38. Sextape

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MAYA POV

"Mas qual é o teu problema, criatura do inferno?" Grunho, enterrando a cara de novo contra a almofada confortável. A minha cabeça dói terrivelmente ao ponto de parecer que vai explodir, as minhas pálpebras estão tão pesadas que eu chego que achar impossível abrir os olhos, o meu corpo parede ter sido atropelado por um camião e a voz esganiçada da minha querida colega de quarto apenas está a piorar toda a situação. Isto pode ser um pesadelo.

Amanda retira os lençóis de cima de mim, acordando de imediato o meu lado mais violento. Mas esta rapariga não tem amor à vida?

"Por amor de Deus Maya, deixa de te comportar uma uma criança e levanta-te." Como eu temia, ela não tem mesmo amor à vida...

"O que é que me chamas-te?" Ergo uma sobrancelha, sentando-me rapidamente sobre a cama.

Eu devo ter-lhe lançado um olhar muito assustador porque ela recuou dois passos, quase tropeçando no próprio pé. Sintam o poder!

A Barbie suspira. "Olha apenas vem para baixo está bem? Já nos vieram chamar umas três vezes." Ela faz uma pausa, quase se desculpado com o olhar. "Para além disso, acho que o gerente do hotel quer falar connosco." Cheira-me a problemas...

Eu suspiro e assinto levemente, fazendo uma tentativa de controlar o meu mau humor matinal. Sim, eu tenho um terrível humor logo pela manhã mas também não ajuda o facto de ela me ter acordado à pressão e de eu estar com uma ressaca nunca antes vista. Depois de contar até três mentalmente, levanto-me da cama e vou até à casa de banho fazer a minha higiene matinal. Quando volto, o raio da rapariga ainda está de pé em frente à porta do meu quarto, como se estivesse á minha espera.

"Saí?" Elevo as mãos no ar com ironia, fazendo sinal à loira para me deixar sozinha.

"Sempre tão simpática." Murmura antes de abandonar o meu quarto e bater a porta com força atrás dela.

Visto que já estava mais que atrasada e também não me apetecia nada debater-me sobre que roupa escolher, decidi optar por umas simples calças pretas juntamente com uma camisola de capuz escura e confortável. Dei um jeito rápido ao cabelo e apenas apliquei uma leve base à minha pele pálida, apenas para não aparentar modo zombie o dia todo. Honestamente, parecia uma mendiga mas também não estava muito importada com isso. Calcei as minhas botas pretas e terminei de arrumar as coisas.

Quando sai do quarto, a Amanda já não estava em lugar nenhum para ser vista assim como as suas malas de viagem cor de rosa às bolinhas amarelas. Pronto ok, talvez não fossem as bolinhas amarelas mas eram cor de rosas de certeza. Pois, bom, ok, não importa... Tirei o telemóvel de carregar e guardei-o no bolso traseiro das calças, atirando os fios para dentro da mala preta que continha a minha roupa toda amassada e desorganizada. É... organização não faz parte das minhas vastas qualidades. Olhei uma última vez em volta do apartamento e finalmente fechei a porta, fazendo o meu caminho até aos elevadores com a mala pesada a rolar atrás de mim, atropelando os meus pés em cada oportunidade. Em minha defesa, devo dizer que não estou habituada a carregar malas assim tão grandes visto que é quase sempre o Harry ou um dos outros rapazes que levam as minhas malas sempre que vamos viajar.

Quando chego à recepção, a minha cabeça começa a latejar quase que instantaneamente. O ruído das vozes dos alunos a falarem todos ao mesmo tempo faz-me grunhir em frustação e, pela milésima vez na minha vida, eu desejo não ter ingerido tanto álcool na noite anterior. Mas, eu sei que, independentemente dos arrependimentos, eu sempre volto a fazer a mesma porcaria. A luz intensa vinda do sol frio lá de fora faz-me piscar várias vezes e então eu me encolho, parando ao lado das minhas amigas mais próximas.

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