Capítulo 5

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Depois desse dia, Nina passou a evitar a companhia de Lúcia. Gostava dela, mas, com receio de encontrar-se de novo com Breno, limitava sua relação com ela aos assuntos profissionais.

Uma tarde, aproveitando o horário livre, Lúcia a convidou para tomar um lanche na confeitaria ao
lado.

— Obrigada, Lúcia, mas não quero.

Lúcia hesitou um pouco e resolveu:

— Eu fiz alguma coisa de que você não gostou?

Nina olhou-a surpreendida:

— Não. Por quê?

— Tenho notado que você mudou comigo. Antes saía comigo, me contava coisas pessoais. Agora
noto que tem me evitado.

— Engano seu. Continuo a mesma de sempre. Se não tenho saído com você, é porque estou mais
ocupada. A medida que o tempo passa, os estudos exigem mais de mim, sem falar que o Dr.
Antônio tem me encarregado de causas importantes, que requerem toda a minha atenção. Creia,
Lúcia, gosto de você. Não é nada pessoal.

— Você mudou desde que conheceu o Breno. Talvez nâo aprove minha relação com um homem
comprometido. Eu mesma não me sinto bem. Mas nós nos amamos muito. Não fazemos isso por
leviandade. Aconteceu. Não tive forças para resistir. Depois, há Mirela.

Nina levantou-se e a abraçou:

— Você está enganada. Isso nunca passou pela minha cabeça. Esquece que também sou mãe
solteira? Vamos fazer uma pausa e tomar um café na confeitaria. Quero conversar com você.

Uma vez sentadas em um canto discreto tomando o café, Nina tornou:

— Sinto muito que tenha pensado isso. Preciso contar-lhe a verdade, mas antes quero que me
prometa guardar segredo. Principalmente com Breno.

Lúcia sobressaltou-se:

— Eu sabia que tinha alguma coisa. É a respeito dele?

—É a meu respeito. Promete não contar a ele?

— Prometo. Pode falar.

— Para que entenda, vou contar-lhe tudo desde o começo.

Nina narrou todo o seu relacionamento com André, e finalizou:

— Ele não sabe que tivemos um filho. Só vai saber quando eu achar oportuno. Tem me procurado
para descobrir o que aconteceu.

— O que isso tem a ver com Breno?

—Ele foi colega de faculdade de André. São amigos e sócios.

— Por isso ele disse que a conhecia.

— Ele nos via juntos. Se descobrir a verdade, contará a André. Não tenho saído com você para não
encontrar Breno. Se me vir de novo, poderá lembrar-se.

— Desculpe, Nina. Eu pensei que fosse comigo. Você me deu esta oportunidade, tem me ajudado
tanto... Não desejo perder sua amizade.

— Contei-lhe tudo para que me ajude. André não pode saber onde estou. Não quero que veja Marcos.

— Tem medo de que ele queira reconhecer o menino e possa tomá-lo de você?

— Tenho. Por isso quero progredir, ter condições de dar a Marcos uma vida boa.

— Você é uma boa mãe. A lei está do seu lado. Nenhum juiz lhe tiraria o filho. Você sabia que ele
não tem filhos? Breno me disse que sua mulher não gosta de crianças.

— Mais uma razão para ele ficar longe do Marcos.

— Ao mesmo tempo, é triste não sentir a alegria de ser pai.

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