Deusa Interior!

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Capitulo XVI


*

      As coisas estavam indo bem, estavam estáveis, por um tempo. Focada, com meus 22 quase 23 anos, os meus sonhos eram poucos, as esperanças dependia do dia, eu tinha visões diferentes e renovadas, mais tranquila, mais serena, porém firme e decidida para resolver os problemas que nunca terminavam.

Sentia falta da faculdade, dos meus estudos e não tinha ideia de quando poderia voltar para faculdade. – Eu queria muito que fosse em breve! Mas entendia os valores e minha responsabilidades em casa agora!

Papai estava bem, na medida certa em que se pudesse julgar alguém que era como uma bomba relógio realmente bem. Passava mais tempo trabalhando do que eu realmente queria, mas o tédio iria acabar o prejudicando mais. Ele odiava ficar tanto tempo longe dos problemas a serem resolvidos e infelizmente ele estava certo, haviam coisas que só ele poderia resolver!

Domingo a tarde, após o almoço em família, estava de conversa com meu irmão na varanda, quando me preparava para sair e me encontrar com Duffy. Não era um relacionamento tão aberto ao público, nem tínhamos oficializado formalmente pra ninguém, mas nem precisava, era evidente que todos já sabiam do namoro, menos mamãe, que preferia acreditar ser apenas um amigo "aproveitador" ou flertes!

Naquele dia havia algo diferente no ar, mais pesado, estava me sentindo desconfortável, um sentimento que havia um bom tempo que eu não sentira, estava me perturbando, ficava distante, talvez seja um sonho ruim que havia tido, ou porque mexendo nas minhas coisas pela manhã a carta e o crucifixo ainda estavam lá intocados pelo tempo, junto com tudo aquilo que sentia por ele, era como se naquele dia eu havia deixado meu coração dentro daquele envelope e mexer lá não me fazia muito bem!

Eu gostava muito de Duffy, eu já sentia que o amava e muito, mas não iria expor meus sentimentos assim, mas nada se comparava com aquele sentimento! Pensei em usar o pingente como adorno, mas certas memórias são boas só se ficarem guardadas junto com todos os seus problemas! Foi quando recebemos a visita dele! - Ahh...Eu sabia! Aquela velha sensação era inconfundível!

Sim! Ele mesmo em pessoa, o Tony, o Antony mother fucking Starling lindo e perturbador como sempre, acompanhado de sua mãe Carla e irmã! – Puta que pariu o que essa gente quer aqui? Cadê a esposa? Melhor assim!

Confesso que fiquei tensa, tentando não dar muita importância para a presença deles, dando graças a Deus que estava na minha melhor forma e roupas, cabelos longos quase na altura da cintura, volumosos, ondulados nas pontas, me sentia linda, apesar de que minha alta estima não era das melhores, era a explicação ou a desculpa perfeita que eu havia inventado para mim mesma, o motivo de tantos homens que eu já havia transado, tantos estragos e traumas que já havia sobrevivido não me sentia uma mulher bonita, mas sabia do meu poder de sedução, mas naquela tarde eu realmente me sentia assim. – Poderosa!

Por mera educação, os cumprimentei relutante em me aproximar, mas não tive como evitar um abraço frio e um tapinha no ombro, mas foi inevitável não sentir o perfume que vinha dele. – Nostalgia pura! Ele não havia mudado em nada, mesma forma física, mesmo sorriso, mesmo olhar! Vi seus olhos brilhando me fitarem de cima abaixo, sempre procurando os meus olhos, que eu teimava em desviar. Era uma sensação que eu não queria pagar para ver, se eu iria ter uma recaída ou não!

Como estava uma tarde quente, papai os convidou para a varanda para conversarem. Continuei a conversar com Gio um pouco mais longe deles, sempre tentando nem olhar pro lado, quando Tony veio se aproximando aos poucos, foi inevitável não olhar para aqueles olhos verdes, mas desta vez sem aquele sorriso que me tirava o ar e os sentidos. Tentando puxar conversa, me perguntando:

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