Como prometido, estive em sua janela na noite seguinte. Ela estava aberta, então, dei um salto gracioso, plantando a sola dos meus sapatos no parapeito. Ela estava de costas, guardando alguma coisa em um criado-mudo de madeira.
- Eu estou aqui. -Disse com a voz suave, para não assustá-la.
- Você é muito pontual! -Morgana sorriu para mim, e percebi que sua camiseta longa,que ela usava como um vestido, estava com manchas coloridas de tinta. Percebendo que eu observava, ela deu uma risada.
- Eu sei, eu sei, eu sou desastrada. Acontece que eu pinto quando eu não estou lendo. Saca só.
Ela me chamou para olhar o que havia dentro da gaveta. Haviam tintas, pincéis e outros acessórios.
- Eu semprei gostei de arte. Lembro que meu pai comprava muitos quadros para enfeitar a nossa mansão. Gostava muito de admirá-los- comentei.
- Me fale sobre a sua vida humana. Eu tenho muita curiosidade em saber como era viver naquela época.- Ela parecia animada e nos sentamos na cama. Fitei seus belos olhos e pela primeira vez em mais de duzentos anos pude perceber que eram semelhantes aos de minha ex esposa. Tentei controlar minhas emoções ao máximo, para que mais fantasmas dos passado não pudessem escapar, mas respirei fundo antes de prosseguir com a palavra.
- Eu nasci e cresci em Nova Orleans, que nessa época era colônia da França. Meu pai era um senhor de terras muito rico, um dos mais ricos de todo o país. Nossa casa já foi anfitriã de bailes e festas da alta sociedade. Todos os tipos de nobres gostavam de nos visitar ocasionalmente. Tínhamos muitos escravos também, vindos de terras africanas.Ela parecia interessada. Pegou uma caneca de café que havia ao lado de sua cama e deu um gole, mas sinalizou para que eu continuasse.
Fiz um resumo de tudo o que eu havia dito ao repórter amador que me entrevistara décadas atrás. Falei sobre a peste que assolava a Europa e que dizimara quase dois terços da população, sobre a perda de minha esposa e meu filho no parto e de minha melancolia. Porém, quando o assunto chegou em Lestat, como eu o conheci e o processo de minha transformação ,resolvi deixar em oculto. Dei a elas informações rápidas mas sem mitos detalhes, pois eu sabia que mesmo depois de tanto tempo, eu ainda guardava resquícios de mágoa daquele vampiro. Também não falei sobre minha pequena Cláudia, eu ainda não me sentia pronto para tocar no assunto, assim como não falei sobre as perversidades que Lestat me chantageava a fazer.
Ficamos mais algum tempo, conversando sobre sonhos, planos para o futuro e outras trivialidades. Morgana me disse que tinha o desejo de arrumar um trabalho e morar sozinha, se livrando assim de morar num orfanato. Ela me contou o quanto sua vida foi infeliz lá, das brincadeiras de mau gosto que já fora vítima dos seus colegas e das saudades que sentia da família. Nenhum outro parente a procurou depois da morte de seus pais (foram vítimas de um acidente de carro em um dia de forte tempestade), e ela teve que passar o final da infância e toda a adolescência naquele maldito lugar.
- Mas depois que eu descobri que você... O que você é.... Que tudo isso é real... Minha vida passou a ser mais emocionante. Como se tivesse sentido. - Ela sussurrou, passando uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Devo dizer o mesmo. - Sorri, e nossos lábios se encontraram. Como sempre, sua boca era macia, seus lábios procuravam os meus com ansiedade e não demorou muito para que nossas carícias ficassem mais avançadas.
Deitei-a na cama e tirei a camisa. Ela passou as mãos pelo meu corpo e deu um sorriso.
- O que foi? - Questionei
- Você não pode me engravidar, né?
- Não. - Sorri. - Vampiros não podem engravidar seres humanos, ao contrário das histórias. Mas nós adoramos fazer o passo a passo, se é que você me entende.
Ela deu uma risada baixa e invertemos as posições. Ela abriu minha calça e foi descendo junto com minha peça íntima, me olhando com o mais profundo desejo. Se ela era virgem ou não, eu não sabia dizer, mas após vê-la colocar o meu membro duro em seus lábios e sugá-lo lentamente com perfeição, eu não tinha dúvidas de que ela já teve algumas experiências por aí.
Fazia muito tempo que eu não fazia amor com uma mulher por quem eu estivesse realmente apaixonado. Eu estava louco e obcecado com sua beleza e seu corpo. Terminei de tirar suas roupas, e a retribui da mesma maneira na qual ela me agradou nas minhas partes baixas. Me deliciei ao vê-la gemer meu nome e se contorcer.
E assim, depois de longos e deliciosos minutos entrando e saindo dela, fazendo as mais variadas posições e me derramando dentro da sua intimidade que nos jogamos um ao lado do outro. Ofegantes, suados, mas certos do que havíamos acabados de fazer algo maravilhoso.
Morgana se deitou em meu peito e enquanto eu acariciava seus cabelos, ela se virou para mim, apoiando seu queixo no meu tórax.
- Amor, se eu te pedir uma coisa, você faz? Tem que prometer.
- Depende. O que você quer?
- Não vou conseguir ajudar vocês totalmente como humana. Nem todos os vampiros que provavelmente iremos encontrar estarão dispostos a me relevar porque estamos juntos, ainda que você diga que irá me proteger a todo custo. Então eu quero que....
- Ah não.... Se for o que eu estou pensando... - Ameacei me levantar da cama, mas ela impediu, sentando-se em cima de mim.
- Sim, Louis. Eu quero me tornar uma vampira. E quero que você me transforme.
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Pesadelo e Luxúria - Mais crônicas vampirescas
VampirosMais de vinte anos se passaram após Louis ter avistado Lestat, após dar sua entrevista, que ficou conhecida por todo mundo e levada a sério por quase ninguém. Seguindo uma vida solitária, Louis se sente cada vez mais sozinho e melancólico, por achar...