Duas amigas, dois amigos, duas histórias que se entrelaçam, sonhos, intrigas e uma entrega à vida apaixonante. Até onde cada um vai por seus sonhos.
Descobertas sobre o passado, aceitação, caminhos que se juntam de tal forma que se torna impossíve...
Eu sempre fui meio solitária, mesmo na escola enquanto os outros sonhavam em estudar para trabalhar com seus pais eu desejava ser mais, ir além do mundo que minha família vivia meu pai sempre trabalhava até tarde e minha mãe estava sempre sozinha, meus irmãos e eu nos dedicávamos aos estudos, pois sempre existiu uma enorme cobrança em cima de nós, até que em uma manhã ensolarada alguém se mudou para a vizinhança, isso me distraiu completamente, curiosa fui para a sacada do meu quarto e fiquei observando os trabalhadores indo e vindo com caixas enormes, e então pouco depois um carro branco Toyota RAVE4 estacionou junto a casa, (por que eu sei nomes de carros? Meu pai sempre me disse que os melhores clientes têm bons carros e a partir daí passei a decorar todos os nomes de carros que passavam.).
Quando me dou conta da hora volto para meu quarto, já é hora de descer e eu ainda nem me arrumei, (a onde estou com a cabeça?!) termino de me arrumar e ouço a voz de minha mãe no corredor nos chamando, pego minha mochila e desço correndo as escadas em direção á cozinha pego uma torrada de cima da mesa e calço meus sapatos, vou em direção á frente e nosso motorista já está esperando e percebo que sou a última a chegar. - Bom dia senhorita Amber, diz nosso motorista sorridente.
Meus irmãos nem tiram os olhos dos livros e dizem para o motorista seguir.
Chegamos à escola que está como qualquer outra manhã sento na minha cadeira de sempre e o dia transcorre normalmente até que a professora anuncia:
- Amanhã teremos uma nova aluna em nossa classe, por favor, a recebam bem. Classe dispensada.
Seguimos para casa, e no instante que chegamos vejo que nosso pai esta em casa, tiro meus sapatos e entro na cozinha, vejo minha mãe totalmente concentrada no almoço e meu pai na sala de estar falando com alguém no telefone, subo para meu quarto e algo chama minha atenção, vejo uma garota ruiva cantando alguma música fico observando e ouço a letra...
I want to get louder
I got to get louder
We 'bout to go up baby, up we go
We 'bout to go up baby, up we go
We're blowing out speakers
Our heart a little clearer
We 'bout to go up baby, up we go
We 'bout to go up baby, up we go
A penas consigo ver o vulto dela dançando e cantando com o fone em seus ouvidos, então a garota se vira e me vê, ela acena para mim e sorri calorosamente instintivamente aceno de volta e ouço a voz da minha mãe me chamando para almoçar. -------
Almoçamos em silêncio, e gradativamente todos saem da mesa, apenas eu e minha mãe ficamos lá, assim que terminamos de comer ajudo minha mãe com a louça os olhos dela parecem sombrios demais, tenho medo de ficar como ela.
Passo a tarde estudando e ouvindo risos vindos da casa ao lado, me pergunto o que há de tão engraçado?!
Na manhã seguinte acordo mais cedo do que normalmente para não me atrasar, visto meu uniforme, escovo os dentes e meu cabelo, e desço as escadas com minha mochila nas costas então minha mãe no momento que me vê diz entregando uma cesta de frutas em minhas mãos:
- Filha, vieram vizinhos novos ontem, vá lá e entregue essas frutas antes de ir para a escola, okay.
- Tá bom mãe. Apenas concordo mesmo não gostando da ideia.
Tomo meu café e saio de casa com a cesta nas mãos, peço para o motorista me esperar e sigo para a casa vizinha.
Toco a campainha e um homem aparece vestindo um terno e com um chapéu na cabeça, logo imaginei que fosse o motorista, ele me pergunta algo, mas, não entendo, pois estava distraída com a cena que vi logo atrás, uma mulher com um vestido até os joelhos floral e um coque na cabeça beijando a testa da menina ruiva que havia visto aquela tarde, então ele pergunta novamente:
- Senhorita, com quem gostaria de falar?
Fico vermelha na hora e respondo:
- Gostaria de entregar essa cesta de frutas aos novos vizinhos.
O motorista me explica que estão de saída e se eu me incomodaria de visita-los em outro momento, entrego a cesta e me direciono de volta para o carro.
Aquela cena dança na minha cabeça até chegar à escola, assim que entro na sala vou em direção a minha cadeira e minutos depois a professora entra com a mesma garota sorridente que tinha visto pela minha janela, a professora pede que ela se apresente e então ela começa:
- Muito prazer sou Mia Blossom tenho 12 anos e a partir de hoje estarei estudando com vocês.
A única cadeira vazia era a que ficava do lado da minha, ela veio em minha direção sorrindo e me deu sua mão dizendo:
- Muito prazer, pode me chamar de Mia! E você qual o seu nome?
- Muito prazer Mia, pode me chamar de Julie.
A partir daquele dia nos tornamos inseparáveis.
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