Saqueadores

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Estando ciente da falta de tecnologia e formas de rápido transporte, uma grande viagem se inicia para nosso personagem, irá de Veneza a Turim, levar uma carga não aparentemente valiosa, mas não diminuía sua importância.

     Vladour tranquilamente em sua carroça passava pelo caminho de terra irregular com constantes tremidas, puxada por um cavalo esguio, de pele marrom e crina preta. Cascos fazendo o costumeiros som metálico oco quando chocava-se com terra e alguns tilintar quando a ferradura batia em alguma pedra. Estava em uma chata e longa viagem para o outro lado do país.

     Por motivos de pouco dinheiro, teve que fazer essa viagem com poucas provisões e sozinho. Com alguns medos de historias ouvidas por mercadores que estavam acostumados a viajar tanto, se armou com uma espada velha e um peitoral de armadura quase que enferrujado por completo, mesmo tentando recupera-lo da ferrugem, não tinha certeza se seria capaz de protegê-lo naquele estado.

     Em um combinado consigo mesmo, cavalgava de dia e descansava por seis horas no minimo a noite para no dia seguinte retomar ao seu caminho. Fazia apenas uma servida refeição por dia e a cada 6 horas se alimentava com alguma fruta adquirida pela estrada nas árvores espalhada pelos longos campos e florestas ao qual encontrava - mesmo quando a fome apertava, manteve-se firme para não usar da sua provisão precária.

     O sol estava escaldante mesmo após horas do meio-dia. Estava em um tempo seco e sem nuvens para piorar. Como previsto pelo céu estrelado na noite anterior, resolveu cavalgar sem a armadura e com pouca roupa, usando apenas uma camisa de seda verde velha e surrada que uma vez seu pai comprou, com uma calça de couro larga e sandálias. Mesmo assim não conseguiu escapar, soava muito, até pingava. Não via a hora de encontrar um lago para se esbaldar em um refresco temporário. Era verão, faltava muito ainda para o inverno, então, apenas teria de aguentar essa dificuldade.

     Seu destino eram longe e havia pouco tempo para alcança-lo. Seu prazo era até o inverno.

     Saqueadores eram comuns, mas devido ao baú que carregava de madeira, acreditava não ter nada de valioso, seria uma carga simples. Apesar do contratante mostrar muita importância, Vladour imaginou não ser um serviço tão difícil quanto faziam parecer. Por segurança em um breve momento de dúvida, cobriu a carga com uma pano branco acinzentado, assim, rezou para uma tranquila viagem.

     Quando terminou a descida de um monte, seguindo a trilha de terra que muitos passavam em direção a Veneza, encontrou uma carruagem tombada e seus cavalos mortos. No susto, parou a uma distancia segura apenas para observar, estava atravancando todo o caminho e analisou a cena para evitar problemas. Carruagem de poucos detalhes e as cores eram de madeira e ferro, provavelmente quem estava nela não portava muitas riquezas. Saqueadores devem ter atacado apenas por ser uma carruagem, não se importavam se teria ou não riquezas que satisfariam. Não havia corpos envolta, então, deduziu que não tivera uma comitiva de soldados para protegê-lo. Prezando sua segurança, Vladour resolveu contornar, não muito longe para não se atrasar. Aí foi seu erro.

     Uma flecha atravessou seu peito e uma garrafa em chamas se quebrou em seu único cavalo.
     A escuridão logo tomou conta de si.

A Vida de Vladour Lichtre - O ImortalOnde histórias criam vida. Descubra agora