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                        c a m i

— E aí, ta preparada? — pergunto pra Ceci enquanto engancho meu braço esquerdo no seu.
— Eu acho que vou ter um treco, não acredito que estou mesmo entrando na festa do Dylan O'brien. — ela falou exageradamente me fazendo rir.
— Só relaxa e aja naturalmente!

Caminhamos de braços enganchados até a porta entrando na festa. Era na casa de Dylan, que por sinal era linda, o ambiente estava cheio, mas não lotado o que me fez sorrir. Tinha um grande balcão onde serviam as bebidas e petiscos, mais ao lado um DJ que tocava a música alto e ao centro, havia umas pessoas dançando.

Eu estava usando um vestido vermelho, um palmo acima dos meus joelhos, havia um detalhe nele no pescoço, deixando aparente as minhas saboneteiras. Usava um salto não muito alto também vermelho, e meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto. Prefiri não usar muito maquiagem, passando apenas uma base, rímel e gloss para dar uma "cara de vida".

— Meninas! — exclamou Kiera alto enquanto se aproximava de nós com os braços abertos, logo envolvendo nós duas em um abraço. — Que bom que vocês vieram, estão lindas.
— Olha quem fala. — eu e Ceci falamos em unsolo fazendo nós trés rimos.
— Vem vamos dançar! — ela falou mais alto para que pudessemos escutar por conta da música e nos puxou até a pista de dança.

                  {********}

A festa estava sendo ótima, principalmente pelo fato de que eu não havia esbarrado com o Noah em momento nenhum, me deixando bem contente. Perdi a Ceci de vista em algum momento e mais tarde me avisaram que ela tinha ido embora. Mandei várias mensagens porque ela era minha carona, mas não tive resposta em nenhuma. Então decidi ficar sentada bebendo, já que meus pés estavam me matando e eu não aguentava mais nem ficar de pé. Dou uma golada no meu whisky.

— Ei, Kie! — grito chamando a atenção de Kiara que não está longe. Fazendo ela se aproximar.— Você poderia me dar uma carona? A Ceci foi embora já a um tempo.
— Eu até que gostaria, Cami, mas já combinei de dar carona para um pessoal. Meu carro tá cheio desculpe. — ela fala encolhendo os ombros e eu solto um olhar de "tudo bem" fazendo a mesma relaxar. — Mas você pode pedir carona para o Noah, ele veio sozinho. — ela falou apontando com a cabeça pra ele me fazendo estremecer.

Eu prefiro voltar de apé para casa ao pegar uma carona com o Noah, já é demais aguenta-ló durante a semana, e nós provavelmente nos matariamos no caminho pra casa.

— Deixa pra lá, eu dou um jeito. Valeu. — falo pra mesma sorrindo de canto e logo virando o resto do meu whisky na boca, fazendo uma careta.

Eu não faço o estilo de pessoa que bebe muito, na verdade tento não ser, já que a minha irmã sempre diz que eu sou um saco bêbada e que ela não vai cuidar de mim caso eu dê trabalho. A última vez que eu fiquei completamente bêbada foi quando eu peguei o meu ex namorado deitado com a minha melhor amiga.

Peço outro drink para o garçom, com o intuito de afastar esses pensamentos da minha cabeça. Não demoro muito pra notar vários copos vazios de bebida ao meu lado, enquanto eu termino de beber mais uma.

                  {*******}

                     n o a h

A festa estava sendo ótima desde que eu tinha chegado, o Dylan realmente sabe como dar uma boa festa. Eu e alguns convidados estavamos jogando pôquer, era pra ser a minha vitória, mas por pouco Posey acabou ganhando a partida.

Estava pegando minha jaqueta no hall de entrada, pronto para ir embora quando escuto alguém cantar muito alto e muito mal. Por instinto acabo virando e vejo Camila totalmente bêbada em cima da mesa. Eu tinha a visto na festa, mas prefiri não ir falar com a mesma, as vezes evitar a fadiga é o melhor a se fazer.

Solto um riso abafado pelo nariz vendo a cena e termino de vestir minha jaqueta caminhando até lá.

Like a virgin, touched for the very first time. Like a virgin, when your heart beats next to mine. — ela canta, praticamente gritando, extridente enquanto dança em cima da mesa.
— O que você tá fazendo? Desce dai de cima. — digo mais alto para que a mesma me escute.
— Mas é só falar no diabo que ele aparece. — ela falou embolado, enquanto colocava uma mecha do cabelo, agora bagunçado e com o rabo de cavalo torto, atrás da orelha. — Eu tô me divertindo.
— Você tá bêbada, vai desce dai!
— Eu acabei de começar o meu show, vai encher o saco de outra pessoa. — ela soltou uma gargalhada ardida voltando a dançar de forma desengonsada, até que era fofo.
— Tudo bem, então eu te tiro dai. — digo.

Puxo a mesma pelas pernas, a colocando sobre o meu ombro direito enquanto a segurava. Escuto ela resmungar umas coisas impossiveis de entender enquanto balança os pés e bate nas minhas costas para que eu a solte. Só a coloco no chão quando estamos lá fora.

— Cadê a sua carona? — pergunto.
— Eu não tenho. — ela diz apontando com o indicador para um lugar aleatório. — Minha irmã foi embora e me deixou aqui, e o car... O car...
— O carro. — digo a ajudando a terminar a palavra, a fazendo gargalhar.
— Isso o carro. O da Kiera está cheio. — ela dá de ombros. — Sem carona.
— Tá. — digo simplesmente e respiro fundo. — Eu te levo então.
—  Deus me defenderay, nunca no Brasil, no mundo que eu entro em um carro com você. — ela diz enrolando uma perna na outra, quase caindo no chão.
— Tudo bem então, eu to indo embora, tchau.

Me viro caminhando até o meu carro que está na mesma calçada dali. Olho de relance para Camila mais atrás, que faz uns movimentos com os pés, que só agora notei que estão descalços. Eu poderia deixa-la ali, na verdade eu queria não queria? Ela é um pé no saco sóbria e bêbada é mil vezes pior. Paro de andar por um segundo, mas logo volto me aproximando do carro, abrindo a porta e entrando no mesmo. Dou a primeira partida e acelero, parando mais a frente na calçada onde Camila está. De dentro do carro, abro a porta do banco do acompanhante.

— É sua última chance, moça bonita, ao menos que queira ficar sozinha no meio da rua. — digo observando a mesma que parece relutante no começo mas acaba entrando.
— Só tô fazendo isso porque não tinha ninguem pra me levar. — ela diz fechando a porta com dificuldade.
— Só tô fazendo isso porque você ta bêbada, se não te deixaria na rua sem pensar. — digo colocando o meu cinto. — Ei, o cinto.

Digo para a Camila mas ela ignora, parecendo nem ouvir. Respiro fundo e estico meu corpo puxando o cinto da mesma e colocando nela. Camila olha cada movimento meu atentando me fazendo ficar constrangido. Assim que o faço sento novamente, logo dando a partida.

Durante o caminho pegamos um engarrafamento, fazendo com que Camila tivesse tempo de ligar e desligar o ar condicionado várias vezes, cantar algumas músicas do rádio, relembrar sobre como a avó Ferreira sempre gostou mais da Ceci e me contar a história do filme Titanic, pois eu disse que nunca havia assistido.

— Pronto, chegamos. — digo parando o carro na frente da casa dela. — Se cuida e nunca mais bebe tanto assim quando eu tiver por perto, você é muito chata bêbada.
— Quente. — ela disse me fazendo ficar confuso. — Quente perguntou.
— É a mesma Camila de sempre. — digo dando risada mas somente porque a mesma não para de rir ao lado.
— Tchau, Gregory. — ela disse abrindo a porta e tropeçando na hora de sair, mas se apoiando no carro para não cair no chão. Espero ela se afastar um pouco para ir.
— Ei. — digo colocando meu corpo para fora da janela. — Eu te amo, Camila Ferreira! — grito somente para provoca-lá e ela mostra o dedo do meio sem olhar pra trás. Riu sentando direito no carro e saindo de lá.

STARS • noah centineoOnde histórias criam vida. Descubra agora