CAPÍTULO CINCO: "MANIA DE VOCÊ"

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Coautora: AngiieCS

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No dia seguinte, sigo para a faculdade com a consciência ainda um tanto pesada pelo que aconteceu ontem. Tenho meus motivos para ter ignorado Ciro, mas mesmo assim, o olhar de surpresa dele me partiu mais o coração.

Paro minha bicicleta no mesmo local de sempre e logo vejo Manuela me esperando no portão, de braços cruzados. Parecia ansiosa.

— Bom dia, Manu. — murmuro tranquilo, logo tendo meu braço esquerdo segurado por ela.

— Olha, Fernando, você tem uma coisa pra resolver. — ela suspira fundo.

Vejo que ela está caminhando em direção a um longo corredor que ligava o pátio a reitória, que vivia sempre vazia. La, de pé, Ciro esperava por nós dois.

Reluto imediatamente, tentando me disvencilhar do toque.

— Manu, o que você fez?!

— Ora, vocês dois têm que resolver esse mal entendido. — ela vociferou quando nos aproximamos mais dele.

— Manuela... — Ciro parece igualmente relutante, visivelmente irritado.

— Por favor, não saiam daqui sem resolverem essa bagunça. — disse ela determinada, me empurrando pelas costas para mais perto, nos deixando ali, sob aquele clima constrangedor.

— Então... Como iremos resolver isso? — perguntou Ciro confuso. Nem deve saber o que está fazendo ali direito.

— Não há nada para se resolver, isso simplesmente foi um engano. — desembuchei confiante e ao mesmo tempo deprimido com minha própria encenação.

Não aguentava mais olhar para Ciro. Essa tragédia tem que acabar. E eu não sei por quanto tempo conseguirei aguentar essa brincadeira de mal gosto dele.

Dei as costas e quando comecei a caminhar, querendo me distanciar, Ciro segura meu braço, querendo que eu ficasse.

— Calma, Fernando... Eu só quero conversar. — insistiu. — O que aconteceu contigo, cabra? Até dois dias atrás estávamos tão amigos, e hoje do nada nem quer mais olhar para minha cara...

— O que aconteceu comigo não, Ciro. O que aconteceu com VOCÊ que decidiu brincar com meus sentimentos! — disse, demonstrando estar magoado e bravo.

— Mas rapaz... Me conta essa nova que nem eu sei. — Ciro debochou convencido.

— A-Aquela menina que estava contigo ontem... P-Provavelmente é a sua namorada! — esbravejei tentando não gaguejar, mas vejo que falhei. — Se tem uma, qual o motivo de querer algo comigo?

Ele piscou os olhos um tanto surpreso e sorriu minimamente pelo canto dos lábios, passando uma mão pelos próprios cabelos.

— Ah, a Kátia? Ah meu Deus, cabra! Ela é só minha amiga, que isso...

Me sinto confuso, tanto que aperto meus olhos e fico olhando para um lugar aleatório, enquanto me enchia de vergonha. Abro meus lábios como se fosse dizer algo, porém desisto. De repente, me sinto um completo bobo.

— Sério, mas...

— Você ficou com ciúmes, é isso? — ele me cortou com um riso, me fazendo corar violentamente.

Tento evitar dizer algo a mais, porém ele segura uma de minhas mãos delicadamente, me obrigando a me aproximar mais.

Ele trás minha mão para seu ombro esquerdo e nossos corpos se chocam inevitavelmente.

Sinto meu rosto quente, o coração estourando no peito, todos os meus músculos tensos, por mais que o olhar dele passe tranquilidade.

Ciro aproxima os lábios dos meus e pousa um longo selinho sobre os meus, como se pedisse minha permissão para algo mais. Fecho meus olhos lentamente e aperto minha mão em seu ombro, o deixando aprofundar o beijo sem pressa.

Um braço dele envolve minha cintura e sua outra mão sobe por minha nuca, massageando meus cabelos. Sinto como se meu corpo inteiro tivesse amortecido, indefeso ao contato.

Ciro viu que eu lhe concedi permissão, então nosso beijo se transformou em algo mais expressivo, mais afetuoso. Me sinto em uma primeira aventura... Ciro é o caçador e eu sou sua presa.

Ele vai me empurrando aos poucos para a parede mais próxima de nós, tornando o beijo mais intenso a cada segundo que se passa e fazendo que nossas línguas sem encontrassem de modo vigoroso e apaixonado.

Ele então separa nossas bocas e começa distribuir beijos em meu pescoço, fazendo com que eu tenha vários calafrios, e sem querer acabasse soltando um gemido abafado.

Ciro deu uma risada maliciosa enquanto isso, como se estivesse debochando e gostando de minha situação. Mas vamos ser sinceros, até eu estou gostando.

O seguro pela gola da camisa com ambas as mãos e o trago outra vez para os meus lábios.

O sinto cada vez mais intenso, faminto. Sua respiração pesa contra meu peito, sua língua massageando a minha. Ele deposita um chupão em meu lábio inferior e sinto sua mão subitamente apertar o meio de minhas pernas, pressionando meu membro na palma da mão.

Quebro o beijo imediatamente, respirando pesado contra o rosto dele.

— Ciro, a-aqui não... Por favor... — sussurro baixinho, ainda abraçado ao pescoço dele. — N-Nunca fiz isso antes...

— Oh Fernando, me perdoe... Você me deixa tão desgovernado... — gemeu ele, em tom baixo com sua voz grossa e sedutora, provavelmente querendo me provocar. E com sua mão se demorando um pouco mais ali, ao notar que eu estava duro por baixo do tecido.

Paramos um pouco, já que estávamos ofegantes e, de repende, Ciro continou a beijar minha boca rapidamente e eu correspondi, passando minhas mãos curiosas em suas costas. Me sentia no paraíso, sem dúvidas.

Logo, ele dá um chupão em meu pescoço, confirmando sua marca em mim, enquanto eu acariciava seus cabelos, pois jamais queria que ele se desgrudasse de mim novamente.

E para finalizar, deu-me um beijo na ponta do nariz, olhando-me com um sorriso satisfeito. Eu fiz o mesmo. Nos abraçamos enquanto estavámos ofegantes, aproveitando aquele momento, como se não houvesse mais fim.

O sinal tocou e me mantive imóvel em seus braços. O sinto suspirando pesado em meu pescoço, alisando minhas costas com ambas as mãos.

— Eu preciso ir... — suspiro, com minhas mãos ainda sobre seus ombros.

— Eu sei... — ele sorri, apertando as mãos em torno de minha cintura antes de me soltar. — A gente se fala na saída, tá?

Abano a cabeça afirmativamente e trocamos um breve selinho antes que eu tome meu rumo. Espero meu corpo esfriar antes de ir ao encontro de Manuela, que está esperando por mim na porta de nossa sala.

— E aí? Resolveu?

— Eu te devo uma, Manu... — sorrio descaradamente. Na hora, ela capta a mensagem.

Do nada, animadamente abraço ela, tanto que a mesma corresponde, dando uns tapinhas em minhas costas.

— Manu, você não faz ideia do quanto que eu te adoro! Você salvou minha vida! — me entusiasmei desnecessariamente, mas eu precisava me soltar

— Mas Fernando, não tem de quê! Amigos servem para isso! — alegrou-se ela com toda aquela emoção minha. Manu realmente sabia o que fazer nos piores momentos.

Amor Recíproco | Ciro & HaddadOnde histórias criam vida. Descubra agora