Proibido

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O dia já se despedia de nós. Aquela volta para casa não estava muito confortável, havia um clima pesado entre nós. Na verdade entre eu e Thomas.

Os únicos assuntos falados foram:
"Oh Thomas você luta muito bem"
"Oh Thomas lembra de quando éramos crianças"
"Oh Leo o Thomas é tão legal"

Eu já estava quase saltando do carro em movimento. Mas desisti depois que começou a chover. Durante a chuva, o grandioso idiota Thomas, usava seus poderes bestas para tirar a água do vidro do carro, já que parabrisa não funciona. Quando "BUM" e eu quase perdi o controle do carro. Quando consegui fazer o carro parar, ele deu uma grande volta e virou para o lado contrário que estavamos indo.

- O pneu deve ter furado! - disse Thomas.

- Jura? Ah nossa, obrigado gênio! - Eu respondi em tom sarcástico.

- Eu não falei com você! - Thomas me disse tentado se mostrar O Inteligente.

- Own! Tá incomodado neném? - respondi.

- CALA A BOCA! Eu vou lá fora concertar! - Ela passou a tarde nos mandando parar de brigar.

- NÃO EU VOU! - Eu e Thomas falamos na mesma hora, o que me deu nos nervos.

- Eu vou e pronto.

- Não precisa Elly eu vou! - O gênio disse isso abrindo a porta do carro pra sair.

Ela pulou em cima dele, e em um movimento muito rápido, tirou a mão dele da maçaneta pra abrir a porta da picape!

- Eu vou. - Ela disse isso muito segura de si.

Então tentando ajuda-la, tirei meu casaco e entreguei a ela.

- Boa sorte! Tem umas ferramentas e um pneu reserva embaixo de uma lona, lá atrás.

Ela sorriu, e disse:

- Valeu! - Então pegou a casaco, vestiu e colocou o capuz. Saiu do carro e foi lá fora.

Naquele momento percebi que tinha ganhado pontos a mais com ela. Enquanto Thomas perdeu. Ela odeia ser subestimada. Eu disse, ele venceu aquela batalha e não guerra.

Já haviam se passado meia hora e Elly ainda estava lá fora, de vez em quando eu abria a janela e perguntava se estava tudo bem, e ela apenas levantava o polegar ou dizia que sim. Durante todo esse tempo, eu e Thomas não nos direcionamos nem uma palavra.

Até que enfim. Elly apareceu na janela que Thomas estava e pediu pra entrar, ele destravou a porta e a abriu. Ela entrou, toda encharcada e com mãos, braços, e rosto sujos de graxa e terra.

Elly, empurrou Thomas para perto de mim, para que ela sentasse, e nós dois ficamos incomodados de estar a menos de meio metro de distância um do outro. Então ela respirou fundo e disse:

- Lá tá tudo certo. Vamos ficar aqui, e esperar parar de chover, deixei um balde coletando água da chuva pra que eu me limpe quando a chuva parar.

- Mas e se a chuva não passar? - Eu perguntei.

- Vai passar, estou sentindo o sol voltar - Ela me respondeu ainda ofegante por todo trabalho que tinha feito lá fora.

- Uau! Isso também é um tipo de poder?

Thomas e Elly começaram a rir de mim. O que me deixou muito envergonhado.

- O que foi?

Eles ainda riam, mas então pararam e Elly disse:

- Não Leo... Olha - E apontou para o céu, um pouco mais a frente.

Ah, lá dava pra ver claramente as nuvens se dispersando, ou seja, a chuva estava perto de acabar.

- Foi mal! - E ri envergonhado.

Esperamos apenas uns dez minutos para que a chuva parasse. Assim que acabou, Elly foi lá pra fora de se limpou. Depois voltou para a cabine, e disse:

- Vocês não tem que... ir lá fora?

Fiquei confuso, e Thomas também.

- Temos? - Thomas falou.

- Tem siiim. - Elly respondeu, levantando a sobrancelha e levantando a gola de sua camiseta.

- AH SIM! - Eu me toquei, ela queria se trocar... - Vamos! Thomas...

- Porque? - QUE MENINO BURRO.

- PORQUE ELA VAI SE TROCAR IDIOTA!

- Ata - disse isso, vermelho e envergonhado.

Fomos lá pra fora, e subimos na parte de trás da picape, afim de organizar a bagunça que estava lá.

Enquanto organisavamos, eu olhei com um movimento involuntário para dentro da picape. Onde estava Elly, ela estava tirando a camiseta, mostrando sua barriga sarada. Então senti minhas orelhas queimarem, mas não consegui desviar o olhar. Thomas colocou a mão no meu queixo e virou ele na sua direção. Então fez que não com a cabeça, e olhando pra mim com ar de reprovação, porém, sem dizer uma palavra.

- Eu só... - Tentei me explicar, mas me lembrei, que eu não devia explicações a ele.

Quando terminamos de arrumar, Elly apareceu do lado de fora, já trocada, com um moletom preto e uma calça jeans, mas ao invés dos tênis de sempre, ela estava usando sandálias. E disse:

- Vamos pra casa?

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