Surpresa

8 4 0
                                    

As vezes pensar que a noite havia terminado e que estava tudo bem, é apenas um pensamento inocente, pois sempre há algo de pior que poderia acontecer.

     A estrada estava bloqueada e dois homens estavam parado ao lado de uma fogueira, os cavalos deles estavam de prontidão atrás deles, fazendo o bloqueio ter mais consistência. Pietro não teve escolha, não tinha a possibilidade de uma manobra devido a carga que haviam roubado.

     - Rendam-se ou morram, vocês escolhem. - possibilitou um dos homens.

     Galopes foram ouvido vindo de trás da carruagem de carga. O barman sorriu após dar uma olhada rápida para trás pela lateral.

     - Não deve ser apenas vocês que estão ao redor, mas não somos apenas nós presentes aqui, temos amigos. - disse quando fitou os homens ao lado da fogueira.

     Depois de um período pequeno de espera, os cavalos dos guardas chegaram e os amigos de Pietro estavam neles. Entretanto, nem ele e muito menos Vladour esperava o que viram. Os dois se adianta e cumprimentaram os homens ao lado da fogueira antes de desmontar do animal o qual estavam.

     - Eles não eram seus amigos? - indagou Vladour em um sussurro, assustado.

     Surpreso, era como se o barman não soubesse mais falar. Suas forças também tinham se esvaído de seus braços e as rédeas havia caído das mãos dele.

     - O que vamos fazer? - Vladour indagou novamente na mesma altura de antes.

     Uma flecha cortou o ar da noite, um zunido seco propagou até os tímpanos de Vladour. Por reflexo parou na frente de Pietro e sofreu o choque no ombro. A flecha atravessou, deixou os dois mais assustado ainda. Só o que restou era descer da carruagem.

     O projétil sumiu e ninguém percebeu.

     - Nada mais importa mesmo. - disse Pietro quando conseguiu sair do pânico. - Não vou me render tão fácil!

     Se preparou para à luta mesmo não tendo nenhuma arma em mãos. Vladour estava parado ao seu lado também preparado para a batalha.

     - Ora, alguém disposto a lutar, até encontrou uma arma para se defender... - disse um dos homens com a luz intermitente cobrindo apenas meta do seu corpo.

     Vladour arregalou os olhos, não sabia do que ele estava falando. Fitou Pietro e depois voltou atenção para seu inimigo.

     - O que?! - disse assustado.

     - Olhe para sua mão... - conseguiu dizer Pietro em choque - Onde você à conseguiu?

     Quando reparou em suas mão notou que a espada que estava portando era a mesma que havia devorado com o cocheiro no teto da carruagem de carga. Deu de ombros perdido, não tinha como responder a pergunta de forma sensata. Preparou sua posição de batalha e fez uma expressão de raiva na voz.

     - Ou vocês fogem daqui, ou decaptarei a todos! - ameaçou Vladour solene, porém firme, com toda a raiva que teve dos saqueadores que haviam o matado a primeira vez.

     Passos lentos e pesados começaram a ser ouvidos, todos ficaram em silêncio, os saqueadores abaixaram a cabeça e deram um passo para atrás quando uma figura alta, de pele grossa, barba por fazer e um tapa olho entrou no meio entre eles. Vestia roupas caras, provavelmente que foram roubadas de corpos já sem vida, a seda preta nos detalhes da camisa de algodão brilhavam com uma parte a luz intermitente amarelada e outra parte brilhava o tom de cinza fosco que vinha da lua já pronta para se pôr.

     A alvorada estava chegando, mais um pouco Pietro já deveria abrir sua taverna com Maria terminando de preparar os pães e uma grandiosa carne atràs de lucro maiores.

     - Não importa onde eu consegui... - grunhiu Vladour com mais raiva que o normal. Seus sentimentos estavam pior de quando era adolescente, queria vingança. Podiam ser saqueadores ao qual o mataram a primeira vez, mas não tinha como saber, não tinha os vistos.

      Veio em sua mente uma visão, a visão da flecha o acertando a primeira vez a meses atrás, comparou com a lembrança da que levou nas costas para proteger Pietro. Involuntariamente seus olhos se arregalaram e uma sombrancelha do homem que está entre Vladour e os saqueadores. A mente dos dois pareceu pensarem no mesmo acontecimento.

     - VOCÊ! - berrou o homem alto - Nós deixamos você queimando na estrada a vários meses, como está vivo...

     - Vocês não se certificou corretamente. - retrucou Vladour entre dentes esperando não aprofundarem no assunto. - Se não conseguiram me matar uma vez, podem não conseguir matar novamente. Agora estou preparado.

     Pietro olhava assustado para Vladour, nem o conhecia, nem imaginou que tivesse um lado sombrio. Também quando o sol começou a nascer o ar pesou, mas Vladour se manteve firme apenas demonstrando um gigantesco ódio. Os músculos tremeram por um instantes antes de parecerem maiores, as veias pareciam se mexer na pele e os olhos do homem parecia que explodiriam em chamas a qualquer momento.

     O monstro que ele tanto pensava de si próprio, talvez esteja saindo.

     Um berro estrondoso, parecido com um rugido de leão, explodiu no momento em que Vladour se movimentou em direção ao seu adversário. Ele parecia que poderia voar a qualquer momento, que seu corpo continha uma energia tão grande que lhe dava uma velocidade sobre humana. O tilintar das espadas fizera todos esquecerem o berro e focarem nas faíscas que voavam para todos os lados numa disputa de ataque e bloqueou, um após o outro, até as duas espadas pararem e os dois homens ficarem cara a cara. Por fim, eles se empurraram, se distanciaram um do outro.

     - Que habilidade incrível, ainda bem que não inventamos de lutar contra você a primeira vez. - debochou o homem grande com um sorriso de canto.

     "De onde veio toda essa habilidade!? - assustou Vladour consigo mesmo. "E essa raiva, como explicar!?"

     Mal pode pensar de onde havia tirado a espada e depois toda a habilidade que surgira, foi de arrepiar. Enquanto pensava a melhor forma de atacar, começou andar devagar com o jogo de pés que precariamente seu pai lhe ensinou anos atrás.

     Todos a volta ficaram espantados com a investida e com os bloqueios do homem de tapa olho.

     Vladour notou um sorriso de canto do seu adversário. "Qual a graça!? - pensou.

     - Vamos brincar um pouco?! - finalizou o inimigo, disparou em uma corrida levantando terra para tudo quanto é lado.
    

A Vida de Vladour Lichtre - O ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora