The road to the happy ending

A questão nem sempre é o perdão

Mia

A semana de provas chegou ao fim e Julie tem ficado mais em casa, Tony está quase todos os dias ocupado nos falamos pouco nos últimos dias e o desconforto está cada vez pior quando o vejo, parece que se formou um muro entre nós sinto que estou voltando ao passado e isso é perturbador e desesperador, os enjoos matinais se tornaram rotina e não posso ver carne na minha frente estou virando um coelho de tanto comer vegetais. Ainda não vi o bebê, mas fui a uma farmácia e comprei um teste que diz a quantidade de semanas (teste de gravides digital), mas ainda não tive coragem de fazer sento na privada e fico observando a caixa e relendo como usar e por fim abro vejo que parece um termômetro é a primeira vez que faço isso em toda a minha vida não deve ser tão difícil. Sabe aquele choque que você toma quando se dá conta que realmente é um fato e que não tem pra onde correr? É exatamente esse momento que estou vivendo agora, é a primeira vez que realmente me dou conta que estou grávida, encaro o teste "quatro semanas e dois dias", é exatamente essa quantidade de tempo que ele ou ela está comigo, sinto o medo invadir meu corpo e penetrar em minhas veias. Esse é o momento que não sei o que fazer, e é mais uma das milhares primeiras vezes que me esperam, eu serei mãe em alguns meses terei um bebe... Mia você será mãe, quando finalmente a ficha cai de verdade começo a chorar, quero que saia tudo, não quero sentir nada, quero esquecer essa semana horrível que Tony esteve sumido, quero esquecer esse vazio que preencheu meu peito, quero tirar toda a dor que entrou em minha alma, não quero ser quebrada de novo, Tony não me quebre. – fico com o rosto entre meus joelhos deixando as lágrimas rolarem. – Não quero amar alguém tão distante, não quero ficar sozinha. – sinto Julie me abraçar, ela afaga meus cabelos sem dizer nada. Ficamos lá juntas enquanto tudo ao meu redor desaba, não consigo pensar claramente só quero voltar, quero voltar a ser eu mesma, preciso me reerguer, preciso...

- Cookie vamos sair. Vou te levar para um lugar legal.

Julie me pega pela mão e as chaves do carro e saímos do apartamento, ela não fala muita coisa apenas me observa a sensação do meu peito persiste como se eu soubesse que algo muito ruim aconteceria, como um avisa cósmico. Quando paramos no sinal vejo Tony e uma mulher juntos conversando quando Julie vê também ela pega a minha mão e a aperta.

- Mia olhe para mim, não pense em nada apenas não olhe para eles. Se for até eles agora vai se arrepender mais tarde.

O sinal abre e Julie pisa fundo enquanto os observo pelo espelho retrovisor, ele tem um papel na mão e isso me deixa aliviada de certa forma, me enterro no banco do carro e fecho meus olhos deixando aquela cena para trás.

Chegamos a um lugar onde tem vários "brinquedos", simulação de corrida de moto, basquete, boxe, dança. Seguimos para as motos e programamos para modo fuga.

- Cookie vamos fugir por aí?

Solto uma risadinha e a fuga começa, senti a adrenalina entrar no meu corpo tirando toda a tensão que estava acumulada, penso nas vezes que fui ignorada e na mulher que vi hoje com ele, acelero a moto mesmo sabendo que já despistei a polícia a quilômetros atrás, viro a cabeça e Julie está tentando me alcançar, desacelero e ela se aproxima.

- Obrigada Baby. – digo enquanto vira as motos em uma curva fechada.

- Isso é incrível! Por que nunca fizemos isso antes?

- Acho eu nunca precisamos tanto fugir de alguém.

- Tem razão. Faremos isso mais vezes.

Depois que a simulação termina descemos das motos e vamos para o basquete. Pego uma bola e digo.