16. rise up (part. 2)

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MELISSA WAYLAND

- Graças a Deus! - Clary falava, quando me via. - Não pensei que vinte minutos se passariam tão devagar... 

- Você precisa acalmar seus nervos... - eu a aconselhava. - A pressa é a inimiga da perfeição. 

Ela abria um sorriso aliviado e revirava os olhos. Olhei para Simon, que estava meio desnorteado ainda. Pelo visto, ele ainda estava com fome. 

- Você está bem? - perguntei ao vampiro, que apenas balançou a cabeça afirmando. - Então vamos entrar. Tenham cuidado com o que falam e não parem de me seguir... 

Passamos pela entrada do hotel e seguimos em direção a escada de emergência. Era esse o trajeto que eu sempre fazia para chegar ás escondidas. Subimos alguns lances de escada até chegarmos no último, onde Raphael estaria. 

- Eu sabia que você ainda se lembrava do caminho. - ele falava quando nos via. Veio até mim com um sorriso no rosto e parou a centímetros de distância. - Agora, me fale o motivo de virem para cá com o Cálice Mortal. 

Eu sabia que ele achava que o Cálice estava com nós, mas, como sempre, estávamos a dois passos á frente dele. Se era isso que ele queria achar, então que ele se iluda com o próprio achismo.

- Nós não estamos com o Cálice Mortal aqui, Raphael. - eu falava, passando por ele e indo em direção ao grande sofá dourado. 

Por mais antigo e sofisticado que o DuMort seja, os vampiros precisavam de um arquiteto desse século. A decoração ostentadora que eles esbanjavam não era nem um pouco agradável aos olhos de quem realmente sabe o que é decoração. 

Raphael se aproximou de Simon para falar algo, mas depois de afastou rapidamente. Um cela descia do teto, encurralando Simon e Clary juntos. Raphael tinha ficado doido. 

- Você perdeu sua cabeça? - eu pulava do sofá. - Ele vai matar ela! 

- Claro que não... - ele virava para Clary e Simon, debochando. - Eles são amigos, não são? Ele não seria capaz de fazer uma coisa dessas.  

- Raphael, solta eles agora! - eu ameaçava. 

- Isso mantém eles longe do meu povo e meu povo longe deles. Se ficarem por aí perambulando, vão sentir o cheirinho de sangue de anjo a metros. Isso é uma medida de proteção. - ele se virou para Simon. - Se você sentir fome, é só gritar. 

Podia sentir o ódio que Clarissa estava sentindo por Raphael a quilômetros de distância. Ela bufava e revirava os olhos mais vezes que ela pudesse contar, enquanto Simon segurava resistentemente nas barras da cela. Ele estava lutando para não fazer nada com a amiga. 

- Você não vale a roupa que veste. - eu falava para Raphael assim que ele sentava ao meu lado. - Nós só vamos precisar ficar aqui por mais quinze minutos. Não tem necessidade disso tudo.

Ele arrumava seu paletó e pegava uma imensa taça de Bloody Mary e a virava em poucos goles. 

- Eu não quero que minha prova contra Camile seja morta. - ele falava, singelo. 

- Eles não vão matar Simon. Ele é um de vocês agora. 

- Não finja que nunca viu um vampiro matando o outro. - ele arqueava as sobrancelhas. Realmente, eu tinha visto aquilo mais vezes que eu gostaria de admitir. - É só uma questão de resistência. 

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