Capítulo 4

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Em casa, sou recebida pelo silêncio que se instala, quatro seguranças escoltam a porta passamos por eles entrando na cobertura, puxo meu casaco sinza me encolhendo.

— Vamos assistir a um filme?  — a pergunta me surpreende me fazendo lembra de como sempre  faziamos isso quando ele era ainda normal, não respondo ele me puxa para o sofá

— Qual você quer? — ele não espera resposta, liga a tv e escolhe um filme aleatória de comédia, sou puxada para mais perto com as mãos ele me aperta. Durante o filme não soltei nenhuma risada, ele ao contrário dava altas gargalhadas me sacudindo provocando dores intensas,  na metade do filme ele desliga a tv, não compreendo a súbita mudança de comportamento, a expressão que antes era descontraída e alegre se torna fria e rígida.

— O que há com você?  — cruzo os braços baixando a cabeça — ele suspira alto pondo as mãos na cabeça frustrado — Vai pro quarto Rachel, antes que eu perca a paciência.

Me levanto, pronta para ir para o quarto quando sinto um aperto em meu braço suas mãos vão aos meus ombros me sacudindo com violência

— Onde você vai!?

— Pro qu-ar-to — explico gaguejando

— Está doente? Cadê a minha esposinha respondona? —permaneço imóvel — Deu uma de Santa agora? Você não é obediente assim, acha que sou idiota? O que está armando?

Silêncio novamente

— ESTÁ ME ESCUTANDO PORRA!? —grita me sacudindo, assinto em positivo, ele me solta irritado, e sai me deixando sozinha, silenciosamente  subo as escadas entrando no quarto me deitando na cama, a porta é aberta

— Levanta! —manda ele, continuo deitada — eu disse pra levantar! — me pega pelo braço me fazendo ficar de pé  e encarra-lo é primeira vez depois do acidente que o encaro, olhos frios e penetrantes, lembranças ruins surgem ele me batendo, eu pedindo ajuda enquanto sangro no chão ele dizendo não, uma dor e medo entram no meu coração e a vontade de chorar vem com força, desvio o olhar para não ter que lembrar de como minha vida estava nas mãos dele e por pouco não morri, com uma das mãos ele me obriga a encara-lo

— Está com medo Rachel? — fecho os olhos esperando ele me bater, mas sou surpreendia por um abraço — ah meu amor não precisa ter medo de mim..—diz passando as mãos nas minhas costas em forma de carinho mexendo nos corativos de minhas feridas do espelho quebrado, não retribuo o abraço ele me solta, e me beija também não retribuo

— descanse — ordena me pegando no colo e pondo na cama como uma boneca de porcelana, um beijo em minha testa é dado, e a porta é fechada, meus olhos também se cansam e adormeço, quando acordo o sol entra pela janela e o despertador toca Justin foi para empresa então desligo o aparelho e me levanto disposta a tomar um banho, no banheiro faço minha higiene tomando cuidado com os curativos em minhas costas procuro não prestar muita atenção aos detalhes do meu corpo pois toda vez que dou importância ao estado em que me encontro sinto uma tristeza imensa, de banho tomado volto para cama para voltar a dormir, apenas me entrego ao cansaço exagerado e durmo novamente.
Horas depois beijos quentes me despertam

— É hora de acordar seu marido chegou — a voz diz percebo que já é noite ao ouvir a voz de Justin ingnoro sua tentativa de me acordar permanecendo de olhos fechados, ele desiste de mexer comigo, e vai para o banheiro ouço o chuveiro sendo ligado e me concentro em voltar a dormir mas minutos depois volto a ser incomodada — vamos jantar

Abro os olhos demoradamente

— Não tenho fome — minha voz sai tão baixa que se torna quase inadiável

— Eu não te perguntei se tinha fome, você vai levantar dai e comer — com brutalidade ele me paga no colo me pondo de pé mais minhas pernas desambam e ficando moles,  ele me sustenta, minha cabeça pende para o lado como se não tivesse firmeza ele me segura para que eu não caia — O que é que você tem!? Vamos pare dessa palhaçada!  Estou perdendo a paciência eu não caio nesse Rachel

— Não estou com fome...— balbucio porquê é verdade estranhamente não tenho fome apenas vontade de domir, ele me solta e caio de qualquer jeito na cama, mas não me importo permaneço do jeito que cai ele sai batendo a porta me deixando finalmente voltar a dormir.
Durante a semana que se passa a comida não tem sido minha prioridade, apenas dormir, pois não tenho tido vontade de fazer nada, as coisas essenciais em minha vida foram sendo deixados de lado, comer era essencial, não importa mais, me arrumar era essencial, já não é mais, enfrentar Justin era essencial, também não é mais, as vontades tem saído de mim a cada dia mais, e Justin?  Bem Justin  vem se tornado pior entrando em seu próprio mundo de psicopata

— Fala, fala pra mim —manda ele me beijando enquanto me viola

— Eu amo você — susurrro

— Repete linda quero ouvir de novo

— Amo você....

Dito isso ele atinge seu ápice e sai me deixando na cama, voltando de cueca, me encolho na posição fetal não me importando com nada além da dor

— Diga que me ama mais uma vez

Estou esgotada ele sobe na cama passando a mão sobre meu corpo dando uma palmada forte em minha  bunda

— Fala!

— Amo você — falo entre soluços

— Engole esse choro, não quero ouvir mais seus lamentos idiotas, você é uma inútil fraca.

As palavras permanecem no ar ele sai me deixando sozinha com meus pensamentos.
Meus dias se resumem a viver vegetando parando vez ou outra para obedecer suas ordens sem sentido, eu estava depressiva isso era fato depois do acidente me traumatizei, e percebi  que ele não exitaria em me matar e que eu estava vivendo e enfrentando um desequilibrado, o medo se apossou de mim de uma forma que me fez abandonar minha natureza forte e me tornar o que Justin disse um nada
   Estamos sentandos de frente um para o outro, Justin come naturalmente enquanto fico olhando para um ponto fixo meu prato permanece intocado não é novidade que eu não queira me alimentar de repente os talheres param de se tocarem meu rosto se volta para frente,  Justin me encara e limpando a boca com o quardanapo e se levanta, meu coração acelara quando ele para bem na minha frente e olha para meu prato em seguida para mim, é rápido quando ele derruba o objeto fazendo a comida se espalhar

— Come — manda me encarando, ergo as sobrancelhas olhando da comida no chão para ele me levanto indo em direção a escada quando sinto um puxão — Não ouviu? Eu disse pra comer —com um golpe ele acerta minha barriga me fazendo ficar de juelhos e com o pé ele chuta minha nuca em direção a comida no chão chuta tão forte que meu maxilar bate no piso me fazendo gemer de dor, ele ri quando meu rosto encosta na comida

— Porca vá lavar essa cara — fala puxando meu cabelo me deixando no chão, não sei quantas horas permaneço no chão incapaz de levantar até finalmente conseguir ir até a cozinha para lavar o rosto, enquanto lavo o rosto mãos me abraçam por trás

— Você está tão magra...—murmura apalpando meu corpo suavemente o carinho me desperta, me fazendo virar e encarar seus olhos.

— Eu odeio você — sussurro

— Mas o quê... — sem tempo para que ele raciocine enfio a faca que havia escondido  em sua pele seus olhos se arregalam quando o golpe o atinge, sangue escorre quando retiro a faca de seu peito, ele cai jogo a faca na pia e corro, pego a chave do apartamento abro a porta e corro em direção a liberdade.

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