Coautora: AngiieCS
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Acordo no dia seguinte quando sinto Ciro se levantar bruscamente da cama. Me encolho levemente antes de abrir os olhos, usando uma mão para barrar a luz que os cegava.
— Hum? Ciro?
— Desculpe, Nando. Eu me esqueci completamente que dia é hoje... — ele murmura um tanto apressado. — Hoje Yuri vai vir passar alguns dias comigo.
— Yuri? — pisco os olhos ainda um tanto confuso, enquanto Ciro pega roupas limpas no armário e caminha até o banheiro.
— Sim, meu filho mais novo.
— Oh... — me dou conta de quem é subitamente. As vezes, realmente me esqueço de como temos familias numerosas agora.
— Ele é um graça... Tenho certeza que se dariam muito bem. — Ciro sorri para mim enquanto abotoava sua camisa branca.
— E-eu não duvido. — me levanto em um passo, desnecessariamente animado como se houvesse me livrado de minhas dúvidas e problemas.
— E enquanto a você?
— E-eu tenho dois filhos. — sorrio de lado ao mencioná-los. São realmente muito importantes para mim. — Frederico e Ana Carolina. Ana é mais nova, com apenas 5 anos... Um anjinho.
Ciro arregala os olhos, supreso com a minha situação. Não conseguia entender se o que demonstrava era orgulho ou certa repugnância, e talvez eu nem queira descobrir...
— Fico feliz por você, Nando. Por nós. — ele rapidamente vem até mim, roubando-me um beijo. — Acorda, você está muito nervoso.
— Desculpe, não estou muito acostumado com isso. Com essa nossa união...
— Logo você se acostuma, cabra. Fica tranquilo. — ele pega as chaves do carro e põe em seu bolso, depois ajeitando sua roupa. — Você vai vir?
— Mas é claro! — exclamo, já botando os sapatos, em tom de felicidade.
Vamos em passos rápidos até seu carro e afundo na poltrona do passageiro ainda um pouco sonolento.
No caminho até o destino, sinto meus olhos pesado e quase cochilo por alguns momentos, porém, a luz forte do sol sempre me desperta outra vez.
Quando foco a vista outra vez, vejo Ciro dirigindo tranquilo, com um cigarro aceso e pendurado entre dois dedos, na janela aberta do carro.
O admiro silenciosamente até ele notar meus olhares e me fitar brevemente.
— Que foi?
— Nada... Já estamos chegando?
— Já sim, é logo depois dessa esquina. — ele aponta com a bituca acesa do cigarro.
— Ótimo...
Ciro estaciona o carro cuidadosamente, tirando um pano de seu bolso para passar em sua testa como de costume. Ele descarta seu cigarro e me olha sorridente.
— E aqui estamos! Patrícia deve estar por aqui.
— Patrícia? Patrícia Pillar? — franzo o rosto, confuso.
— Não, Nando. Patrícia Saboya, minha ex-mulher, mãe de meus filhos. — ele murmurra, saindo do carro, chamando-me para que eu vá junto. — Vai adorar ela.
— Ah... — digo simplesmente, evitando transparecer um pouco de ciúme.
A rua se encontra pouco movimentada felizmente e em poucas caminhadas, nos demos de cara com Patría Saboya e Yuri logo em frente.
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Amor Recíproco | Ciro & Haddad
RomanceAo adetrar na vida adulta e a vida política explosiva dos anos de ditadura militar, Fernando Haddad se vê inundado por dúvidas, conflitos e sentimentos desconhecidos.