18. epílogo: how we collide

577 37 87
                                    

look at the sky tonight

all of the stars have a reason

a reason to shine, a reason like mine

and i'm falling to pieces

+

a música da vez é a different age, do current joys. A letra acima é de outra música e é a maneira como eu me despeço dessa história. Também tem algum fundo de verdade em relação ao que vai aparecer aqui embaixo, mas enfim.

Eu espero que gostem, este é o último. Boa leitura <3²

+

e você pode me machucar

mas você não saberia o que dizer

você deveria acreditar em mim

todos os nossos sonhos são os mesmos

como uma vida sem amor

(Current Joys)

É difícil explicar como as coisas terminaram, mesmo porque eu mal consigo compreender.

Sehun e eu fomos nos afastando pouco a pouco. Talvez porque ele tenha permitido, talvez porque eu tivesse me fechado ao ponto de não deixar que ninguém se aproximasse. Entendo a minha parcela de culpa em tudo o que aconteceu com a gente, e sei que ele também entende a dele, mas isso não muda os fatos.

Definitivamente não muda nada.

+

Conheci Oh Sehun muito antes de ele se mudar pra Seul.

Chanyeol era o irmão mais velho que eu gostaria de ter, babão pra caralho e todo cheio de orgulho. Sehun era o mundo dele, seu precioso irmãozinho, a única pessoa que ele protegia e defendia com unhas e dentes. Ele falava do irmão mais novo com uma admiração que beirava o ridículo, o aniversário dele estava em tudo, nas senhas das contas bancárias e até na droga da senha da internet. Chanyeol se desdobrava pra fazer tudo o que ele queria e nunca havia cansaço quando Sehun ligava.

Chanyeol era meu melhor amigo e sempre foi uma pessoa simples. Ele não tinha muita coisa pra falar, então ele falava sobre o irmão. Contava sobre o assunto das ligações, contava se o garoto brigava na escola, se ele tinha gostado dos presentes que mandava pra ele, se tinha mudado o corte de cabelo, se já tinha tirado o aparelho. Chanyeol era uma atualização constante da vida do irmão mais novo, e eu, sempre perto dele, ficava sabendo de todas essas coisas sem muito esforço.

Não digo que me apaixonei pelo Sehun logo de cara, mas isso aconteceu depois que ele chegou. Eu não tinha visto o rosto dele muitas vezes e, na minha cabeça, era um moleque magrinho de quatorze anos que usava aparelho, falava um inglês mais enrolado que o do irmão e vivia caindo de bicicleta. Era assim que Chanyeol fazia as pessoas pensarem que ele era, criança pra sempre; era assim que ele o enxergava.

Quando aquele garoto colocou os pés em Seul, ele tinha vinte e três anos, cabelo descolorido e um olhar afiado. Muito diferente da imagem mental que eu havia criado dele.

Me lembro de vê-lo carregando caixas pra dentro da casa do Chanyeol, usando moletom azul e All-Star cinza. Não bebia cerveja porque achava que tinha gosto de mijo — ele sempre foi meio fresco — e conhecia muitas das bandas para as quais eu tocava covers.

how we collideOnde histórias criam vida. Descubra agora