Perdas

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Deixaremos um pouco a nossa época, a internet, nossa tecnologia e muito do nosso conhecimento atual. É um pesadelo a maioria, mas vamos nesse conto simplesmente imaginar e se aventurar pela vida de um personagem interessante.

Vladour era naturalmente um Germânico, nascido do no extremo sul e levado aos 4 anos com seus pais a Veneza, buscando uma vida melhor. Servindo ao papa da época, pensavam conquistar uma nova vida, novas oportunidades.

Conseguiram comprar com o pouco que tinha um terreno não muito grande, mas o suficiente tirarem seu sustento da terra. Moravam a algumas horas da cidade que crescia acima do mar. Lá, fizeram sua casa, seu lar e trocaram o idioma que falavam para seguir ao que estavam acreditando no momento.

A vida de Vladour foi simples, tranquila e tudo que aprendeu foi o que seu pai podia ensinar. Aprendeu a trabalhar no campo, ajudou muito quando estava próximo do seus 18 anos, pois seu pai havia pegado uma doença muito rara e fatal, devastando sua vitalidade dia após dia. Foi horrível ver. A vida se esvaía, a cor dos cabelos - além de ficarem fracos e cairem gerando buracos no couro cabeludo, tirando sua beleza - se perdia nos primeiros meses e sangue vinha pela boca a cada tosse. Só pode ter paz quando finalmente a doença venceu em seu corpo que lutava vividamente para sobreviver, deixando a esposa e Vladour, que já estava substituindo-o para manter o único sustento da família. Com 19 anos, estava vivendo para o trabalho e para cuidar de sua mãe.

Enterraram o pai na própria propriedade, onde o filho teve que cavar sozinho e descer um caixão improvisado. A lápide era como solicitou antes de falecer, uma cruz presa em uma pedra retangular mantida levantada com outras pedras irregulares na base, era a maior tristeza acordar antes do sol, passar pelo jazigo e trabalhar na plantação e cuidar dos animais, era a dor que nunca sumiria.

Anos se passaram e veio a morte de tua mãe, brutal e demorada. Homens invadiram a pequena e simples fazenda querendo adquirir riquezas, saquear, destruir até menor dos sonhos desses dois, até a lápide do pai sofreu danos deixando a pedra retangular caída, rachada ao meio, e a cruz de madeira completamente destruída. Aos 25 anos, com um braço quebrado, teve que enterrar sua preciosa mãe, ao lado do teu pai, com uma lápide apenas para os dois, entalhada reproduzindo os dois de mãos dadas deitados um ao lado do outro. Por mais de 5 horas, segurando a pá, rezou pedindo forças para se reconstruir e viver os próximos anos.

Para levantar sua casa que fora queimada assim que os saqueadores foram embora com tudo que tinham, uma viagem tinha a fazer, ir para meses longe do seu lar entregar uma encomenda em uma carroça de muitíssima importância. Para Vladour, não tinha escolha a não ser aceitar.

Então, sua aventura imortal começou.

A Vida de Vladour Lichtre - O ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora