Lolla Barrow
Sinto o frio inundar minha pele assim que saio do carro, o inverno chegou em Omaha, assim como eu.
— Srta. Lolla — Beth chega a correr para me abraçar.
O abraço dela, soa como estar em casa, depois de tanto tempo. Admito que a clínica era um bom lugar, mas aqui, é obviamente mil vezes melhor.
— Beth, sei que acabei de chegar, mas preciso ver a Holly com urgência — peço, demonstrando parte do meu desespero, foi um vôo cansativo do Texas até Nebraska — É realmente urgente
Ela parece entender a minha preocupação, de algum modo. Demonstra isso quando entra na casa e retorna dando a chave do meu carro.
— Tome cuidado — pede com uma cara piedosa.
— Sempre — abraço-a mais uma vez, antes de ir até a garagem.
Entro no carro, sentindo a essência de erva-doce que sempre aplico. Tudo parece exatamente no mesmo lugar, do mesmo jeito, menos eu. Sinto que estou diferente, mas não consigo explicar o porquê, ou o que tanto mudou.
Ligo o carro, seguindo diretamente para a casa da Holly. Faço o caminho como se tivesse feito isso mas últimas semanas, como sempre costumei fazer. Estaciono o carro meio de qualquer jeito, acabo encostando a roda na guia da calçada, talvez eu esteja enferrujada. Saio do carro rápido, para ninguém conhecido passar aqui, em Omaha todo mundo se conhece. Toco a campainha e fico surpresa quando a própria Sra. Simpson abre para mim.
— Lolla! — diz com sobressalto e então abre passagem — Eu achei que estivesse na reabilitação
Viro para ela rapidamente, como ela sabe sobre isso?
— Sua mãe me disse querida, espero que esteja tudo bem — odeio esse olhar de pena, para mim — Sabe que se precisar de algo é só avisar, não sabe?
— Sim, obrigada Sra. Simpson — digo sincera — A Holly... Ela...
— Ela está lá em cima e não — fala com um meio sorriso — Eu não contei a ela
Isso me alivia um pouco. Não contei para Holly nem para as meninas o que houve, teria que inventar desculpas. A verdade é que sinto vergonha do que fiz. Não sei se algum dia contarei isso para alguém.
— Vou subir, obrigada — agradeço a mãe de Holly e ela murmura um "não há de que".
Havia me esquecido como a casa da Holly é enorme. Na verdade as coisas ainda são familiares, mas é como se algo estivesse diferente, talvez fosse eu.
— Holly? — bato e então a porta se abre um pouco — Holly?
Entro no quarto, um pouco bagunçado, o que não é do feitio da Holly. Procuro minha amiga e não encontro. Escuto um barulho do banheiro e vou até lá. Assim que vejo Holly abaixada no vaso do banheiro, me bate um desespero.
— Holly meu deus! — jogo-me no chão ao lado dela — O que houve?
E em resposta ela só vomita mais.
Seguro o cabelo dela, enquanto ela vomita mais. A coisa toda foi nojenta, e quando Holly acabou peguei uma toalha, molhando na água gelada. Ela ficou segurando na nuca, para resfriar o corpo que pingava de suor, mas o clima atual é totalmente frio.
Sento-me na cama dela, junto com a mesma. Dou um tempo para ela se recuperar, até que pergunto:
— O que houve, Holly?
— Nada — diz com uma voz baixa — Problemas com o Nate
— Não tinha esperança de que em dois meses ele fosse deixar de ser babaca
— Você está aqui — abre um pequeno sorriso — Por que voltou?
— Você me ligou, disse que precisava de mim, então eu tô aqui — na minha cabeça, isso parece óbvio.
— Só por isso? — a testa dela se franze inocentemente.
— Sim, Holly — aproximo-me dela e seguro as pequenas mãos — Você disse que precisava de mim, eu sairia de qualquer lugar pra te ajudar
— Onde você esteve, Lolla? — e essa é a pergunta que eu temia tanto.
Pensei muito nisso, durante o voo. Se eu contaria ou não para as meninas, no final eu decidi que não. Elas não precisavam saber disso, de como eu quase abandonei elas para sempre. Talvez elas não me perdoassem por isso. Por isso senti alívio quando a mãe da Holly disse que não havia falado nada.
— Isso não importa, pequena Holly. O que importa é que estou aqui agora
A verdade é que tudo dói agora, porque a Holly está mal, e eu não estive aqui por ela. Sabe-se lá a quanto tempo ela está assim.
— Você não vai mais embora né? — pergunta com uma voz triste e mimada.
— Não, eu voltei para ficar — respondo e abraço minha melhor amiga bem forte.
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voltei e essa vez é pra valer
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Let It Go || Sammy Wilk
Fanfic"Sim, o amor não é, só ficar separado Baby, onde está o seu coração" ❥ started in june ❥ sammy wilk fanfiction ❥ copyright @begoodt0me ❥ cover by @begoodt0me ❥ finished