Marcas do passado

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É aniversário da Bia, mas quem ganha é vocês! Ui, a Bia trintou! To ficando velhinha! Massss... Olha a Bia de volta depois de uma baita mudança de volta pra minha terrinha linda! Desculpe a ausência, eu estou voltando aos poucos! Logo tudo será atualizado e coordenado de novo! Beijão!


Katie estava com o rosto vermelho e olhar baixo quando saiu do quarto usando um vestido e encontrou Liam na bancada da cozinha, servindo dois drinks. Ela sabia o que ele tinha visto, mas também entendia que era uma cena nada usual, especialmente no mundo real. Onde homens não colocavam mulheres no colo e davam-lhe palmadas como se fossem crianças.

Honestamente envergonhada, era assim que ela se sentia. Porém, Liam ofereceu-lhe um copo, com um sorriso, balançando a mão de forma amigável com um sorriso.

- Imaginei que você ia precisar de um drink. - Ele disse.

- É cedo... - Katie pensou seriamente em recusar.

- É 5 da tarde em algum lugar, querida. Aceite.

Convencendo-se de que o drink poderia fazer mais bem do que mal, ela esticou a mão, pegando o copo e encostou-se na bancada também, fixando o nada.

- Como está se sentindo? - Liam perguntou.

- Há alguma forma de se sentir? - Ela tomou um gole da bebida, e fez uma careta quando o álcool rasgou-lhe a garganta. - Deus, o que tem aqui?

- Os melhores, apenas. - Garantiu. - E não fuja do assunto...

- Bom, ele me bateu, mas você viu isso. - Katie comentou. - Está puto da cara comigo e eu nem sei como ele ficou puto assim.

- Ian tem a tendência de ser duro demais, eu bem sei disso. Ele é um homem bom, mas...

- Tem a tendência de não escutar nada? - Katie bufou.

- Ele parou de escutar as pessoas quando papai foi embora. - Confessou Liam, vendo Katie olhar para ele com curiosidade. - Ele não fala sobre isso, então eu agradeceria se você...

- Não vou comentar. - Prometeu.

- Foi um ano difícil. O rancho ia mal dos negócios. Meu pai perdeu um bom dinheiro investindo na safra de quiabo. Com os negócios ruins, mamãe começou a vender doces para fora. Ela não reclamava, mas também não sustentava a família. Naquele ano eu disse para mamãe que eu me sentia uma menina... eu não era gay, eu era uma mulher. Ele também não aceitou isso. Quando a coisa ficou mesmo apertada, ele foi embora. Simplesmente foi.

- Eu sinto muito. - Katie disse tomando mais um gole da bebiba, enquanto Liam não falava nada.

- Quando ele foi embora, mamãe começou a beber. - Suspirou. - Ian saiu da escola, começou a trabalhar na fazenda e colocou tudo de pé com o pouco estudo que tinha. Pagou o tratamento da mamãe, deu-lhe uma casa nova, um novo começou, me apoiou na minha decisão e depois, pagou minha faculdade também. Ele ficou com o rancho, e colocou tudo de volta nos eixos. Ian gosta de consertar coisas quebradas. - Liam sorriu.

- E o que acontece quando ele as conserta? - Ela quis saber.

- A maior parte das coisas quebradas não querem ficar no conserto depois que são arrumadas. - Liam sorriu. - Mas algo me diz que você é diferente.

- A maior parte de nós quer controle sobre algo ou quer que alguém venha e nos salve de alguma coisa. - Comentou Katie. - Eu nunca tive nenhuma das duas coisas. Nem controle e nem um herói. Eu construí muitas coisas sozinhas, mas nem sempre da melhor forma. E quando se tem problemas e ninguém para contar e se apoiar...

Sedução em MontanaOnde histórias criam vida. Descubra agora