POV Lauren JaureguiEstava na reunião da Mason, não que estivesse um saco, mas esse presidente é mole demais falando. Fiz o possível para acabar a reunião antes que eu acabasse dormindo naquela sala. As propostas que me foram apresentadas eram ótimas, tinham uma boa porcentagem de ser lucrativo investir, então fechei acordo com eles. Mason é uma empresa de grande porte, não que eu precise, mas quanto mais a minha empresa tiver nome no mercado com associados de grande nome, melhor para mim. Assim que tudo foi acertado, liberei o pessoal. Minha secretária já havia me passado as coordenadas do dia, pelo visto seria cansativo.
- Srta. Jauregui, hoje você tem duas reuniões aqui na empresa para ajustar algumas clausulas de contrato, uma às quatro horas da tarde e outra daqui dez minutos. A senhorita me pediu os currículos dos estagiários que mais combinavam com as suas exigências, apenas quatro me chamaram atenção depois que fiz uma pequena entrevista junto do RH.
- Interessante, me fale sobre cada um.
- Thomas Anderson tem vinte e quatro anos, cursa o último ano de economia, melhor da turma e muito disposto a fazer até mais do que lhe for mandado. Dylan Carter tem vinte e seis anos, com cursos técnicos na área de informática empresarial, contabilidade e logística, um pouco “avoado” mas com boas referências pelas empresas que passou. Samanta Reynolds, vinte e quatro anos, especializada em TI, sabe desenvolver e construir sites e aplicativos sem igual e por último, Valentina Sanders de vinte e cinco anos, formada em RH, trabalhou por dois anos na Spyder’s, saiu somente por ter engravidado, mas tem uma boa carta de referência.
- Parecem ótimos, ligue para cada um e marque em dias diferentes um teste. Tenho 2 vagas para estagiários, os dois melhores farão a última parte da seletiva na minha presença.
- Sim senhora. Com licença.
Vou para a reunião, eu queria reajustar aquele contrato com a Romances, uma editora de livros. Já havíamos combinado todos os prós e contras de cada situação, agora que um de seus escritores quer fazer uma adaptação de um livro para o filme, eles querem minha ajuda mas por um preço muito baixo. Eu não trabalho de graça. Eu investiria mais que eles, merecia um retorno justo. Mesmo a contra gosto, eles aceitaram os quarenta por cento de lucro que seria deles, era isso ou encerrávamos o contrato, óbvio que eles iriam aceitar qualquer coisa para trabalhar comigo. Como eu teria algum tempo até a próxima reunião, decidi descer e comer algo, poderia pedir na minha sala, mas também ficar sentada lá o tempo todo cansa. Estava sentada em um banco de frente para minha empresa quando vejo alguém conhecido entrando em um táxi. Não pode ser, Ally disse que ela não voltaria tão cedo.
- Camila? – gritei por seu nome, mas parecia não ter escutado, tentaria de novo. Gritei por Camila e a pessoa olhou para trás mas não pude ter certeza já que virou o rosto muito rápido.
Liguei para minha secretária pedindo que remarcasse minha reunião, eu precisava fazer algo urgente naquele momento. Corri parando um táxi que passava, pedindo para seguir o outro que acabara de passar e estava a poucos metros à frente. Cheguei a tempo de ver ela entrando na casa, era Camila. Então ela voltou e mesmo assim não me deu nem um sinal de fumaça, ela realmente não quer falar comigo. Decidi então que ligaria para Allyson para chamá-la para um chá, daria um jeito de “sem querer” saber o que já sei, Camila está de volta. Como Allyson disse que estava livre, passei para buscá-la e fomos até o mesmo lugar daquele dia.
- fiquei surpresa com a ligação, achei realmente que seu interesse era só para saber de Camila.
- Camila realmente me faz muita falta, mas ela não tem falado comigo desde que viajou, eu nem sei quando ela volta. Mas eu gostei de você Allyson, você é simpática e tem um bom papo, me conta historia ótimas, então não, meu interesse não é apenas a Camila. – Ally arregala os olhos e dou uma breve risada. – ei, relaxa! Não estou dando encima de você. – a tranquilizo e pude vê-la soltando o ar aliviada.
- Ah mas não seja boba, Camila já voltou, é que ela esta ocupadíssima com o trabalho. Como viajou as pressas, acabou acumulando coisas. – falou simples e nem percebeu que caiu certinho onde eu queria. Ponto pra mim! – É bom que podemos sair as quatro como a Mani disse.
- Claro! Mas não tenho certeza se Camila iria gostar. Como eu disse, ela não tem falado comigo. – suspirei realmente desanimada. – Você contou a ela que temos conversado? Ela pode não gostar disso – falei demonstrando toda minha meiguice.
- Lauren, aprende uma coisa sobre a Camila... – espere que vou pegar meu bloquinho de notas. Pensei comigo mesma. – ela nunca fica brava por muito tempo, seja lá o que tenha acontecido entre vocês. – isso quando você não mata alguém na frente dela, né?! – E eu não contei nada sobre estarmos conversando, mas a Mila é tranquila quanto à isso. Você pode até ir lá em casa falar com ela, duvido que ela vá te deixar plantada na porta ou te tratar mau, não é dela fazer essas coisas.
- Vou confiar em você Ally, mas se ela me deixar plantada, eu nunca mais falo contigo. – brinquei.
- criança. – Falou fingindo uma tosse e nós demos risada.
Conversamos sobre algumas banalidades apenas para descontrair, Allyson quis fazer perguntas sobre a minha empresa, na verdade ela não parou de fazer perguntas tão cedo, ela realmente tinha curiosidade sobre como era gerenciar uma Empresa grande. Aproveitei e perguntei sobre as aulas que ela dá. Pra que? Ela falou ainda mais, demonstrava amor pela profissão, era algo puro e de alma.
- Acho que seus alunos devem amar suas aulas, você coloca emoção na fala ao contar qualquer história, chega ser fascinante. Eu queria ter tido uma professora de história como você, a minha era velha e rabugenta, grudava em mim mais que chiclete velho. – falei fazendo uma careta e ela deu risada.
- Tem outros professores de história lá na universidade, alguns até eu mesma não suporto, fazem a aula ser parada. Eu tento ensinar da forma mais clara possível, minha meta é fazê-los amar o que escolheram e não simplesmente “fazer” – faz aspas com as mãos. – da pra entender onde eu quero chegar?
- Da sim! Isso é realmente muito legal, Ally. Parabéns por ser uma ótima professora – ela riu sem graça e logo fomos embora.
Ally fez questão que eu fosse até sua casa para ver Camila. “Tá” legal, eu quero vê-la mas realmente eu não me preparei esperando que isso fosse acontecer agora, eu precisava apenas confirmar se Camila estava em Wells. Mas Ally, te devo uma! Assim que chegamos, meu coração parou, Camila estava de costas para a porta então não notou minha presença, ficando ali parada me fazendo estremecer e sentir uma vontade imensa de abraça-la. Foi algo que me consumiu de repente.
- Ally, pensei que vo... Lauren? – não disfarçou o susto ao me ver parada ali, tudo que ela menos esperava. - o que você... o que faz aqui?
- Podemos conversar, Camila? – perguntei em um tom seco, tentando demonstrar seriedade.
- Vou deixá-las a sós... e Camila? Tente não ser tão radical, as vezes tudo só precisa de uma boa conversa. – soltou uma piscadela para Camila que respirou fundo.
Allyson saiu de nossas vistas e eu pude sentir Camila soltar fogo pelas narinas e guardando algumas coisas que mexia antes da gente chegar, esperei paciente, sei que ela não me mandaria embora agora, no fundo ela sabia que precisávamos dessa conversa.
- Sente-se Lauren, já que tanto deseja conversar. Me conte tudo, desde o começo. Me faça te ver com outros olhos, e não como a assassina que matou Aeryn. É sua última chance de mudar isso, do contrário você vai esquecer que me conheceu um dia.
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I Have Questions
Fiksi PenggemarLauren quer ser bem sucedida e busca meios que muitos não o faria para realizar seus planos de vida. Mas o que ela não esperava é que surgiria uma jovem curiosa a procura de respostas tentando se tornar a mais conhecida entre as colunistas dos jorna...