su casa mi casa_

734 67 53
                                    

"Essa mulher é a mulher que eu mais admiro da minha vida. Deus, obrigado por me dar uma mãe maravilhosa dessa!"

Fiquei trocando mensagens com Yuri, mas ele só sabia dizer sobre seu "show" como DJ, queria ter ido ver ele, mas tive que ficar. Meu pai ficou me perguntando coisas sobre Talita, parece que ela havia ido reclamar com ele sobre eu não estar mais demonstrando carinho por ela.

— Talita me disse que vocês não se beijaram e nem transaram mais. —que tipo de namorada fala sobre o relacionamento ÍNTIMO com o sogro?

— Pai, isso meio que é particular. —resmunguei.

— Estou preocupado com você. Esta se sentindo incapaz? Quando eu tinha sua idade eu era um dos maiores pegadores! —ele diz com tanto orgulho sobre seu ano de glória.

— Mas eu não sou o senhor. —respondi com certa rispidez na voz.

— Deveria seguir meus passos, se seguir se tornará um homem de caráter! —eu já estava com certo desconforto na presença dele. Talvez porque eu tenha me descoberto gay, bi ou yurissexual.

— Posso ir? —não custa nada perguntar, só queria sair dali e ir ver as repostas do Yuri, queria marcar de sair com ele, ainda tenho esperança de que vou transar com ele!

— De maneira alguma, vamos ter um momento de pai e filho! Quero mostrar para o mundo o filho que eu tenho. Um verdadeiro homem, como seu irmão! —um fato, odeio que me comparem ao meu irmão.

— Ah, claro...—dei um longo e cansado suspiro, queria seriamente que o dia passasse o mais rápido possível.

Quando foi que eu comecei a agir assim? Sempre gostei de passar o dia com meu pai, talvez eu tenha medo do meu pai, vejo como ele fala dos homossexuais. Senhor Jesus, porque tu me fez gostar de homem, mais específico, do Yuri!

— Vamos? —sai dos meus devaneios assim que escutei a voz dele.

— Claro. Onde vamos? —qualquer lugar que eu for com ele vai ter muita gente, isso já me deixou meio receoso.

— Descobri que vão fazer um encontro com os meus eleitores! Quero aparecer lá. —pronto, agora eu teria que ouvir os eleitores dele o bajulando.

___________________________________

Assim que chegamos onde estava ocorrendo o encontro, meu pai saiu do carro e em seguida seus seguranças que estavam MUITO bem armados o seguiram, aquilo me deixou tranquilo. Tudo bem que ele faz bastante besteiras, mas continua sendo meu pai, sangue do meu sangue e eu não gostaria de vê-lo sendo morto ou esfaqueado novamente.

Fiquei encostado no carro, de lá conseguia ouvir o nome do meu pai ser gritado, até que começaram a falar coisas que me deixaram bem incomodado, ouvi pessoas sussurrando sobre os homossexuais. Claro, eleitor do Bolsonaro, como eu pude esquecer que a grande maioria é a favor da família tradicional brasileira

— Gostaria de mostrar o meu filho! Um homem com um futuro brilhante! Assim como eu e o meu filho mais velho. Venha Renan, suba e fique ao meu lado! —ouvi meu pai falando no microfone. Neguei com a cabeça algumas vezes, porém recebi um olhar de fúria vindo do meu pai.

Sem muitas escolhas, apenas segui em frente e subi no palco, sorri amarelo para todos que estavam ali. Eu estava realmente surpreso, havia bastante gente com placas com o nome de "Bolsomito", esse com toda a certeza era o pioror apelido que haviam colocado nele. Fiquei ali ouvindo meu pai por horas, ouvia as pessoas gritarem coisas que eu não dava a mínima para tentar saber o que diziam, na minha cabeça só passava coisas que envolviam Yuri. Ele já estava virando meu vício, eu definitivamente estou me jogando no poço.

Ser filho de uma figura pública era bem legal, mas agora que minha vida particular pode ser explanada a qualquer momento, acabou de deixar de ser algo legal. Não pedi para ser filho dele, mas também não vou reclamar, tive coisas boas, escola boa, casa boa e tudo o que uma criança gostaria. Só de imaginar que ele poderia me matar ou me expulsar de casa por gostar de outro homem, já me deixa bem triste. Posso contar com a minha mãe, isso ela já deixou bem claro.

Vi que na praça onde estavam fazendo a homenagem para o meu pai, tinha um casal gay. Claro, não passaram despercebidos pela multidão de bolsominion. Os meliantes começaram a gritar coisas ofensivas e em seguida colocando o nome do meu pai, aquilo já me deixou no limite do limite. Peguei o microfone da mão do meu pai e gritei:

— Calem a boca! Puta merda, deixem os caras! —naquele momento as pessoas que estavam gritando me olharam, senti minha barriga embrulhar.

— O que está fazendo? —perguntou meu pai em um tom baixo para que apenas eu pudesse ouvir.

— Eles estavam agredindo verbalmente duas pessoas, não é desse modo que eu fui criado! Fui bem educado e sei quando passam do limite. —fiz questão de permanecer com o microfone perto da minha boca, queria que todos ouvissem. —Vocês se dizem pessoas de bem, mas olha o que fazem! Acham mesmo que fazer isso vai mudar algo? Puta que me pariu, vocês são muito estúpidos. Tô pouco me fodendo se depois vou receber ameaças ou sei lá o que, mas, VÃO A MERDA! —gritei a última parte, estava me sentindo tão mais aliviado. —Vou embora.

Desci do palco e comecei a caminhar sem rumo algum, talvez eu vá para a casa de algum amigo ou melhor, vou para a casa do Yuri. Lá eu sei que vou ter um parceiro e que irá me acolher. Parei em algum lugar, e chamei um táxi, até porque ele morava bem longe de onde eu estava.

___________________________________

— Hey! O que faz aqui pequeno Jair? —seu tom de voz e brincalhão.

— Estou de cabeça cheia, precisava de alguém! —resmunguei.

— Então entre! mi casa su casa! —ele me deu passagem. —Bom, temos pipoca e um bom filme. O que acha?

— Adoraria participar. —sorri —Qual o filme?

— Uma noite no museu! Vamos assistir todos os filmes. —ele respondeu com toda a alegria do mundo.

— Puta merda, vamos assistir outras coisa. Seu gosto para filmes é de criança!

___________________________________

Eu tô bem, não vou parar com a história, maas eu fiquei doente nesses dias e tô tomando remédio. Então relaxem.

QUE DEUS NOS PROTEJA CASO O JAIRDEMON VENÇA.

O filho do inimigo do meu pai_Onde histórias criam vida. Descubra agora