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Point Of View Ariel Nicolau.

Uma semana havia passado após aquela enorme chuva torrencial que caiu quando fui ao cinema com Willow. E nossa, que noite tivemos naquela sala de cinema. Eu não consigo nem explicar quantas reações diferentes tive em apenas três horas que ficamos sozinhas.

O jeito que ela segurava meu braço para poder esconder o rosto nas cenas de susto era tão bom, ela tinha reações fofas, um gritinho mais fofo que o outro e aquilo me fazia morrer de amores por ela. A respiração baixinha perto do meu pescoço fez-me arrepiar inúmeras vezes junto da brisa fria do ar condicionado daquela enorme sala.

— Essa semana é aniversário da sua protegida, já sabe o que vai dar pra ela? — Tyler peguntou enquanto nós caminhávamos em direção ao trabalho.

— Não sei ao certo, mas acho que vou dar um desenho pra ela, que fiz a uns dois anos atrás mas nunca tive coragem de mandar pra ela com vergonha — Contei chutando uma folha.

— Que desenho? — Perguntou curioso.

— Eu trouxe uma pasta de desenhos junto comigo porque eles me dão inspiração pra novos desenhos, e tem um desenho dela lá. É um desenho dela numa rua movimentada com um carro atrás e um coração alado perto da cabeça — Narrei.

— Qual é o conceito desse desenho? — Perguntou curioso.

— Que, por mais que ela esteja rodeada de muitas pessoas, o amor de fã sempre estará perto e sempre será importante como amor da família — Expliquei, olhei pra ele e percebi o sorriso que tinha em seu rosto.

— Você está gostando dela — Não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

— Não — Rebati.

— Está sim Ariel, você está gostando dela — Exclamou animado.

— Não, eu não estou, para com isso — Segurei seus ombros enquanto ria.

— Se fosse só amor de fã você não falaria com esse sorrisinho de canto e os olhinhos demonstrando paixão, moranguinho — Comentou assim que voltamos a andar.

— Não posso gostar dela, não mesmo — Neguei com a cabeça.

— Por que não? — Perguntou confuso.

— Porque ela nunca vai retribuir o sentimento, não será recíproco porque eu não tenho atrativo — Respondi o óbvio.

— Como pode ter tanta certeza assim? — Parecia convencido.

— Meu anjo, só ver o histórico das pessoss nas quais ela se envolveu no passado, e é claro que não me encaixo, sabe? É isso — Dei de ombros.

— Caramba, você é realmente do jeito que diz ser — Soltou incrédulo — Deixa esse pessimismo de lado, você é uma mulher incrível, claro que chamaria atenção dela — Balançou as mãos.

— Quando estávamos indo pro cinema semana passada entramos no assunto atrativo, eu disse essas mesmas palavras pra ela, ela perguntou como eu tinha tanta certeza que não atraia ela, perguntei se eu a atraía e ela disse que não. Tem mais alguma dúvida? — Olhei-o, ele tinha uma feição pensativa.

— Ela pode ter repondido errado — Sugeriu.

— Não, ela respondeu rápido demais e com bastante convicção, não foi errado, ou sem querer — Refutei.

— Bom, então você não a atrai mesmo — Concluiu.

— Uau! Percebeu isso agora? Chegou nessa solução sozinho? Eu nem fazia ideia — Fui sarcástica, ele revirou os olhos levantando o dedo médio pra mim.

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