Hallucinations ksj+myg

fifteen

SeokJin

— Não consigo me acostumar a esses números idiotas — YoonGi reclamou, franzindo a testa. — Todos fazem parecer tão fácil.

— Estar na faculdade parece tão legal — eu disse empolgado. — Eu gosto de imaginar o ambiente lá. Alunos interessados e explicações complexas. Bagunça no fim da aula...

Como se eu tivesse o irritado, YoonGi murmurou um palavrão e bateu a caneta na mesa fortemente.

— Não é um ambiente legal, SeokJin — ele disse, a voz grave ecoando pelo cômodo. — Não é como nos filmes. Acorda!

Baixei os ombros e mordi o lábio inferior.

— Me desculpe.

— Estou estressado, hyung, então, por favor, cale a boca e me deixe fazer essa merda em paz!

Assenti e observei em silêncio ele estudar para a prova. Sabia que uma boa nota significava muito para ele. Com aquilo ele teria um emprego, um bom salário e condições suficientes para poder fazer tudo o que ele sempre quis.

Levantei-me e deixei a cozinha, procurando por algo para fazer.

Tudo estava tão confuso. Em um momento meu relacionamento com YoonGi-chi era estável e tinhamos intensa cumplicidade. Em outro, ele parecia querer se livrar de mim.
Além daquilo, haviam aquelas coisas que ele fazia. Que eram diferentes e me provocavam intenso medo e vontade de fugir.

YoonGi era meu melhor amigo e não estava apaixonado por mim. Então por que ele continuava a me provocar?

Quanto mais eu recuava, mais ele se aproximava. Sussurrava ao pé do meu ouvido coisas que eu não esperava ouvir, distribuía selinhos em meus lábios e abraçava-me quando eu ia dormir.
Eu não entendia o porque mas eu gostava secretamente daquilo.

Oh, é claro que eu ignorava o assunto. Meu pequeno dongsaeng nunca iria admitir o que fazia. Ele sentia raiva de si mesmo por aquilo, eu podia ver. Ao mesmo tempo, ele era carinhoso.
YoonGi ainda conseguia ter um lado doce apesar de mostrar tanta amargura. Por isso, eu o chamava de "agridoce" secretamente.

Chateado e cansado, fui para sala assistir algum filme. Sentei-me no sofá, sentindo a ponta dos meus dedos começar a formigar. Levemente, alguma coisa começou a fazer cócegas em meu pescoço, fazendo com que eu me afastasse e olhasse para o nada.

Claro, outra alucinação.

Eu vinha tendo muitas desde que parei de ir às consultas. E estava sempre com medo de não conseguir mais diferenciar o real e o falso. Mas apesar de tudo, eu tinha certeza que o que havia entre mim e Min YoonGi era real.
Como?
Eu ainda podia ouvir minha própria voz sussurrando na escuridão do meu quarto:

— Mochi, isso é real?

— É completamente real, hyung, eu lhe asseguro.

...