Passava a maior parte do tempo em meu quarto durante aquele verão. Definitivamente, a praia não era algo que me apetecia e por causa disso se explicava minha falta de melanina na pele. Estava sentada na cama tentando escrever mais versos quando fui surpreendida pelo toque na porta. Escondi num ato veloz o caderno de composições embaixo de meu travesseiro e autorizei a entrada.
─ Oi Kaki ─ disse Sofi adentrando o cômodo.
─ Oi amor ─ respondi e sorri para a pequena, esticando meus braços para ganhar um abraço que fora correspondido.
─ O que você faz tanto trancada no quarto? ─ indagou.
─ Es... ─ consegui me conter imediatamente ─ Ah, nada..não tem muito o que fazer ─ respondi
─ Você ia falar outra coisa ─ ela disse me olhando atenta ─ E tem sim o que fazer. Você devia ir na praia! Está muito branca ─ completou ela apontando para meu braço da cor de um palmito.
Eu ri.
─ Está certa. Irei mais vezes na praia, pode deixar. Mas me diga, onde você foi com papai? ─ indaguei
─ Fomos na cidade. Papai queria ir até a igreja ─ respondeu Sofi
─ No caminho para cá não vi a igreja. Como foram lá? ─ perguntei
─ É porque aconteceu um acidente. A igreja pegou fogo uns dias antes de você chegar. Algumas pessoas estavam na igreja no dia e o papai também e... ─ minha irmã imediatamente parou de falar e minha expressão foi de clara preocupação.
─ O papai estava lá? ─ indaguei já preocupada
─ Sim...eu estava com Jonah, um rapaz que papai pediu para cuidar de mim aqui em casa ─ disse minha irmã.
─ Sofi, se o papai estava na igreja no dia do acidente, foi por isso que agora ele está de bengala? ─ perguntei
─ Eu não sei. Eu vi papai depois de dois dias. Não me contaram muita coisa do acidente ─ completou ela.
Definitivamente tinha algo muito estranho nessa história. Sofi havia me dado informações as quais eu estava muito curiosa em saber a verdade dos fatos e, logo me recordei de que na manhã que Mendes esteve aqui em casa, ele queria falar a respeito do tal incêndio. Agora eu estava decidida a saber o que aconteceu nesse acidente. E a pessoa que me daria essas informações estava muito perto, Shawn Mendes.
O dia chegava ao fim e decidi que não passaria mais um minuto sem que soubesse sobre esse ocorrido. Depois de jantar avisei meu pai que iria dar uma volta para conhecer pessoas, ele adorou a ideia então autorizou. Cheguei na praia e fui indo em direção ao grupo de pessoas onde quem eu queria estava ali e eu iria confrontar.
─ Mendes! ─ chamei o rapaz que me interessava e logo fui confrontada pelos olhares das pessoas ao redor dele, inclusive a menina que estava sentada ao seu lado, que me olhava com um olhar de raiva.
─ Quem é essa irmão? ─ perguntou um rapaz que parecia bastante conhecido da pessoa interessada por mim.
─ Camila? ─ ele perguntou surpreso, por me ver ali, eu imaginei.
Assim que se colocou em pé veio em minha direção me levando pelo braço até um lugar mais afastado daquela ponte do píer onde estavam seus amigos.
─ O que você faz aqui Camila? Não quero que venha até aqui ─ disse ele se mostrando preocupado.
─ Acredite Mendes, eu não estaria aqui se não estivesse atrás de respostas...aliás, seu círculo de amizades não me parece ser tão bom assim ─ falei fazendo menção ao grupo que agora estava mais afastado de nós.
─ Fale! O que você quer saber? ─ indagou.
─ Eu quero saber o que você sabe sobre o incêndio na igreja da cidade e por que foi atrás do meu pai outro dia? ─ falei logo de cara para ele.
Shawn me olhava e em seu olhar o que eu enxergava era preocupação...ou medo. Eu apenas queria ter respostas, por que ele não queria me dizer? Estava me escondendo algo? Ele estava no incêndio? Comecei a imaginar coisas que estavam a me deixar nervosa.
─ Shawn...me diz! por favor! ─ pedi quase implorando e por fim, pude ouvir seu arfar e ele ficar cabisbaixo.
─ Camila, eu.. ─ ele foi interrompido.
─ E ai Shawn? Tá de pegação com a menina nova da cidade? ─ perguntou o tal rapaz que anteriormente havia tratado Mendes como irmão. Este, assumiu uma personalidade totalmente diferente. Nojenta.
─ Pegando ela? Ah só de vez em quando né amorzinho? ─ falou ele segurando em minha cintura tão forte que quase não consegui me soltar.
─ Ah você é uma gracinha. Podia ficar com a gente, o que você acha ein gatinha? ─ perguntou o rapaz.
─ Ei que é isso irmão!? Essa aqui é minha ─ respondeu Shawn.
─ MAS QUE MERDA! EU NÃO SOU DE NINGUÉM SEUS IDIOTAS! Se você não quer me falar, eu descubro sozinha ─ exclamei para os dois que faziam cena e me soltando dos braços de Shawn.
Fui correndo para casa sem nem olhar se os dois haviam ficado para trás ou se vinham atrás de mim, mas rezei para que tivessem ficado. Quando mais próxima de casa, parei para verificar. Estava segura. Cheguei em casa indo direto para meu quarto. Me lembrava da cena que havia visto a pouco e não conseguia acreditar. Shawn era totalmente influenciado pelo tal rapaz. Esse cara tinha algum tipo de ordem sobre ele, porque não havia outra explicação. Me livrei dos pensamentos indo para o banheiro para tomar meu banho e me deitar. Eu ainda queria as respostas, e ia conseguir.
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𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐀𝐒𝐓 𝐒𝐎𝐍𝐆 • 𝚁𝙴𝚅𝙸𝚂𝙸𝚃𝙴𝙳
Fanfiction"Quando me aproximei pude ouvir um som vindo pelos fundos e sabia quem estava tocando. Furtivamente me aproximei de onde saía o som e então a vi. Ela tocava tão tranquilamente, concentrada em cada nota suave do instrumento." [L] Livre para todos os...
