35. You need to relax

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MAYA POV

"Vodca preta com sumo de limão," Eu peço por cima da música alta, inclinando o meu corpo ligeiramente sobre o balcão para que a rapariga ruiva me oiça. Ela sorri docemente afirmando que me ouviu e depois afasta-se para tratar do meu pedido.

"Posso pagar-te alguma coisa, boneca?" E cá vamos nós outra vez.

Eu reviro os olhos quando reparo no rapaz loiro ao meu lado, com um copo de cerveja na mão e com uns olhos tão vermelhos que o fazem facilmente confundível com o parceiro do diabo. O adolescente ri com a minha reacção e depois aproxima-se, cambaleando no próprio pé sendo que a única coisa que o impediu de cair foram as suas mãos apoiadas sobre o balcão.

"Uma princesa tão linda como tu não devia estar aqui sozinha." Ele babucina uma frase de engate tão velha que me faz automaticamente pensar que ele a tirou de um livro qualquer chamado 'frases de engate para totós'. O rapaz bebe um grande gole do seu copo enorme e depois olha para mim, analisando o meu corpo de cima a baixo com uma expressão nojenta em seu rosto.

Salvem-me!

Eu bufo em aborrecimento e logo a empregada volta com a minha quinta bebida pronta. Ou talvez seja a sexta? Honestamente, eu já perdi a conta do álcool que ingeri desde que entrei nesta espelunca mas bom, isso também não é importante agora. "Aqui está." Ela diz com um sotaque francês carregado, deslizando o copo sobre o balcão. Eu dou um gole rápido e sorrio para a jovem, entregando-lhe o meu cartão de pagamento. Antes que ela possa carimbar alguma coisa, o gajo chato ao meu lado desliza também o seu cartão sobre o balcão preto, colocando-o por cima do meu. "Eu ofereço." Ele pisca o olho para mim e logo uma vontade de vomitar me atinge.

Mas porque é que  me calham cromos destes?

Sem protestar, dou de ombros e guardo o meu cartão, fazendo a vontade ao bêbado ao meu lado. Levo o líquido escuro de novo até aos meus lábios e dou um breve gole, saboreando aquele gosto familiar adocicado e ardente ao mesmo tempo.

"Acho que podemos ir dançar agora..." Ele murmura perto do meu ouvido, o bafo a álcool a embater contra o meu pescoço suado faz-me recuar quase por instinto.

Mas será pedir muito, pelo menos uma vez na minha vida miserável, que seja um rapaz jeitoso a abordar-me no balcão de uma discoteca?

"Acho que podes ir para o caralho agora..." Identifico a voz de Zayn por detrás de mim, olhos escuros e zangados focados nos meus enquanto ele pousa a sua mão sobre o meu ombro, marcando território.

Wow, alguém leu meus pensamentos?

"Calma meu," O rapaz levanta-se, elevando as mãos como forma de rendimento.

"Baza, meu." Zayn risposta, ironizando a última palavra.

Oh, ele não parece contente.

O pobre rapaz pega no seu copo de cerveja e vai a tropeçar no próprio pé para a beira dos seus outros amigos completamente bêbados e que não tiraram os olhos de nós o tempo todo.

"Posso saber o que foi isto?" O rapaz moreno de rosto perfeitamente desenhado murmura contra o meu ouvido, abafando o som de fundo. Eu sinto uma pontada forte na minha cabeça quando ele eleva a voz por cima da música, mostrando um tom raivoso.

"Posso saber qual é o teu problema?" Afasto-o, acabando de beber a minha vodca. "Outra, por favor." Bato com o copo na mesa fazendo sinal à rapariga para me trazer mais uma.

"Porque é que é que aquele palhaço te acabou de pagar uma bebida?" Ele pergunta como se, de facto, tivesse algum direito de saber essa informação.

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