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Quem mais vou precisar esquecer? Por quanto tempo mais vou lutar? O que vou precisar aprender? Quem mais vou deixar de amar? Na dor eu não tive o que fazer a não ser ajoelhar pra rezar.. Oh, meu Deus, meu Pai, cadê você? Só não me abandona...

1 semana depois


Eu e dona Cida estamos nos dando muito bem, tá sendo uma avó pra mim querendo me ensinar as receitas dela, descobri que ela sempre morou por aqui pela redondezas e era só ela e o marido, como ele acabou falecendo e por ela não aguentar viver na mesma casa, acabou que veio trabalhar para o Marcelo apenas como pra cuidar da casa e ele deixou ela morando na casa de trás pra cuidar da chácara, o xodó dela é esse menino os olhos chegam a brilhar quando ela fala dele, da pra ver que ele trata ela muito bem também, pois nas duas casas não falta nada, tem tudo de bom e do melhor desde os móveis a geladeiras e armários, ela me contou que todo mês ele manda os meninos trazer as compras e os remédios dela e que quando ela tem médico é ele quem leva ela, uma relação muito boa mesmo, difícil de ser vê hoje em dia.

Quem diria que em pleno domingo de manhã estaria eu, aprendendo a fazer torta de maçã, só dona Cida mesmo, estava toda serelepe essa velhinha, já criei um carinho imenso por ela, até porque aqui é só nós duas mesmo.

Enquanto a torta assava já fui ajudando ela a fazer o almoço, parecia que morava dez cabeça nessa casa, de tanta carne que ela estava cortando pra fazer assada, deu 12h em ponto e o almoço já estava pronto, costume de vó, lembro logo da minha acordava antes dos galos pra fazer café, saudades dona Odete.

Fui tomar banho pra poder tirar o cheiro de cozinha e quando sai do quarto ouvi voz de homem na sala, já cogitei em correr pra me trancar no quarto mais aí ouvi dona Cida gargalha, fui andando devagar até reconhecer a voz era Marcelo, pelo visto acabou de chegar, não sei porque mas meu coração falhou a batida.

Ainda não tinha coragem de olhar pra ele, na minha cabeça eu sou a culpada e ver ele agora na minha frente me trouxe todo o acontecimento a tona, voltei pro quarto e desabei a chorar diferente dos outros choros esse era de alívio, sabe quando você sente que está botando tudo pra fora? Eu precisava disso.
Senti alguém me abraçando e era tudo que eu precisava, pelo cheiro eu já sabia quem era, ali naquele momento eu me renasci.

Fui me recompondo aos poucos, precisei ir no banheiro lavar o rosto e quando voltei ele ainda estava sentado na cama

M: eai, como que tá? Na paz?

- Na paz e você?

M: tranquilo, vim te fazer e é assim que você me recebe? — falou tentando diminuir o clima que ficou

Sei que aos poucos fui me soltando e o assunto virou para onde eu menos queria

M: pô lá no morro tá geral achando que tu foi junto com ele, tlgd. Os cara tá cheio de ódio melhor forma foi eu ter te tirado de lá mermo, tamo só esperando o baque vim o cuzão lá não ia pular a troco de nada não os cara já tava ligado na dele...

Dona Cida interrompeu dando três batidinhas na porta chamando a gente pra almoçar, eu que não vou recusar já estava salivando mesmo, agora que fui ligando os pontos dela ter feito bastante comida, sabia que ele vinha.

Almoçamos na santa paz e de quebra a sobremesa foi a torta de maçã, como diz dona Cida a preferida do menino dela rs

Lavei a louça que ficou e ela foi pra casa dela deixando nós dois na casa, misericórdia.

JOYCE 💥 Onde histórias criam vida. Descubra agora