Asinhas de fora

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Ian abriu uma cerveja na bancada e abaixou-se ate seu cachorrinho, Golias, fazendo-lhe um leve carinho na cabeça. O animalzinho, agora pensou ele, um tanto patético demais, estava desesperado porque ele estava cozinhando um filé no forno, mas Ian prometeu a si mesmo que daria um pedaço para ele, embora ele não ligasse para sua dignidade e implorasse a cada segundo por um pedaço da carne que nem estava pronta ainda!

- Eu sei, mas vai ter que esperar, amigo. - Ele falou para o cachorro, referindo-se a si mesmo, no caso, em relação a mulher. - Não podemos comer o que queremos, quando queremos, e isso é uma lição para a vida.

Depois de disciplinar o animalzinho, que não tinha aprendido nada com aquilo, ele ficou em pé de novo, passando a mão na camisa listrada e tomou um bom gole de cerveja.

Quando ela apareceu, descalça e com um vestido florido rosa nos joelhos e um coque no cabelo, ele soube que estava ferrado.

- Desculpe, me enrolei um pouco! - Ela disse sorrindo. - Como vai o jantar?

- Bem. - Decidiu ele vendo os pés dela a vontade no seu chão. - Está bonita.

- Obrigada! - Ela esticou a mão, pedindo a cerveja dele.

- Quer uma? Posso lhe...

- Hum, divido com você. Não quero exagerar...

Ele apreciou o que ela tinha falado, e ofereceu a cerveja a ela primeiro, deixando que ela apanhasse e tomasse um gole. Ela parecia casual agora, uma obra de arte com aquele sorrisinho maroto e totalmente desligado.

- Que foi? - Ela perguntou sem jeito vendo que ele olhava para ela com a cerveja na boca.

- Eu não disse nada, ora. - Ele deu de ombros para ela, sorrindo bastante. - Bom te ver melhor.

- Obrigada.

- Isso tem haver com Dorothy? - Ele quis saber.

- Um pouco. Talvez. - Ela riu. - Um pouco. Muito, talvez.

- Qual deles? Muito? Pouco? - Estufou o peito, convencido.

- Talvez. - Ela percebeu a jogada dele, e esticou a cerveja de volta, antes que ficasse encrencada ali. - Escute...se vamos dividir a mesma casa... a gente podia falar sobre...

- Regras? - Ele levantou a sobrancelha. - Eu adoro regras. - Ele pareceu animado, mas observava cada movimento dela.

- Não esta me levando a sério, Ian. - Ela disse, pegando a cerveja de volta, um tanto sem graça e revoltada.

Ele percebeu que ia ser como tirar doce de criança... se quisesse... mas ora, ele gostava de tirar doces de crianças... Ele queria mesmo pegar ela e ver logo o que ela tinha embaixo do vestido.

- Sou todo ouvidos. - Ele disse, tomando um tempo para si, para se apoiar na bancada da cozinha.

- Eu não quero ir rapido demais. - Ela pediu.

- Em relação a que? - Ele perguntou. - A mim? Sexo?

- Ian... - Ela corou honestamente. - Você tem interesses, eu vejo isso nos seus olhos. Eu não posso negar que tenho também, mas entenda que eu gosto de combinar as coisas para que....

- Não farei nada que não quiser que eu lhe faça, Katie. - Prometeu. - E se quer falar sobre regras sobre nosso relacionamento fictício... pois bem. Esta casa é minha, e na minha casa, mando eu. - Explicou, olhando fixo nos olhos dela. - Minha mulher. Minha casa. Minhas regras.

Katie bufou, como ele parecia um macho-alfa com aquele papo todo.

- Ian... seja sensato.

- Você quer um acordo, e eu adoro acordos. - Prometeu. - Inclusive, teremos um relacionamento se aceitar o acordo. Eu gosto de negociar, assim todos os lados ficam felizes.

Sedução em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora