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- BANG CHAN! Já chega de dança! - Elizabeth reclamou com os braços e costas sobre a madeira gelada da sala de treino do amigo. Fazia cerca de duas horas que o maior dançava sem pausas e ela já se começava a questionar se ele ainda se lembrava de que ela o tinha acompanhado naquele dia.

Mas desde há dois dias para cá, que Chan estava diferente. Eliza não o culpava. Não depois do que tinha acontecido. Mas ela sentia que o seu amigo se estava a cobrar demasiado e a prova disso foi quando o viu cair sobre o seu próprio pé com a respiração descontrolada e os cabelos colados à testa. Ela mal teve tempo para processar o que havia acontecido, pois saiu disparada em auxílio do acizentado.

- Bang Chan, eu disse que já chegava de dança! - reclamou analisando o pé do maior - Dói muito?

Chan meneou a cabeça num sim silencioso antes de soltar um muxoxo. As coisas não lhe estavam a correr mesmo bem ultimamente.

- Porque é que não me ouviste, Chan? Porque é que tens que ser tão teimoso? - Eliza reclamava enquanto enfaixava o tornozelo do amigo com o maior cuidado possível. Bang nem ao menos havia dado pela falta dela, perdido na sua imensidão de pensamentos. - Consegues levantar? - confirmou. - Não deve ser nada demais, mas por favor não voltes a fazer o mesmo de hoje. - pediu cabisbaixa enquanto andavam lado a lado para fora do estúdio.

- Estás preocupada comigo, é isso? - Chris brincou com um sorriso convencido nos lábios. A menor virou-se abruptamente, encarando Chan com os seus pequenos olhos negros.

- Claro que estou, seu idiota! - reclamou com lágrimas nos olhos. Um murro foi depositado sobre o peito do maior. Seguido de outro e de outro. - Porque é que te cobras tanto?! Porque é que não te vês como eu vejo? - choramingou - Eu não gosto de te ver assim...

- Anda cá. - Chan acolheu-a num abraço e mesmo sendo uma das noites mais frias do ano, Eliza sentiu-se quente entre os braços de Bang. - Não te preocupes comigo, pequena. Eu estou bem, okay? - questionou depositando um beijo sobre os cabelos negros de Elizabeth.

A menor confirmou com a cabeça ainda que não acreditasse nem um pouco no amigo. Ela sabia como funcionava a cabeça dele, mas o seu coração ela nunca soube e a única coisa que sabe sobre ele agora, é que ele está despedaçado por culpa de alguém que nunca mereceu Bang Chan.

- Tive uma ideia! - exclamou sorridente fazendo Eliza largá-lo para o poder encarar - Amanhã vamos à ponte dos cadeados! Como fazíamos quando crianças! - ela não conseguiu evitar sorrir pela alegria repentina contagiante do amigo. Ela estava feliz por Chris ainda se lembrar da ponte.

- Sorri, Chan! - Eliza gritou de longe, enquanto preparava a câmara do seu telefone para tirar uma foto ao amigo

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- Sorri, Chan! - Eliza gritou de longe, enquanto preparava a câmara do seu telefone para tirar uma foto ao amigo. - Já está! - confirmou sorridente.

Permitiu-se olhar a fotografia por mais tempo. Ela sempre achara Chan fofo. Sempre achara fofo a forma de ele sorrir e a forma como ele via as coisas só da sua maneira.

- Deixa-me ver! - exclamou, quando chegou perto da amiga tirando-lhe o telefone das mãos impedindo que ela continuasse a admirar a fotografia. - Ah, está boa! - disse surpreso.

- Hey! Claro que está boa! Fui eu que tirei- respondeu orgulhosa atirando os seus cabelos por cima dos ombros. - Agora deixa-me postar!

- Naaaoooo!!! Tudo menos postar Kim Elizabeth! - Bang disse entretido a ver a amiga tentar chegar ao telemóvel que ele segurava no alto.

- Devolve-me o telemóvel, Bang Chan! - reclamou entre saltos e tentativas falhadas de recuperar o seu telefone. - Eu vou gritar! - o acizentado riu, achando piada à ameaça de Eliza mas logo as suas risadas cessaram quando ele reparou que a amiga estava mesmo a gritar atraindo as atenções de todos os que passavam por eles.

- Ai, pronto birrenta! Tem-lo aí! - devolveu, podendo assistir a um sorriso vitorioso da mais pequena.

- Já está. - sorriu - vês? As pessoas gostam!- disse mostrando-lhe a imagem.

- Tanto faz

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- Tanto faz. - resmungou Chan colocando as mãos de volta nos bolsos do casaco.

E Eliza teve que aturar um Bang Chan amuado, ainda que engraçado, o resto da tarde toda. Ela não podia dizer que não se divertia com as feições do amigo, mas também não podia dizer que não sentia falta de ouvir as risadas do maior que costumavam preencher os seus passeios.

- Ei, Chan! - chamou - Não é engraçado existir uma ponte exatamente igual a esta em Seul? Podemos ir colocar um cadeado lá, quando formos de visita de Natal!

- Tanto faz. - respondeu com um biquinho.

- Já disseste essa frase. - disse começando a empurrá-lo de um lado para o outro. - Estás amuado é isso Chris? - disse entre risadas. Ela sabia como Chan odiava que lhe chamassem Chris.

- E tu estás a tentar meter-te comigo, Sun Hee? - e ele sabia como ela odiava que lhe chamassem Sun Hee.

- Eu? Claro que não! E sinto-me extremamente ofendida com tal pensamento esse que tens de mim. - dramatizou - Apenas estava a tentar encontrar a melhor maneira para te convencer a dançar comigo ali. - apontou para um senhor de já alguma idade que tocava as suas músicas na sua guitarra despercebido de qualquer coisa à sua volta.

- Para isso nem precisas de me tentar convencer. Sabes que eu adoro dançar. Ainda mais quando é com a minha melhor amiga. - sorriu - O último a chegar lá paga a volta de Táxi! - disse começando a correr sem dar tempo a Eliza de responder.

- EI! ISSO É BATOTA! - gritou enquanto corria para alcançar Bang.

Como já antes dito, o senhor estava tão imerso na melodia das suas canções que só minutos mais tarde reparou nos dois adolescentes que dançavam sincronizadamente. Ele nem mesmo se apercebeu de quando ambos discutiam sobre o tipo de dança que iriam fazer.
No final concordaram apenas deixarem-se ser levados pelo ritmo. E o ritmo levou a que Chan estivesse com a mão sobre a cintura de Eliza e Eliza com a mão sobre o ombro de Chan.

- Mas que bonito casal! - o senhor exclamou assustando os dois amigos que rapidamente se separaram tentando explicar a situação.

- N-não! O senhor entendeu mal. - Eliza tentou explicar, sem muito resultado.

- É. - Bang confirmou - Nós somos só amigos. - respondeu sorrindo enquanto abraçava a mais pequena de lado.

- Por agora - afirmou o senhor, vendo os dois amigos darem costas em direção à saída do parque - Não há ninguém que dance apenas como amigos ao som das minhas músicas.

Friendly - Bang Chan Onde histórias criam vida. Descubra agora