Six.

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Carmen não parecia ter apenas um ano de América

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Carmen não parecia ter apenas um ano de América. Ela caminhava pelas  ruas de Manhattan como se soubesse exatamente onde estava indo, com uma expressão corporal tão segura que era admirável. Caminhamos juntas até  chegarmos ao enorme prédio onde a festa acontecia. O segurança na porta sorriu para Carmen, deixando nós duas entrarmos sem perguntar sequer quantos anos eu tinha. Com certeza a maquiagem forte que Carmen havia  feito em mim disfarçou minha cara de criança doente.

O prédio estava lotado de pessoas bem vestidas, que passavam pelos  corredores rindo e com bebidas nas mãos. Todos pareciam ser bem mais velhos, o que mostrava que nossa festa não era a única acontecendo ali.  Entramos juntas no elevador, retocando a maquiagem no enorme espelho que nos rodeava. Vi que Nate estava me ligando, mas resolvi não atender. Eu ainda estava chateada com o que havia acontecido e agora estava no modo  "cantora iniciante que vai para sua primeira festa em NY fazer amizades importantes". Se tinha algo que eu sabia sobre a fama, era que o importante eram as pessoas com quem você estava envolvida. Nate teria que esperar.

Carmen deu o braço para mim, saindo comigo do elevador e logo passando pela enorme porta de vidro que nos levou à festa. A música estava alta, com muitos jovens conversando e tirando fotos juntos. Muita  gente da escola estava lá, porém eu nunca tinha visto metade das  pessoas que dançavam no meio da sala. Carmen avistou um grupo de garotos ao longe, correndo até eles e me deixando sozinha. Senti meu celular  vibrar novamente, percebendo que Nate estava insistindo. Não conseguia esquecer o que havia acontecido na noite anterior, então não estava a fim de atender. Desliguei meu celular, a fim de não ser importunada.

Vi um palco ao longe, com algumas pessoas subindo para cantar de vez em quando. Aquele era o palco do Outonokê, onde o pessoal da escola era ouvido não só pelos outros alunos como também pelas pessoas desconhecidas que estavam na festa. Era exatamente aquilo que eu queria...

- Posso te dar algo para beber? - perguntou a voz atrás de mim.

Virei-me rapidamente, surpresa ao sentir alguém falar tão perto do meu ouvido.

Era Bob.

- Não... quer dizer, pode! Eu cheguei agora e preciso beber alguma coisa.

Ele deu um enorme sorriso para mim, segurando minha mão e beijando-a.  Em seguida, vi Bob olhar atrás de mim e fazer uma cara feia. Virei-me  para ver que assombração o tinha chateado.

Era Lip.

- Já vi que conheceu minha amiga - disse Lip, estendendo um copo para mim. Eu não sabia o que era, então não peguei.

- Sua amiga? - perguntei, cruzando os braços - não sabia que humilhações geravam laços de amizade.

Ele sorriu, escondendo o rosto atrás de um dos copos.

- Mas a gente troca muitas mensagens... - disse, mostrando já estar bêbado por conta da moleza ao falar.

- A gente não troca mensagens, Romano. Você escreve e eu leio.

Entre Amores e Sonhos [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora