse cap ouvindo ''lovely'' da billie eilish feat

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(escutem esse cap ouvindo ''lovely'' da billie eilish feat. khalid!)

Pensei ter encontrado um caminho
P

ensei ter encontrado um jeito, sim
Mas você nunca vai embora
Então eu acho que tenho que ficar agora

MELISSA

- Vocês vão ficar me ignorando o caminho todo? - eu perguntava para Jace e Alphen. - Clary está a salvo, Luke Garroway é o novo alfa. O que tem errado com vocês?

Desde quando eu e os meninos tínhamos saído da casa de Magnus e deixado Alec lá, nenhum dos dois abriu a boca pra falar comigo. Eles só me ignoraram por 15 minutos!

Bufei e passei por eles, parando em frente aos mesmos. Eles passaram por mim e eu repeti o ato, colocando a mão no peito deles.

- Ok. Eu já sei o que é isso! - eu falava. Por milagre divino, eles pararam. - Somos iscas para Valentim nessa rua e eu não vou sair daqui enquanto vocês não me disserem o que aconteceu pra vocês me tratarem assim.

- Alec deve saber. - Jace falava seco. Ah, mentira. Ele não podia estar daquele jeito só porque Alec me ajudou.

Alphen concordou com a cabeça e eu senti um bolo de raiva se formando na minha garganta. Eles estavam sendo ridículos!

- Eu vou fingir que eu não acredito nisso que eu ouvi... - eu segurei as lágrimas. - Na verdade, vocês querem saber a verdade? Vocês são ridículos. Ridículos por me criticarem ao invés de me ajudar!

Oh, espero que algum dia eu consiga sair daqui
Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar um perto
Quero me sentir vivo, não consigo enfrentar meu medo lá fora

- Você escondeu isso de mim, Melissa. Você escondeu que tomava antidepressivos por conta disso! - Alphen elevava a voz.

- Eu não escondi! - eu gritava. - Eu fui abusada. Que parte vocês não conseguem entender que não foi culpa minha? Eu não preciso esconder isso de ninguém, mas dói! Dói saber que o meu pai, quem devia me proteger, fez totalmente o contrário!

Nessas horas, eu já berrava e chorava no meio da rua desesperadamente. Eles estavam sendo ridículos e desrespeitosos. Ao invés deles me ajudarem, eles estavam agindo como crianças.

Não é adorável, ficar sozinho?
Coração feito de vidro, minha mente de pedra
Rasgue-me em pedaços, pele e osso
Olá, bem-vindo ao lar

- Meu pai te amava! - Jace vinha pra cima de mim. Se Alphen não tivesse entrado na frente, ele poderia ter me agredido. - Ele te colocava na frente de tudo, até mesmo de mim!

- Você sempre acostumou a ser o centro das atenções, não é? - eu cuspia aquelas palavras com um ódio que eu desconhecia por mim. - Micael nunca me amou, e, de certo ponto, eu sou grata a ele por isso. Assim, eu não sou mimada igual a você.

Jace foi para trás, passando a mão no cabelo enquanto Alephen não sabia pra que lado ir.

Andando fora da cidade
Procurando por um lugar melhor
Algo está em minha mente
Sempre no meu espaço vazio

- Eu cansei de viver na sua sombra, Jace. - eu falava entre soluços antes de me virar e, literalmente, correr para casa.

✸✸✸

Quando eu cheguei no Instituto, eu não queria ver ninguém. Nem Maryse, nem Clary, ninguém. Eu já tinha me recuperado, nada que alguns bons minutos de ar fresco não resolviam. Passei pela Central e pude ver só algumas pessoas que iriam cobrir a madrugada. Novatos, provavelmente. A única vez que eu precisei de ficar de guardinha foi quando eu tinha quatorze anos, e foi só porque eu tinha saído e não tinha voltado ''no horário certo''.

Quando entrei no meu quarto, levei a mão a minha boca para abafar o grito de susto.

- Robert? O que você tá fazendo aqui? - eu dizia, ainda surpresa pelo fato de Robert Lightwood estar ali. - Pensei que fosse ficar em Idris até o fim do mês!

- Eu sei que você sentiu minha falta, e sim, eu cheguei mais cedo. - ele vinha com um sorriso enorme me abraçar. - É ótimo te rever novamente. - ele me soltava. - Trouxe um pequeno presente de Alicante...

Ele foi o primeiro da família Lightwood que eu conversei. Ele também foi o único, durante muito tempo, que sabia sobre o que Micael já tinha feito pra mim. Aliás, ele foi quem me ajudou a comprar os antidepressivos. Ele era meu pai.

- Eu sempre adorei voltar pra casa pra ver o seu sorriso e o de Isabelle quando eu as trago presentes, é a melhor coisa da minha vida. - ele me entregava uma caixinha de veludo vermelha e eu a abri, exibindo o sorriso que ele adorava.

Dentro da caixa tinha um par de pulseiras com alguns pingentes. Na mais fina, tinha apenas alguns detalhes na própria pulseira. Na mais grossa, tinha algumas runas como pingentes. Elas eram as coisas mais lindas do mundo.

- Eu adorei! - eu disse com adoração ao presente. - Obrigada, Rob. - eu o dava um outro abraço. Deixei a caixinha no criado mudo ao lado da minha cama e sentei na mesma, ele sentou ao meu lado. - Então, quando vai me contar o que realmente te trouxe de volta tão rápido?

- Alicante está uma loucura com essa coisa da filha de Valentim, mas eles também descobriram outras coisas... - ele olhava pra mim. Ah, pelo Anjo.

Eles tinham descoberto de Micael. Mas, como?

- Como eles descobriram? - eu fui direta.

- Alexander escreveu um relatório, e bem no final, falava da situação que você havia vivido. A Diretoria está observando o que vão fazer. - ele pegava a minha mão. - Não se preocupe.

- Não tem com o que se preocupar já que Micael está morto! - eu dizia, franzindo a testa. - Robert, eu sei que a Clave não perderia o tempo precioso que eles têm, se preocupando com um cadáver.

Ele respirou fundo e deu um mínimo sorriso. Alguma coisa havia acontecido em Idris. Ele se inclinou e deu um beijo na minha testa.

- Vá dormir, querida. - ele dizia se levantando. - A noite é escura e cheia de terrores.

Ele deu um último sorriso e me deixou ali, com milhares de pensamentos na cabeça.

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