O que há em mim...

Embriagado

Tomo a saudade em suaves goles
Forçado a me embriagar
Meu único desejo, é me afogar a cada dose
Me sinto vazio
De peito aberto
Onde ontem havia um coração de pulsava bem mais forte quando te via, pois nele você fazia moradia
Hoje, não há mais nada
Existe um peito ferido
E no vazio
Acomodando a dor e a saudade, me causam frio.

Sorrindo para os outros
De forma mecânica
Digamos um espasmo .
Nunca pensei que pudesse fingir tão bem
Falar de você, até com um certo desdém.

Com o peito aberto,
alma dilacerada
Dói até para respirar,
Sem você, não sou nada.

Tomado pelo vazio
Me embriago de saudade
Acompanhado pela tristeza
Um prato de petiscos à mesa
Ao observar, é meu coração à milanesa

Quando a conta chegou
Não sei se para meu desespero ou apenas dor
Me foi servido:
Saudade
Desespero
Meu coração
Tristeza
Ausência e dor.

O preço foi alto
Mas eu paguei.
Pois lhe subestimei
Como foi caro, pagar por sua ausência.
Saí trôpego
Meu pranto virou rio
Onde a esperança foi jogada
Ali abandonada
Seguindo para um oceano de solidão

Eu grito seu nome...
E ninguém responde.
Sua imagem gravada em mim
Eu só espero pelo tempo
Eu só espero pelo meu fim.

- Igor Setta -