A chuva mais uma vez caía
Quebrando o silêncio que nos unia
Você em minha memória sumia
E eu consequentemente desaparecia.E quando o sol nascia trazendo você de volta
Eu ressurgia do oeste nublado
Mas o tempo não nos dava tempo
E novamente as lágrimas celestes vinhamE o mundo lá fora derretia
Você era meu para-brisa que refletia
As gotas que pingavam com apatia
Mas seu mecanismo sempre cedia.Desejava que a chuva parasse
Contudo, como você, ela sempre voltava
Uma ao anoitecer outra no amanhecerE a cada dia eu desistia
De sentir por completo sua companhia
Pois percebia
Que a chuva me consumia.Havia de chegar a hora em que partiria
E a noite nunca mais me deixaria
E no momento em que essa hora chegar eu saberia
Porque o sol nunca mais se repetiria.
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Sob o Caos
FantasyUm livro híbrido que compila poemas e contos que dialogam com a destruição do mundo e de todos que o habitam.