Divã

04

Miranda adentro a mansão sentindo o silêncio pairar por todo ambiente, após guardar o casaco no armário e seguiu para as escadas subindo-as tranquilamente, caminhou até o quarto das filhas e as viu dormindo, fechou a porta e seguiu para o próprio quarto entrando diretamente no closet, despiu-se e seguiu para o banheiro, entrou no Box e abriu a água deixando que lhe molhasse dos ombros para baixo, fechou os olhos deixando que a água morna lhe relaxasse por alguns minutos e suspirou.

Assim que saiu do banho, Miranda colocou um pijama e seguiu para o escritório perdendo-se no trabalho sem perceber que horas se passavam, olhou para o relógio após fazer a última anotação e viu que já passava-se dás onze, tirou os óculos e levantou-se indo para o quarto, deitou-se na cama e encarou o teto perdida em pensamentos, desde que havia contado a Lana sobre o fracasso da consulta, não havia retornado e nem mesmo busca outra especialista no ramo para que pudesse continuar com as sessões e achar uma solução para seus problemas.

Pensava sobre o que Lana havia dito, sobre ela marcar uma consulta com Andrea, mas ainda não estava segura sobre o que faria.

Respirou fundo virando-se de lado, sabia que a distância das filhas era sua culpa, sempre estava ocupada demais com assuntos da Runway, malmente ia até o colégio das filhas, normalmente Emily quem ia em seu lugar para reuniões e a ruiva chegou até mesmo ir em algumas apresentações de dia das mães e de final de ano que as gêmeas participaram.

Cassidy e Caroline malmente trocavam palavras com a editora, estavam sempre em silêncio quando a mãe estava por perto e se conversavam algo Miranda nunca estava sozinha, sabia que precisava resolver isso, mas não sabia de fato como, talvez procurar por Andrea realmente fosse necessário.

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Andrea levantou-se como todos os sábados, após um banho, seguiu para a cozinha e preparou um breve café, saiu para uma caminha e assim que voltou tomou um banho e seguiu para o consultório, tinha apenas dois pacientes para aquele dia.

As horas passaram em um piscar de olhos, Andrea voltou para casa logo após o almoço, descansou por alguns minutos e logo seguiu para o banho, precisava se arrumar para a ir para a palestra.

Assim que terminou de arrumar os cabelos escutou o celular tocar, o pegpu atendendo-o no terceiro toque.

— Alô?

— Estou aqui embaixo.

— Estou descendo — Disse desligando, olhou outra vez no espelho e pegou a bolsa colocando o celular dentro, fechou a porta de casa e seguiu para o elevador.

Assim que chegou ao térreo, seguiu para a entrada do prédio vendo o carro de Amélia parado, abriu a porta e entrou.

— Que cara horrível, Andy.

— Estou um pouco cansada, ainda bem que amanhã eu não terei nada para fazer, dormirei o dia inteiro.

— Como se você conseguisse — Disse ligando o carro e dando a partida.

— Ás vezes consigo sim, você quem me acorda.

— Claro, eu — Disse irônica, Andrea revirou os olhos sorrindo — Espero que não tenha imprevistos nessa palestra, pois tenho um jantar para ir.

— Quem é a pretendente?

— Uma amiga do passado.

— Vejo que a noite será animada.

— Assim espero — Andrea riu e olhou para o lado de fora do carro.

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Miranda caminhou pelo corredor de casa e escutou o barulho da televisão ligada, aproximou-se da sala e abriu a porta vendo Cassidy e Caroline deitadas atentas a tela.

— Querem comer alguma coisa?

— Não — Responderam sem ao menos olha-la.

— Tudo bem, não demorem à ir para a cama.

— Okay — Miranda saiu da sala de televisão e seguiu para o escritório, encheu um copo com whisky e sentou na poltrona pegando o celular, tomo um grande gole do líquido escuro.

— Está ocupada?

— Não, na verdade estava curtindo o meu silêncio, aconaconteceu algo?

— Não — Disse olhando para o copo em sua mão — Liguei apenas para me distrair.

— Me diz a verdade, Miranda, sabe que não precisa mentir.

— Estou pensando... — Começou, mas parou respirando fundo olhando um ponto fixo a sua frente — Pensando em marcar uma consulta com essa tal doutora Sachs.

— Fico feliz que tenha tomado essa iniciativa, houve algo que ajudou nessa decisão?

— As meninas... Estão cada minutos mais distantes, não quero vê-las escolher viver com James, a continuar comigo.

— Elas amam você, Miranda.

— Mas infelizmente amor nunca foi suficiente e você sabe disso.

— Não vamos entrar nesse assunto, você precisa esquecer, abandonar isso.

— Não sei se sou capaz.

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Andrea entrou no restaurante e seguiu para a mesa ao encontrar quem buscava.

— Desculpa o atraso, houve um imprevisto na palestra — Disse sorrindo para o amigo de anos.

— Sabe que não tem problema, Andy, eu recebi sua mensagem e já imaginava que haveria imprevistos desse tipo — Disse cumprimentando-a, sentaram-se um de frente para o outro — E como está sendo a vida de famosa? Nós mal nos falamos nos últimos meses que você esteve fora.

— Bem, cansativa, mas bem — Disse sorrindo largamente — Sim e eu peço perdão por isso, realmente está sendo uma loucura, mas e a sua?

— Eu imagino, comigo não está sendo diferente, relacionamento, Runway.

— E como está sendo os últimos anos na Runway?

— Magnífico, diretor de arte é algo muito bem valorisado.

— E sua chefe?

— A gente se entende bem — Andrea sorriu bebendo um pouco de vinho que lhe foi servido à poucos minutos — E você e Nate?

— Não existe mais eu e Nate desde aquela época.

— Foi por isso que você escolheu refazer sua vida em outro lugar? — Andrea afirmou triste — Eu me lembro, Doug e eu ficamos arrasados, mas se era o melhor pra você, o que nós sabíamos que era, apenas te apoiariamos.

— E eu agradeço muito por isso, Nig, eu não sei o que faria sem vocês.

— Você é forte, Andy e ajuda as pessoas a serem fortes como você, por isso é tão boa no que faz — Disse acariciando a mão dela e sorrindo — Agora eu quero saber de tudo o que houve com você nos últimos meses que esteve fora, como foi a vida em Los Angeles?

— Por incrível que pareça foi maravilhoso, eu precisava disso para retomar minha vida depois de todos os acontecimentos, precisava sair da sombra dos meu pai, deixar Nate para trás e ver que eu não precisava me fazer de coitada, pois eu não era, eu não sou e enquanto eu estivesse me deixando passar por vítima diante de todo o ocorrido as coisas iriam continuar como estavam, quando eu pude ver isso, Nigel, quando eu vi que mesmo me fazendo de forte não resolveria nada, pois eu estava precisando ser e não apenas aparentar, passei por cima dos meus medos e isso me fez crescer, me sentir frágil nunca adiantou, as pessoas sempre querem o pior de você, mesmo que digam o contrário, mas eu fui mais, fui fria e abracei quando eu precisei.

— Te vendo falar dessa forma me faz ter ainda mais orgulho de você, tenho certeza que Kênia estaria orgulhosa da mulher que você se tornou — Andrea sorriu de canto olhando para o amigo — Mas agora vamos falar de coisas felizes.

— Sou todo ouvidos — Disse dando uma breve risada.