Segundo Fora

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- Mas você não pode ir sozinha! - Daqui a pouco eu vou esmurra-lo.

- Gente! O que aconteceu?

Leo e Sam, não saiam do meu pé, um deles, insistia por explicações, e o outro, queria me acompanhar em uma viagem boba... E eu, quero matar os dois!

- Elly, escuta, é perigoso... Nem carteira de motorista você tem! - Ele cruzou os braços.

- O que é perigoso? - Sam parou, havíamos chegado na casa dele - Vocês vão me explicar tudo amanhã!

Eu já estava saturada de toda conversa:

- TÁ BOM - Eu e Leo falamos no mesmo momento.

Sam arregalou os olhos pra nós, levantou os braços e se virou, entrando em casa. Leo, apenas esperou que Sam fechasse a porta, para começar novamente, com sua irritante insistência.

- Olha, Elly, eu tô falando sério... Se Joel for atrás de você? E se você for atacada por outro monstro? E a polícia parar você?

- Leo, mesmo que tudo isso aconteça... O que você vai poder fazer? Desmaiar ou tentar gaguejar? Se toca! VOCÊ não precisa ir!

- Preciso! Eu aprendo lutar... Ou algo assim... Mas, me deixe ir com você!

Eu já estava querendo soca-lo.

- Por que você quer ir tanto?

Ele abaixou a cabeça, como se já estivesse cansado de discutir, e disse:

- Eu sei que posso te ajudar! E... Eu não quero ter que voltar sozinho pra escola! James vai querer descontar a raiva dele em mim! Porque o Sam, vai estar viajando com a família... Por favor...

- Me desculpe Leo - Eu senti muita dor no que ele disse, mas eu não posso, arriscar a vida dele, em algo que é apenas problema meu - É muito perigoso...

Disse isso, e peguei outro caminho pra casa, não queria ver Leo ficar triste, isso me partia o coração... Mas eu não posso arriscar perdê-lo.

Fui direto para casa, passei o caminho inteiro pensando no que poderia fazer, pra ir ao orfanato.

1- Pegar um carro (alugar um);
2- Ir sozinha pra o Orfanato Educacional para Semideuses;
3- Saber por quem eu fui adotada;
4- Rever meus amigos;
5- Voltar para casa;
6- Matar Joel.

(Porém, esse último ainda vai ser discutido).

Chegando em casa, encontro Joel dormindo. Vou para meu quarto, o único lugar que ele ainda não entra. Pego o celular, e começo a checar as mensagens, nada de mais. Até que eu resolvo descansar.

Quando começo a dormir, minha mente é preenchida de lembranças. Eu sozinha numa estrada. Monstros me atacando. Pessoas me batendo. Pessoas me tocando. O medo invadindo minhas noites frias. Os olhos observando.

Então transbordo de desespero, e as lágrimas, voltam a dançar pelo meu rosto. E o celular toca:

- Alô?

- Ellisa? Sou eu, sua tia! Eu consegui agendar a visita com o presidiário.

- Sério? - Tento disfarçar minha voz de choro - Mas quando?

- Semana que vem, na quarta-feira. NÃO PERCA! Vai ser impossível conseguir novamente!

- Prometo que não perco! Obrigada...

- Não faço isso por você, é pela minha irmã...

Desligo o celular. Não sei se conseguiria, não desmoronar ao telefone...

Não vou conseguir viajar sozinha! Mas não quero colocar Leo em perigo.

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