Monstros Internos

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Ele caminhava entre uma multidão, mas sentia-se sozinho. Satisfazia seus desejos com uma pequena porção de isolamento. Entrava na sala igual a todos os outros, puxava a cadeira e esperava o professor.

Pensei em conversar com ele, buscar preencher tamanha tristeza. Por outro lado, que desculpa inventaria para tal aproximação? Tarde demais, Camila sentou ao seu lado. Já se conheciam há um certo tempo.

Continuei a observar seu comportamento. Estava ainda mais triste. Talvez estivesse desabafando com a moça. Ela poderia simplesmente abraçá-lo, resolveria todos os seus problemas, e se não resolvesse, certamente que os sanaria temporariamente.

Ouvi, quase que por um sussurro, a palavra sonho. Imagino que já tenha sonhado com coisas agradáveis, que pensaria em encontrar um lado mais belo daquele mundo, mas hoje não há como negar. O semblante melancólico o entregava. Não havia motivos para sonhar, estava ferido por dentro, assim como a mim.
Ela tocou seus cabelos. Procurava uma maneira de fazê-lo sorrir. Quebrar aquela armadura não seria nada fácil... Até que Camila sorriu enquanto me olhava, como se pedisse para entrar.

Permiti que Camila entrasse naquele solitário subconsciente. Talvez seja capaz de destruir todos os remorsos que prendiam o coração do rapaz.

Rascunhos SolitáriosOnde histórias criam vida. Descubra agora