Capitulo XIV
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Passamos o natal e o ano novo em casa, não fizemos muita coisa, Gio e Margot vieram para a ceia. Que como bons italianos foi farta! – Graças a Deus!
Papai estava sempre cansado agora, mas queria uma festa daquelas, mas optamos por uma ceia mais simples somente a família, para não cansá-lo muito. Ele até arriscou umas taças de vinho contra nosso gosto, mas se ele estava bem e feliz, isso nos deixava tranquilos.
Mamãe certo dia me disse que depois do meu acidente ele tinha mudado muito e com isso a saúde dele estava cada vez mais frágil. Ela parecia tentar me culpar por isso de alguma forma. – Como se eu já não havia me cobrado isso algumas vezes!
Eram dias bons e ruins, dias e noites inteiros na emergência do hospital, por queda brusca de pressão, mal estar súbitos. Cada vez mais abatido e magro. Às vezes estava chegando na faculdade Jonny ou mamãe ligava pra avisar que estava indo para o hospital às pressas, era dar meia volta com o carro e nossa rotina hospitalar, internações, novos remédios e seus efeitos colaterais se iniciava.
Os meses voavam. Em uma das inúmeras internações do Big Boss, mamãe passou quatro noites sem dormir para cuidar dele. – Pura teimosia em não trocar com Jonny ou Gio!
Nós começamos a alternar entre eu, mamãe, Jonny e Gio, para diminuirmos a exaustão.
Com dor no coração, mas a necessidade e a sensatez me obrigaram a trancar a faculdade no inicio do quinto período, para cuidar melhor de papai e dos negócios.
Naquela época não foi uma ideia muito ruim já que eu estava começando a me complicar com frequências, mesmo que minhas notas ainda estavam boas. Eu mesma decidi trancar, para poupar dinheiro também, que pelas minhas contas estávamos começando a entrar no vermelho.
Jonny sempre me ajudava no escritório fazendo boa parte dos serviços externos. Sempre do nosso lado, me ajudando com tudo que eu ainda não sabia, sempre do lado de papa, para tudo que ele precisasse, ele era um verdadeiro amigo e eu ficava fazendo a administração e deixando as cobranças e o restante dos serviços a serem feitas pra Jonny.
Quase não pegávamos mais serviços de investigações por serem operações extremamente secretas e às vezes perigosas, Além deles não me deixarem participar, eu não poderia, por não ser da policia, nem habilitada pra isso.
Tínhamos muito dinheiro para receber, dinheiro que papai havia emprestado para algumas pessoas, mas que não estavam em dias com as prestações dos juros, fazendo bolas de neve.
Eram uns R$600.000,00 que estavam nas mãos dos outros. – Papai havia perdido o controle dos empréstimos, não por irresponsabilidade, talvez por bondade e infelizmente nem todos eram fieis as datas!
Tentávamos mantê-lo fora dos assuntos mais preocupantes do escritório, mas ele estava sempre por perto, o que resultaria que ele continuava por dentro de tudo o que estava acontecendo, procurávamos evitar ao máximo estressá-lo. Mas ele ficava irritado com isso, porque sempre teve o controle de tudo e dizia para Jonny e pra mim que:
- "Um rei sábio caminha entre seus súditos e que é o olho do dono que engorda o gado"!
Cada vez mais nossas despesas estavam aumentando e isso estava nos preocupando muito, principalmente a mim, mesmo assim ele sempre tentava me tranquilizar, dizendo que era só uma crise que logo iria passar. Mas com as compras de remédios caríssimos para amenizar a situação para tentar deixa-lo melhor possível e alguns equipamentos para um mini quarto de hospital em casa, com isso estávamos começando a fazer alguns cortes de despesas e eu não poderia começar a trabalhar fora, tinha que ficar por perto, não era só pelos negócios da família, tinha que ajudar meu papai e ajudar a mamãe a cuidar dele.
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Só Eu sei!
RomanceOlá! Como vão vocês? Espero que bem! Resolvi editar algumas coisas e distribuir a história em capítulos como todos fazem por aqui e não tudo de uma vez como eu havia feito! Rsrsrs! Sejam bem vindos a história de Luíza Marry Baggio. Este primeiro li...