CAPÍTULO SETE: "PARA VOCÊ GUARDEI O AMOR"

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Coautora: AngiieCS

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CIRO'S POV

Misericórdia, ainda me é dificil acreditar que estou arriado por esse arigó.

Me preocupo se ele realmente está bem ou não, ele parece tonto, um tanto avoado.

Caminhamos juntos até a saída, seguro sua mão esquerda levemente, para tentar lhe passar calma. Fernando vira os olhos para mim e sorri pelo canto dos lábios.

Eita cabra lindo...

— Bem, não é um Cadillac... — Fernando brincou, tentando tirar a preocupação que estava estampada no meu rosto.

Ele soltou a corrente que prendia a bicicleta a uma grade e subiu no acento, apoiando um pé num dos pedais. Me chamou para perto com um gesto e me sentei na garupa, apoiando meus pés numa barra de metal presa ao aro da roda traseira.

— Pra onde vamos?

— Ibirapuera. — murmuro baixo, apoiando o queixo em seu ombro direito. Apenas queria capar o gato daquela faculdade. Fernando ronrona afirmativamente e começa a pedalar.

Passo meus braços em torno de sua cintura recosto meu peito em suas costas. Perto dele, me sinto mais tranquilo...

— Nando, toma cuidado. Não deve ser fácil me aguentar andando de bicicleta. — disse rindo e debochando.

— Eu não sou tão fraco assim, tá? — damos risadas, enquanto Fernando continuava comandando a bicicleta.

Me perdoe, mas eu sou muito arriado por esse cabra. Será que é notável que estou quase babando por ele?

***

Chegando no Ibirapuera após 15 minutos na bicicleta, saio da garupa e Fernando a estaciona, colcoando-a no bicicletário. Até que enfim, sinto como se fizesse meses que não ponho os pés no chão, como se eu fosse um sedentário.

Começamos nosso passeio e Fernando se maravilha com o lugar.

— Eu adoro gastar o meu tempo aqui. O Ibirapuera é muito divertido. E grande também, o que o torna melhor ainda.

— Concordo contigo, homem. Eu não costumo visitar muito aqui, mas vejo que é bem frequentado. Isso que é vida. — digo colocando as mãos na parte traseira da cabeça.

— É só uma pena que esteja tão quente hoje. — ele suspira baixo por entre um sorriso, abrindo o primeiro botão de sua camisa. Tento não demorar demais meus olhares sobre ele, não quero parecer tão desesperado.

Caminhamos lado a lado pelas trilhas por entre as árvores e, timidamente, o senti se aproximando de mim até finalmente segurar uma de minhas mãos.

Eita cabra tímido. Não sei como gosto desse cabaço todo.

Depois de muito andar, nos escondemos debaixo da sombra de uma cerejeira para tomar um sorvete. O sol estava alto no horizonte e o céu limpo, sem uma única nuvem.

Fernando recosta a coluna no tronco da árvore e solta um suspiro alto, me fazendo focar os olhos nele.

Atentamente, assisto os lindos lábios desenhados dele chupando o doce gélido, soltando um baixo estalo. Me sinto hipnotizado pela cena, nada mais passa pela minha cabeça.

Amor Recíproco | Ciro & HaddadOnde histórias criam vida. Descubra agora