Chega!

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Capitulo VII


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      O dia em que achava ser o certo para dar um basta, finalmente havia chegado, eu precisa resolver tudo isso e quando resolvi me abrir com ela e dizer que esse mundo não era mais o que eu queria, que eu queria sair desta merda de vida, que era sombrio demais, de que a submissão, sem você realmente querer estar ali, chega ser humilhante, degradante, só não é de um todo porque é consentido e por isso que só os fortes sobrevivem a esse mundo sem se machucar, que eu não estava mais vendo nenhuma razão em que eu quisesse sentir dor, em ser dominada por ela, não sentia mais vontade nem a necessidade de agrada-la, não via mais prazer, talvez nem nunca tivesse sentindo, mas foi um escape na época, que não estava mais funcionando, me sentia vazia, de que o quanto ela eu havíamos errado, desde aquele dia em que eu usei a palavra de segurança, que ela descontou o peso do mundo em minhas costas, alguma coisa dentro de mim havia mudado. Que isso não era pra mim!

Eu ainda gostava dela, mas somente queria que fossemos apenas amigas, não queria mais nada disso, nem pertencer, nem participar, ela e eu não precisávamos de nada disso para continuarmos a ter um bom relacionamento, uma boa convivência. – Não que eu estivesse julgando a quem pertence, mas não era pra mim, eu havia perdido o controle de tudo.

Eram tantas brigas, tantas punições, nem sei se realmente merecia a metade do que passei, foi o que acreditei por um tempo, achava que merecia ser punida, ela criou uma falsa necessidade de dor para mim, me envolveu de uma certa forma, que me fez ficar dependente dela, ela entrou de uma forma em minha mente, que mesmo eu não querendo mais eu não conseguia me libertar das amarras e eu sabia que ela era melhor que isso, que não precisava se esconder atrás de uma pose de dominadora para se impor ou ser respeitada, eu ainda via algo de bom nela, mesmo o mundo, a vida a tivesse lhe deixado amarga, eu poderia estar sendo ingênua em acreditar na bondade das pessoas ainda, mas eu acreditava que lá no fundo da senhora Fênix Rubra existia uma mulher boa. E também tinha o Davidson, ele estava se envolvendo em um mundo perigoso, eu sentia o quão perigosa ela poderia ser, se as coisas não saíssem exatamente conforme as suas vontades e desejos e ela estava o envolvendo, eu ainda não sabia como mas eu precisava intervir, não era por ciúmes, mas eu não poderia ver e saber que alguém iria se machucar da mesma forma que eu e não fazer nada, então colocar o fim nessa história seria um começo.

Liguei para ela, disse que precisávamos conversar, que era algo sério e importante. Ela disse que a tarde estaria livre e que eu poderia ir vê-la, que ela estava sentindo falta de uma sessão comigo. Em nenhum momento dei margem para ela criar alguma expectativa.

Cheguei lá ela já estava arrumada, como sempre uma roupa bem sexy e com adornos de policial ou do exército americano, ela tinha obsessão por fardas, nunca me falou o porquê, acho que também nunca perguntei, ela ficava linda de qualquer jeito e era a serenidade e autocontrole que eu precisava ter para não adiar mais uma vez o fim.

Ela ficou parada de braços cruzados e com a chibata favorita em uma das mãos, percebi ansiedade vindo da postura dela, parece que já havia bebido um pouco, nada que transparecesse muito, mas eu já a conhecia tempo o suficiente para saber que ela estava entediada e queria descontar em mim.

Ela ficou me escutando atentamente, parecia não entender o que eu estava falando, dessa vez sem cara de boa submissa, voz firme e sem rodeios, queixo e olhos pra cima!

Ela começou a sugerir coisas, propostas, de que quem sabe eu não queria ser dominadora como ela, que ela seria minha mentora novamente.

- É por aquele dia, em que eu perdi a cabeça não é? Achei que você tinha superado. Por que não me falou o que você estava pensando ou sentindo?

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