Fomos condenados a 2 horas de detenção, mas devo dizer que gostei, porque assim eu teria mais tempo para reconquistar uma antiga amizade. Assim que a última aula acabou, fomos direcionados para a sala, a sala, onde somente iam o marginais da escola e eu. Não sou conciderado marginal, mas eu gosto de ir embora mais cedo, não fazer as atividades e dormir na aula, de vez em sempre brigar com os babacas da sala (não tenho culpa de querer revisar as provocações). Mas hoje estava feliz de poder ir com Elly, era uma chance de desculpar e reconciliar nossa amizade.
Já faziam 10 minutos que estávamos dentro da sala, e nenhuma palavra foi dita, até o momento que Elly saiu para ir ao banheiro, assim que ela passou pela porta, seu celular toca, e o supervisor acorda de sua profunda soneca:
- QUEM TÁ COM CELULAR?
Ninguém responde. Mas ele insiste:
- Estou esperando!
E então James, um aluno do primeiro ano que foi pego tentando fugir na escola se pronuncia:
- É o celular da novata que foi abduzida - e logo após soltou risadas junto com todo resto da sala.
Mas o celular continua a tocar, e eu sou vencido pela curiosidade, abro a mochila da Elly pego o celular e atendo um tal de Joel:
- Alô?
Uma voz masculina me responde de forma agressiva:
- Quem é você? Sabe quanto custou esse celular vagabundo?
O que? Como assim? Ele acha que eu roubei?
- Não, desculpa, eu não roubei sou um amigo dela, ela está no banheiro.
- Logo no primeiro dia de aula a piveta já arrumou namorado...
- O QUE? NÃO é... digo... não namoramos! Aliás, quem é você?
- Aham... Sou o padrasto dela, e diga a piveta que eu não volto pra casa hoje, e é bom ela voltar acompanhada... ou melhor, VOCÊ traga ela em casa!
- Mas... ela... eu...
- Se vira, o recado tá dado moleque!
E ele desligou a chamada... COMO ASSIM EU VOU VOLTAR COM ELA? Mas e se ela não quiser... Eu nem sei onde ela mora o que eu vou fazer?
- O que tá fazendo com meu celular?!
Quando me viro vejo Elly, brava e confusa, e a respondo:
- Seu pai ligou e eu atend...
- ELE NÃO É MEU PAI! E quem disse que você pode atender meu celular?
- Desculpe, mas achei que fosse importante, desculpe - a expressão dela era a de alguém que está prestes a me esmurrar.
- seu... - então ela respirou fundo e sentou, notei que seus punhos estavam serrados... porque ela ficou tão brava? eu só atendi.
Enquanto o supervisor da sala dava um sermão sobre o uso do celular dentro da sala de detenção, eu percebi que Elly tinha voltado ao normal, como se nada tivesse acontecido.
Depois de quase meia hora depois, ela virou pra mim e disse:
- Me desculpe por ficar daquela maneira... é que... eu fiquei um pouco nervosa.
- Beleza, sem ofensas mas você parecia que voaria no meu pescoço! rsrs
Ela deu tímidas risadas e disse:
- Pior que eu ia mesmo, mas... o que o Joel queria?
- Ele me disse que não vai voltar hoje e... - Agora é a hora - Que eu te acompanhe até em casa...
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Batalhas De Papel
Ficção GeralCom a chegada de sua amiga de infância a cidade, a vida de Leo nunca mais será a mesma. Basta você escolher se foi para o bem, ou o mal.