thirty-two

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                      c a m i

Eu tinha acabado de ir até a casa de Cecilia para a encontrar e agora caminhamos em direção do restaurante que não é tão longe daqui.
Estava usando um vestido branco regata, com um decote cruzado entre os meus peitos. O tecido do vestido ia até o meio da coxa então caia em um tecido mais leve completamente rendado e uma fenda grande no meio das minhas pernas. Usava um salto não muito alto também branco e minha maquiagem era tão discreta que quase não era possível notar. Fiquei uma hora tentando prender meu cabelo em um coque bailarina perfeito mas não consegui, então fiz um coque meio preso somente na minha franja amarrando com meu próprio cabelo, extremamente descuidado tirando todo glamour da roupa. Por um segundo tenho a sensação que minha mãe me dirá que parece que estou vestida para o ano novo mas ignoro.

— Ei, Ceci! — digo puxando assunto logo depois de um silêncio se instalar após fofocarmos sobre uma amiga brasileira que estava grávida. — Fiquei sabendo que você e o Dylan estão bem próximos. Você foi assistir beisebol na casa dele a um tempo, não?
— Como você sabe disso? — Ceci me perguntou espantada me encarando como se eu fosse vidente. Não conseguir conter meu riso com a tapadez da mesma.
— O Dylan me contou, já que se fosse por você não saberia de nada. — dou um tapa fraco no topo da cabeça da mesma.
— Somos amigos, é isso, mas sei que não é nisso que está pensando. — ela faz uma careta.
— É claro que não tô pensando nisso! Grande chance pra você superar seu ex babaca. — digo como se fosse obvio. — Parece que ainda tá estacionada nele.
— Mas eu não estou. — ela respondi. — Você diz como se fosse simples assim.
— Sei que não é mas tem que tentar, pois a fila anda e de moto. — dou de ombros.
— Você ta mesmo citando a vovó? — ela pergunta em tom de gozação segurando o riso.
— Aposto que a velha se remexeu bo tumulo agora. — digo fazendo nós duas cairmos na gargalhada.

Continuamos jogando conversa fora até chegarmos no restaurante, onde mamãe já estava nos esperando e ouvimos ela reclamar muito por chegarmos "atrasadinhas". Ah, e ela realmente criticou meu vestido; "Camila você por acaso tá vestida para o ano novo? E que cabelo é esse? Ai que horror."

                      n o a h

— Qual é cara você me matou, somos do mesmo time. — digo frustado jogando o controle do meu lado no sofá.
— Desculpa, fiquei nervoso. — Dylan diz simplesmente.

Tinha pensado sobre o convite de Dylan e decidi aceitar. Fui até a casa dele esperar até o horário enquanto jogavamos videogame. Eu estava tão cansado que sentia que podia dormir até mesmo de pé, por isso eu e Dylan bebemos uns três energeticos nesse meio tempo.

— Vamos? — Dylan perguntou enquanto olhava algo no celular. Esticando meu pescoço notei que falava com alguém no whatsapp. — Está na hora.
— Isso aqui não é tipo um encontro duplo que você ta arrumando né? Nem um encontro só sei e eu vou ficar de vela, hum? — arqueio a sobrancelha.
— Claro que não cara. — ela guardou o celular no bolso e me deu um tapa no ombro se levantando. — Relaxar lembra?
— É, eu lembro. — digo com preguiça me levantando.

Caminhamos até o hall de entrada pegando nossos casacos e vestindo eles antes de sair de casa. Fomos até o carro do Dylan, pois é nele que iriamos, nisso deixei meu carro na garagem do mesmo para buscar mais tarde.

— E aquele lance com a Camila, já acertou? — Dylan pergunta enquanto dá a partida e eu o encaro em dúvida de que lance ele está falando. — Sobre o negocio que o diretor disse, de vocês não terem química.
— Ah, esse lance. — digo como um suspiro como se clareasse a memória. — Acho que ainda está chateada com o que eu falei, fui meio indelicado acho, mas ela voltou a falar comigo, mesmo que não tenha me desbloqueado do whatsapp, eu deveria ter dito que não gostava de vólei.
— Não pode culpar o vólei pelos seus vacilos, soldado. — Dylan diz com o seu tom brincalhão de sempre e eu solto uma risada pelo nariz. — Já pensou em como resolver isso?
— Não, mas sabe eu acho que ela tá tentando mais de verdade. O diretor não disse mais nada isso é bom né? — olho pra Dylan que dá de ombros. — O que acha que devo fazer?
— Falar com ela, sei lá, seja legal. — ele diz virando a esquina. — Eu sei que ela é complicada mas todas as mulheres são. Tentei ir desenrolando aos pouquinhos, não força do nada.
— É, você tem razão. — digo e contraio o lábio.
— Você vai receber uma luz do céu do que fazer, um anjo vestido de branco. — Dylan brinca e nós dois rimos.

Ele estaciona o carro e então nós descemos. O restaurante era lindo, grande e todo trabalhado no vidro e madeira. Caminhamos em direção a entrada e assim que entramos no mesmo paro de andar. Lá estava Camila, Cecilia e uma mulher mais velha muito parecida com elas, que eu julguei ser a mãe, sentadas em uma mesa.

— Um anjo vestido de branco, hein? — digo pra Dylan com a sobrancelha arqueada e o mesmo dá um sorriso debochado.
— Vamos falar com as garotas. — ele fala me puxando pelo braço.

STARS • noah centineoOnde histórias criam vida. Descubra agora