CAPÍTULO VINTE E SETE: "VOCÊ VAI ME SEGUIR"

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Coautora: AngiieCS

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Fernando e eu fomos andando mais a frente, dando espaço para que as crianças conversassem mais a sós. Realmente Yuri e Fred pareciam estar se dando muito bem agora, como esperado enquanto Carol apenas observava os dois como se fosse aprender algo.

Ao chegar em seu apartamento, Haddad destranca e entra em casa junto a mim e os outros foram chegando logo, sem demora.

— Aff, tava muito bom. — reclamou Yuri.

— Verdade, né? Pena que começou a chover. — Fred desanimou também.


Me aproximo dos garotos, pondo uma mão sobre um ombro de cada um, lamentando.

— Repare bem, a gente leva vocês de novo se der depois. — passo a mão no cabelo do dois, sorrindo. — Agora sentem-se na mesa que vocês irão almoçar.


Vou para a cozinha, onde Fernando se encontra no momento, deixando a filha que segurava no chão. Ela passa por mim com um olhar um tanto admirador, parecia gostar de minha presença.

O cabra sem me olhar, pega um prato e bota comida para sua filha. Continuo a observá-lo brevemente com os braços cruzados, apreciando ele.

Chego mais perto dele, sem que perceba e o abraço por trás. Sinto ele estremecer com o meu toque, o que não é raro. Deixo um beijo em sua bochecha.

— Você tá bem, Nando?

— C-Ciro... As crianças estão por perto... — ele tenta se movimentar normalmente, sem transparecer timidez. — É muito arriscado fazer isso aqui...

— Calma, bocó. Ninguém vai ver. — agarro ele fortemente, zombando do quanto era cuidadoso. Passo minhas mãos por baixo de sua camisa, acariciando seu peito e o abdômen.

— I-Isso não é uma boa ideia. — ele tenta relutar mais uma vez, se encolhendo num arrepio. Tudo em seu corpo nega o que tenta dizer. Típico dele...

— Nunca foi uma boa ideia, Nando. - não consigo evitar o deboche, apertando seu corpo mais forte em meu abraço. Sinto seus músculos tensos fraquejando e sua pele esquentando, um suspiro fundo e um tanto derrotado escapando pelos lábios. Ele sempre custava a encarar o fato de que não havia como escaparmos um do outro.


Fernando suspira profundo, dando mais liberdade a minhas mãos, já derrotado. Ele se vira um pouco para me fitar.

— Ciro, eu te-

— FERNANDO! — uma voz alta e feminina ecoa pela casa, assustando eu e Nando. Ela havia chegado... Estela.


Me solto dele em um passo e me viro para ver se ela havia nos pegado juntos. Felizmente não e isso me acalma. Fernando sai rapidamente da cozinha para ver o que ela queria. Vou junto com ele com um prato na mão e ponho na mesa.

— Estela, o que aconte-

— Que bagunça é essa aqui?! — ela aponta para a sala que estava bagunçada.

— Opa... — ele olha ao redor, dando um sorrido amarelado. Nossos olhos vão até as crianças que estavam com as cabeças abaixadas, evitando contato visualmente.


Tentei pensar em alguma resposta rápida para evitar o constrangimento que ameaçava dominar o ambiente.

— A culpa foi minha, Estela. Acabei entrando nos assuntos do trabalho com Fernando e nos distraímos... - arrumei a desculpa mais a mão possível. - Acredito que Yuri não fez nada de errado...


Levei os olhos a Fernando, esperando auxílio, mas ele estava com o rosto queimado de vergonha, retraído. Chegava a dar dó.

— D-Deculpa, mãe... — Frederico é o primeiro dos meninos a confessar, claramente arrependido. Ele passa uma das mãos em seu cabelo. - Eu e Yuri acabamos nos animando muito e deu nisso, sabe...

— É, foi isso... — Yuri apenas continuou, olhando para mim. — Desculpa também...

— Eu até perdôo vocês, meninos - Estela sorriu e disse, em um tom saudável e irônico —, mas vão ter que arrumar a sala.


Rio baixinho, tentando esconder, apertando os lábios e Fernando se abre, deixando de lado seu constrangimento. Ele me cutuca com o braço, ironizando.

— Pai! — Yuri chama a minha atenção.

— Tá bom... Parei... — cruzo os braços, levemente debochado.

— Acho melhor vocês tomarem banho. Estão todo suados. — Fernando apontou para o casal de crianças, se afastando pelo corredor com os dois.


Por um instante, ele se virou levemente para me fitar, porém mal tive tempo de reagir. Precisava figir passividade e indiferença na frente de Estela.

Ao vê-la ali, próxima, certa culpa batia, inevitavelmente. Ela era um doce, uma mulher admirável, e formava um lindo casal com Fernando... Me batia certo desconforto em meu ego.

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⏰ Última atualização: Feb 12, 2019 ⏰

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