Capitulo III
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De volta pro meu mundo de pobre menina rica, menina mimada pelo papai, a garota problemática, a louca como mamãe estava pensando, a realidade ainda era doída demais. - Eu não era nada disso. Eu não era louca! Apesar de achar que iria acabar ficando com tanta coisa na cabeça!
Eram todas aquelas coisas que eu escutara da mãe dele, meus pais brigando por mim, as coisas que li na carta, as coisas que mamãe havia falado naquele dia no hospital.
Eu queria que os ventos da noite o trouxessem de volta pra mim, que o tempo voltasse e mudasse tudo aquilo que eu sabia.
Eu queria ser uma adolescente normal, ter amigos, amigos que pudessem frequentar minha casa sem medo dos meus pais ou que eles me permitissem sair mais.
Tony havia partido e foi muito difícil esquecer, mas aos poucos fui fazendo o mesmo que ele havia me falado na carta, fui guardando meus sentimentos e a dor foi ficando lá, junto com todos os segredos. - "O que não tem remédio, remediado está!"
Eu não era a garota mais popular do colégio, talvez uma das mais comentadas. – A menina rica que tem motorista e nunca convida ninguém pra ir no palacete real dela!
Também nem queria isso, era meio fechada, briguenta, emburrada, fazia bicos, antissocial e durona, mas no fundo era apenas fachada de proteção, não permitia que ninguém se aproximasse mais do que o necessário, somente a Gabi.
Tinha medo que se eu deixasse alguém passar das barreiras que eu havia construído isso iria me causar mais dor.
Com isso me sentia, sozinha, me sentia insegura e acabava fazendo exatamente aquilo que os outros gostavam, acabava deixando os outros me moldarem, acabei perdendo um pouco da minha identidade própria por um tempo, na fracassada tentativa de agradar a todos, mas sem que ninguém me machucasse, mas no fundo não dava certo.
Acabei me tornado uma garota um pouco má e amarga, quase uma adolescente rebelde. – É contraditório eu sei! Mas o vazio ficava rondado, mas eu não acreditava em ninguém e ao mesmo tempo queria ser aceita como eu era! – Quem eu era?
Cheguei a brigar no braço com um colega de sala, ele havia agido com preconceito sobre meu jeito mais masculino de agir e de ser!
Achava ser proteção não parecer uma menina indefesa para as outras pessoas e ele acabou quebrando o nariz quando lhe enfiei um soco bem no meio da cara.
Jonny me ensinava defesa pessoal e agi feito um moleque de rua partindo pra cima dele, tiveram dificuldades em nos separar! - Claro que isso me trouxe consequências!
Papai teve que ir à escola em uma reunião com a diretora, fui suspensa por dois dias, papai teve que arcar com as despesas do médico para o garoto! – E outra vez meu pai estava frustrado comigo!
Fiquei sem mesada por um tempo e era da casa pra escola e da escola pra casa.
Jonny tinha que me levar e trazer do colégio, esperar eu entrar e sair, até ele parecia desapontado comigo, mas não perguntou sobre.
Eu estava proibida até de dirigir, mas uma vez ou outra Jonny, me deixava levar o carro na volta de casa. – Se você não contar, eu não conto!
No dia da briga quando cheguei em casa papai me chamou pra conversar no escritório, eu sabia que a conversa iria ser séria, ainda mais por ter chamado a mamãe pra conversa.

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Só Eu sei!
Roman d'amourOlá! Como vão vocês? Espero que bem! Resolvi editar algumas coisas e distribuir a história em capítulos como todos fazem por aqui e não tudo de uma vez como eu havia feito! Rsrsrs! Sejam bem vindos a história de Luíza Marry Baggio. Este primeiro li...