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Saio do quarto sentindo um calor irracional em meu rosto e batendo involuntariamente com a porta. Caminho rapidamente até à cozinha pegando na jarra da água.

- Agradecia que não me deitasses a casa abaixo. – Ouvi a voz da Ella a repreender-me, vinda da sala.

Ignorei-a, ficando de costas para ela que jogava playstation com o seu mais que tudo. Já mete nojo, estão sempre aos amassos pela casa, gosto muito deles, mas isto já começa a irritar.

Bebi água, sentindo-me tao estupida! Eu sabia, eu sabia que à primeira oportunidade ele iria-me mostrar que eu estava certa.

Sempre soube que as pessoas não dizem tudo o que pensam, mas deveria de saber que elas também nem sempre sentem tudo o que dizem. Se assim fosse, nos últimos três dias não via só merdas sobre o Louis e uma loira ranhosa, em tudo que é internet. Aquele cavalo andante teve a audácia de postar uma foto com ela onde diz que está a viver a vida no seu melhor, quando dias antes queria que eu arriscasse em algo com ele!

Tamanha estupidez!

Ele é tao otário, meu Deus!

Eu estava certa. Sempre estive certa! Eu era um jogo para ele, pois à primeira oportunidade ele arranjou outra sem sequer se importar comigo!

E se eu tivesse cedido? Se eu tivesse deixado o Brad para ficar com aquele bichano? Agora eu estaria na merda, com os meus sentimentos despedaçados no chão e de mãos vazias, com um amor que me queria ser dado quando ele não tinha muito a oferecer. Uma vez mais eu digo, o Louis não me dava segurança e eu agora tenho a prova viva de que não poderia confiar nele.

Ele não merece nada, se bem que me apetece atirar-lhe à cara o quão falta de carater ele é! E como o Brad é tao melhor que ele. Pelo menos ele nunca brincou com os meus sentimentos, nunca me magoou desta maneira.

Magoada? Eu não estou magoada, eu estou é irritada porque sempre fui um jogo para ele, sempre!

De vez em quando a vida esfrega na tua cara o que a tua intuição te tentou avisar. Eu deveria ter-me mantido longe dele, em vez de criar sentimentos e me iludir.

Ele é bom, ele é um bom mentiroso.

Caminhei até à sala sentando-me no sofá mais longínquo do casal maravilha. Prefiro lidar com estes dois e com as suas paneleirices do que ligar o meu pc e ver somente porcaria.

- Amor! – O Dallas queixava-se, enquanto a Ella tentava-o distrair, mexendo no seu comando. – Não sejas batoteira!

- Eu? – Ela fez a sua cara de santinha. – O batoteiro aqui és tu, oh porquinho.

Qual a coisa mais foleira num relacionamento? Quando ele ultrapassa a margem do bom-senso e o casal acha fofo ter nomes pirosos um para o outro.

Apresento-vos o antigo Cameron, agora porquinho.

Confesso que este meu pensamento foi a única coisa que me fez rir nos últimos dias.

- Eu? – Ele gargalhou. – E pumba! Ganhei! – ele gritou de braços no ar. – Quem é o melhor, meu amor, quem é?

- Ganhaste porque fizeste batota, Cameron! – Ela cruzou os braços, irritada.

Eles são todos iguais amiga, gostam de jogos viciosos e são todos uns aldrabões.

- Não sejas má perdedora, oh coisa linda. – Ele riu chegando-se a ela, começando a beijar o seu pescoço. Ela tentou resistir, mas logo segurou o seu rosto rindo e puxou-o para um beijo.

Do Avesso 1Onde histórias criam vida. Descubra agora